quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Um Ano Novo com Muito Amor

Mensagem


Este ano está se despedindo e deixando saudades.
Tenho certeza que se você observar atentamente tudo que passou no decorrer deste ano, terás muito a agradecer.

Pegue todas as derrotas
e transforme-as em pequenas batalhas
que no confronto com a vida,
você deixou de vencer,
mas que certamente,
a guerra já está ganha,
visto que chegou até aqui
e está apta a receber um novo ano
com seus desafios e incógnitas,
e viver muito cada segundo desta esplêndida jornada,
que DEUS está a lhe proporcionar com novas esperanças.

Somos vencedores,
conseguimos superar mais um ano,
enquanto tantos ficaram pelo caminho.

Feliz Ano Novo,
seja muito,
mas muito feliz.

E você merece muita paz,
saúde, amor, prosperidade
e tudo de bom que a vida possa te ofertar.

Na maioria das vezes,
depende sómente de nós alcança-la,
de acordo com nossas escolhas
e dos caminhos que porventura decidimos percorrer.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A promessa de Natal

Vi um camião cheio de árvores de Natal e cada uma tinha uma história para contar. O motorista colocou-as em fila e ficou à espera que as pessoas as viessem comprar. Pendurou umas luzinhas brilhantes e uma placa em que se podia ler em encarnado:


ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER

Quando o homem se servia de chocolate quente duma garrafa térmica fumegante, uma mãe, um pai e um menino pararam o carro apressados e começaram a procurar a árvore mais bonita de todas.
O rapazinho ia à frente e com um olhar reluzente, exclamou:
- Elas têm cheiro de Natal, mãe! Sinto o cheiro de Natal em todo o lado. Vamos comprar uma árvore dequilómetros de altura. A maior que pudermos encontrar. Uma árvore que chegue ao tecto e nem dê para carregar. Uma árvore tão grande que até mesmo o Pai Natal, quando olhar, se admire e diga: "Esta é a árvore mais bela que já vi neste Natal!"
Para achar o pinheirinho perfeito procuraram com muito cuidado. Aqui e ali, e até mais de uma vez, o pai examinou e balançou mais de seis.
- Mãe, mãe, encontrei, encontrei o pinheirinho de que mais gostei! Tem um raminho partido, mas pode ficar disfarçado. Do anjinho da avó tiraremos o pó e lá no alto ficará a guardar-nos. Podemos comprá-la? Por favor, por favor! - pediu com fervor.
- Que tal um chocolate quente? - perguntou o vendedor indulgente, enquanto abria o termo para aquela gente. - Isto sim vai aquecer o ambiente!
E em três pequenos copos de papel serviu o chocolate. Brindavam, esperançosos, a mais um Feliz Natal.
- Escolheste muito bem. Este é realmente o melhor pinheirinho. Feliz Natal! – disse o homem, amarrando o pinheiro com um cordão.
Mas o rapazinho estava triste porque o preço era alto demais para o que o pai podia pagar. Foi então que o vendedor lhe fez uma proposta:
- A árvore é tua com uma condição: tens de manter uma promessa. Na noite de Natal, quando te fores deitar e rezar, promete guardar no teu coraçãozinho o encanto do Dia de Natal! E agora corre para casa, senão este vento gelado as tuas bochechas vai queimar.
E assim foi, com o vento zunindo, durante toda a noite gelada. O bom homem ofereceu árvore, após árvore, após árvore. Com cada pessoa que apareceu brindou com o chocolate quente.
E quem jurou manter a promessa de guardar no coração o encanto do Natal, saiu na noite contente, cantando canções alegremente. Quando tudo acabou só uma árvore restou. Mas ninguém estava lá para esta árvore adoptar. Então, o homem vestiu o seu grosso casacão e partiu para a floresta com a última árvore da festa. Deixou o pinheirinho perto de um pequeno riacho, para que as criaturas sem casa pudessem fazer dela a sua morada.
E sorria enquanto tirava os flocos de neve que na sua barba encontrava. Foi então que por detrás de um arbusto uma rena quase lhe pregou um susto. Olhou para ela e sorriu. Fazendo uma festinha na grande criatura, pensou com brandura:
"Parece que o Natal chegou novamente! Ainda temos muito chão e muitas coisas para fazer! Vamos para casa, amiga, trabalhar neste Natal que vai começar.”
Olhou para o céu, ouviu os sinos a tocar e, num pestanejar, já lá não estava o vendedor.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Carta ao Papai Noel

O senhor vai me desculpar se lhe falo com liberdade, mesmo não tendo nenhuma familiaridade com o senhor. Para mim, o senhor é sempre um pouco estranho, e até acaba me resultando algo antipático. Me desculpe, viu?!

Nos meus tempos de criança, o senhor não era protagonista do Natal. Sabíamos mais ou menos que, nos países frios do norte da Europa, veneravam um tal de São Nicolau ou Santa Klaus, velho de barba branca e com um saco nas costas, que andava pela neve distribuindo presentes à riançada.

Para nós, Natal era o Menino Jesus, Nossa Senhora e São José, Belém e a estrebaria, a estrela, os anjos, os pastores, os reis magos... O nascimento de Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido de Maria. Deus feito hom em!

Tudo isso simbolizado e vivido - com muita fantasia e emoção, com muita religiosidade - no presépio, tão carinhosamente preparado em todas as famílias católicas, às vezes com arte extraordinária.

Era a missa da noite de Natal e as cantigas próprias desse tempo litúrgico. Também, claro, os presentes familiares, as comidas típicas (o turrón, por exemplo) e as tradicionais representações cênicas (os pastorets na minha Catalunha).

Tudo, sempre, em torno ao Menino Jesus. Ele era o Natal!

Agora - me desculpe -, o senhor entrou no meio e... botou o Menino Jesus para fora do Natal! Natal é o Papai Noel, Papai Noel é o Natal, e o Menino Jesus já era!

Francamente, o senhor está me incomodando. O velho matou o Menino, penso às vezes. E me dá raiva, viu?!

Pensando melhor, porém, sei muito bem que a culpa não é propriamente sua. O senhor entrou nessa sem querer. Foi metido no Natal deles. Eles o sentaram em cima do Menino, e o negócio interesseiro que fazem com o senhor apagou a luz e a graça do Mistério do Natal.

Natal virou mercado, já antes de chegarmos a estes tempos diábólicos do Mercado Total. E vira também, naturalmente, bebedeira e briga e esbanjamento e ofensa aos pobres que não têm nem casa, nem comida, nem calor humano.

Eu acredito que, se o senhor é mesmo São Nicolau, o que vai querer é que Jesus seja conhecido e amado e seguido. Isso é o que querem todos os santos e santas de verdade. Jamais o senhor pretenderia usurpar o Mistério do Natal, menos ainda para fazê-lo virar frivolidade e negócio.

Acreditando nisso, quero lhe fazer um pedido, senhor São Nicolau, o verdadeiro. Ou vários pedidos. Sendo que Deus resolveu nos dar o seu próprio Filho, todo pedido é pouco...

Continue a entregar presentes a todo o mundo, sobretudo aos duros de coração e aos corações de criança.
Para os duros de coração, o sentido da justiça e da solidariedade e da partilha. Para os corações de criança, mais sonho ainda (utopia, necessária como o pão de cada dia), a esperança sempre maior, uma ternura do tamanho de todas as estrelas de Natal juntas e muita coragem e união para lutarem pelo Tempo Novo que Jesus veio inaugurar com o seu nascimento.

Ajude aos pobres e marginalizados do campo e da cidade, negros, índios e brancos, mulheres e homens, a conquistarem a terra e o pão, a casa e a dignidade, a cidadania e a festa.

A todas as autoridades deste mundo, vergonha, responsabilidade e espírito de serviço.

E a todas as pessoas, aquele presente maior, que é o próprio Evangelho, a Boa Nova que os anjos de verdade cantaram nessa Noite, a mais bela da História humana, porque nela o próprio Deus nasceu feito humano, como nós, filho de mulher, criança e pobre...

Desculpe, senhor Papai Noel, se pensei mal do senhor, e muito obrigado se pedi bem! Com um beijo em sua barba branca.

Atenciosamente

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O caso da borboleta

Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo, um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta, e ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observá-la, porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar em tempo. Nada aconteceu!

Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura, era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluído do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.
Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi forças... E Deus deu-me dificuldades para fazer-me forte.
Eu pedi sabedoria... E Deus deu-me problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade... E Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem... E Deus deu-me obstáculos para superar.
Eu pedi amor... E Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi favores... E Deus deu-me oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi... Mas eu recebi tudo de que precisava.

Uma dieta diferente

O fim do ano está aí e sempre prometemos começar uma dieta no ano que vem. Que tal essa dieta? A DIETA DOS RELACIONAMENTOS. Você deve pensar, essa emagrece? Certamente mais que emagrecer, as pessoas estejam precisando fazer dieta dos relacionamentos. O que é isso? Como se faz? Vou tentar explicar, pois uma coisa é certa, você perde peso do que você carrega na vida. E não há emagrecimento melhor. Do que adianta você emagrecer, ficar bonita diante do espelho, mas no seu interior se sentir pesada?Sabemos que quando o corpo acumula peso além do normal, é conseqüência do acúmulo de coisas variadas (açúcares, gorduras, etc) que precisam ser eliminadas, pois fazem mal a saúde. Então, logo pensamos em fazer dietas para emagrecer.Sofremos o que for preciso para perder alguns quilinhos. As pessoas falam de tantas dietas: da lua, da sopa, jejum, do líquido, da USP e assim por diante. Mas também podemos pensar na dieta dos relacionamentos.A dieta dos relacionamentos está relacionada às impurezas (sentimentos negativos, ódio, vingança, mágoa, inveja, egoísmos, etc), aos conflitos internos e das relações, do respeito às diversidades, da escalas de valores, o ego como produtor de impurezas em nossa vida. Certamente você deve ter alguém que um dia lhe deixou uma mágoa e que você gostaria de conversar e até hoje está engasgada e sempre ela vem no seu pensamento, incomoda, e você não teve a iniciativa de procurá-la. Não sabe o porquê do acontecimento, ou talvez saiba, mas por orgulho, não queira ir atrás.Pare para pensar. Nada será resolvido, nada será passado a limpo, mesmo que seja para terminar uma amizade, uma relação, mas um peso ficará entre vocês. Então procure essa pessoa, converse e perca alguns quilos, mesmo que termine por aí.Acho que todas as páginas de nossa vida devem ser viradas. Se alguma ficar dobrada, essa certamente ficará pesada e fazendo mal para nós mesmo. Não se preocupe com o que o outro irá pensar. Pense que você quer tirar essa impureza de dentro de você. Liberte os sentimentos negativos de dentro de você, saiba perdoar, não guarde ódio, não tenha inveja, não passe por cima das pessoas, não seja egoísta, não pense em somente si próprio, não seja negativo, mal humorado. Esses pesos, além de tudo, trazem doenças para seu organismo.Como fazer? Esse é um treino que devemos ter paciência, pois levamos anos adquirindo esses pesos e não podemos querer perdê-los rapidamente. Devemos lembrar todo dia, em cada atitude. Assim como colocamos um objetivo de quantos quilos queremos perder, devemos colocar esses objetivos e lembrá-los sempre. Cairemos de vez em quando, mas voltaremos a eles e seguiremos. É treino e paciência. É ter consciência de que não somos os donos do mundo, apenas pensamos ser.Mas mexer com essas coisas, talvez não seja fácil. Porém, quando conseguimos, a sensação que temos é que perdemos muito mais quilos do que nas dietas para perder peso. Isso só é possível através da abnegação. Abnegação não significa ódio a si mesmo, auto desprezo ou rejeição do ego. É a recusa em deixar que os interesses ou as vantagens pessoais governem o curso da vida de uma pessoa. E nada como o começo do ano, quando prometemos coisas novas em nossas vidas, até mesmo o famoso regime, mas nunca pensamos na dieta dos relacionamentos.Pense nisso para 2009 em sua vida, ou melhor, para o resto da sua vida. A dieta dos relacionamentos restabelece a energia do amor. Assim como precisamos eliminar as impurezas que afetam o corpo, precisamos também eliminar as impurezas que afetam as nossas relações, Não deixe que os interesses ou vantagens pessoais governem o curso da sua vida. Aprendi com uma pessoa o seguinte: "ninguém pode ver os laços que nos unem, mas todos podem ver as intrigas que nos separam”. O ego é o maior produtor de impurezas da nossa vida. Para se satisfazer ele precisa se alimentar da gordura da realização dos nossos interesses e do açúcar da aparência de quem não somos.Eu já estou fazendo a minha e sinto-me muito melhor. Que tal, iniciar esta dieta para uma melhor qualidade de vida? Então, comece agora.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Eu não existo sem você - Vinícius de Moraes

Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A mulher do vizinho

Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.

O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.

O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:

— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.

Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:

— Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?

Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:

— Da ativa, minha senhora?

E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:

— Da ativa, Motinha! Sai dessa...


Texto extraído do livro "Fernando Sabino - Obra Reunida - Vol.01", Editora Nova Aguiar - Rio de Janeiro, 1996, pág. 872
.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

DECLARAÇÃO DE AMOR

Tentei dizer quanto te amava, aquela vez, baixinho
mas havia um grande berreiro, um enorme burburinho
e, pensado bem, o berçário não era o melhor lugar.
Você de fraldas, uma graça, e eu pelado lado a lado,
cada um recém-chegado você em saber ouvir, eu sem saber
falar.
Tentei de novo, lembro bem, na escola.
Um PS no bilhete pedindo cola interceptado pela
professora como um gavião.
Fui parar na sala da diretora e depois na rua
enquanto você, compreensivelmente, ficou na sua.
A vida é curta, longa é a paixão.
Numa festinha, ah, nossas festinhas, disse tudo:
"Eu te adoro, te venero, na tua frente fico mudo"
E você não disse nada. E você não disse nada.
Só mais tarde, de ressaca, atinei.
Cheio de amor e Cuba, me enganei e disse tudo para uma
almofada.
Gravei, em vinte árvores, quarenta corações.
O teu nome, o meu, flechas e palpitações:
No mal-me-quer, bem-me-quer, dizimei jardins.
Resultado: sou persona pouco grata corrido a gritos de
"Mata! Mata!" por conservacionistas, ecólogos e afins.
Recorri, em desespero, ao gesto obsoleto:
"Se não me segurarem faço um soneto"
E não é que fiz, e até com boas rimas?
Você não leu, e nem sequer ficou sabendo.
Continuo inédito e por teu amor sofrendo
Mas fui premiado num concurso em Minas.
Comecei a escrever com pincel e piche num muro branco, o
asseio que se lixe, todo o meu amor para a tua ciência.
Fui preso, aos socos, e fichado.
Dias e mais dias interrogado: era PC


Luis Fernando Veríssimo

A INVENÇÃO DO "O"

Na era da pedra lascada
da língua falada
antes de inventarem a letra
que imitava a lua
as palavras diziam nada
e nada levava a nada
(aliás, nem precisava rua).
A frase ficava estática
de maneira majestática
a grandes falas presumíveis
permaneciam indizíveis
- imagens invisíveis
a distâncias invencíveis.
Vivia-se em cavernas mentais
numa inércia dramática.
Ir e vir, nem pensar
ninguém mudava de lugar
que dirá de sintática.
Aí inventaram o "O"
e foi algo portentoso.
Assombroso, maravilhoso.
Tudo começou a rolar
e a se movimentar.
O Homem ganhou "horizontes"
e palavras viraram pontes
e hoje existe a convicção
que sem a sua invenção
não haveria Civilização.
Um dia, como o raio inaugural
sobre aquela célula no pantanal
que deu vida a tudo,
veio o acento agudo.
E o homem pôde cantar vitória.
E começou a História.
(Depois ficamos retóricos
e até um pouco gongóricos).
Luis Fernando Veríssimo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Educação de qualidade

Há uma preocupação com ensino de qualidade mais do que com a educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino se organizam uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a que compreendam áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemáticas).

Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Fala-se muito de ensino de qualidade. Muitas escolas e universidades são colocadas no pedestal, como modelos de qualidade. Na verdade, em geral, não temos ensino de qualidade. Temos alguns cursos, faculdades, universidades com áreas de relativa excelência. Mas o conjunto das instituições de ensino está muito distante do conceito de qualidade.

O ensino de qualidade envolve muitas variáveis:

  • Organização inovadora, aberta, dinâmica. Projeto pedagógico participativo.

  • Docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente. Bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais.

  • Relação efetiva entre professores e alunos que permita conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los.

  • Infra-estrutura adequada, atualizada, confortável. Tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas.

  • Alunos motivados, preparados intelectual e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal.

O ensino de qualidade é muito caro, por isso pode ser pago por poucos ou tem que ser amplamente subsidiado e patrocinado.
Poderemos criar algumas instituições de excelência. Mas a grande maioria demorará décadas para evoluir até um padrão aceitável de excelência.
Temos, no geral, um ensino muito mais problemático do que é divulgado. Mesmo as melhores universidades são bastante desiguais nos seus cursos, metodologias, forma de avaliar, projetos pedagógicos, infra-estrutura. Quando há uma área mais avançada em alguns pontos é colocada como modelo, divulgada externamente como se fosse o padrão de excelência de toda a universidade. Vende-se o todo pela parte e o que é fruto as vezes de alguns grupos, lideranças de pesquisa, como se fosse generalizado em todos os setores da escola, o que não é verdade. As instituições vendem externamente os seus sucessos - muitas vezes de forma exagerada - e escondem os insucessos, os problemas, as dificuldades.
Temos um ensino em que predomina a fala massiva e massificante, um número excessivo de alunos por sala, professores mal preparados, mal pagos, pouco motivados e evoluídos como pessoas.

Temos bastantes alunos que ainda valorizam mais o diploma do que o aprender, que fazem o mínimo (em geral) para ser aprovados, que esperam ser conduzidos passivamente e não exploram todas as possibilidades que existem dentro e fora da instituição escolar.
A infra-estrutura costuma ser inadequada. Salas barulhentas, pouco material escolar avançado, tecnologias pouco acessíveis à maioria.
O ensino está voltado, em boa parte, para o lucro fácil, aproveitando a grande demanda existe, com um discurso teórico (documentos) que não se confirma na prática.. Há um predomínio de metodologias pouco criativas; mais marketing do que real processo de mudança.

É importante procurar o ensino de qualidade, mas conscientes de que é um processo longo, caro e menos lucrativo do que as instituições estão acostumadas.
Nosso desafio maior é caminhar para uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam essa integração em si mesmas do sensorial, intelectual, emocional, ético e tecnológico, que transitem de forma fácil entre o pessoal e o social. E até agora encontramos poucas pessoas que estejam prontas para a educação com qualidade.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Uma cidade chamada você

Noventa por cento das células de seu corpo não são humanas. São bactérias. Sem elas, você não viveria. Agora, os cientistas vão mapeá-las
PETER MOON

Olhe-se no espelho. Observe com atenção a imagem de seu rosto, de seus cabelos e de suas mãos. Note a pequena espinha que não estava lá ontem à noite; verifique se há algum novo fio de cabelo branco; repare nas marcas indeléveis da idade que vão se acumulando. Agora fique de perfil e repita aquela olhadela matinal – quase involuntária – que fazemos na esperança de perceber alguma mudança para melhor nos quilinhos a mais (ou a menos) em nossa cintura. A imagem refletida no espelho é seu corpo. Ou melhor, é apenas 10% dele, o conjunto formado pelos 100 trilhões de células humanas. Os outros 90% são invisíveis – e não são humanos. Trata-se de uma multidão com 1 quatrilhão de micro-organismos, um vasto ecossistema formado por centenas de espécies de bactérias, protozoários e fungos (sem falar num número desconhecido, mas supostamente bem maior, de vírus). Em sua grande maioria, esses micro-organismos são benéficos. Nós só estamos vivos porque eles existem.

Iniciado em 2007, o Projeto Microbioma Humano é tocado por dezenas de laboratórios nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Num primeiro momento, seu objetivo é mapear os genomas das cem principais espécies de bactérias do sistema digestivo. Elas decompõem os alimentos, extraindo seus nutrientes e sua energia. Elas produzem vitaminas e hormônios necessários ao metabolismo e apoiam o sistema imune, vigiando contra a invasão de agentes infecciosos que causam doenças.Estudá-los é o próximo passo de uma ciência iniciada há 150 anos, completados em 24 de novembro, quando Charles Darwin publicou A origem das espécies e elucidou o mecanismo da evolução por meio da seleção natural. É também a sequência natural do esforço do Projeto Genoma, que em 2001 mapeou o código genético do Homo sapiens. Agora, médicos e geneticistas tentam identificar os genes da flora microbiana que há dentro de nós.

Conhecer o DNA dessas bactérias pode ajudar a entender melhor suas funções individuais no organismo e saber como é que elas foram parar lá (a maioria dessas espécies só existe dentro do ser humano). Em algum momento no passado da humanidade – ou de nossos ancestrais – as bactérias do sistema digestivo trocaram a luta pela sobrevivência no meio ambiente externo pela segurança de nosso corpo. Em troca, passaram a nos servir, numa relação mutuamente vantajosa.

A exemplo do que acontece no sistema digestivo, colônias de bactérias proliferam na boca, na garganta, no nariz, nos olhos, em cada milímetro quadrado da pele, nos cabelos, nas unhas, nos sistemas urinário e reprodutivo. A vagina é uma prova da maior complexidade das mulheres em relação aos homens. É o órgão com a maior concentração microbiana do corpo, com exceção do intestino grosso. No interior desse último há 100 trilhões de indivíduos – número igual ao das células humanas.

Quando se calcula o total dos genes do DNA de todas as espécies que habitam o ser humano, chega-se a um número astronômico: cerca de 1.000 vezes maior que os 20 mil genes do DNA humano. Somando-se esse dado à constatação de que, na ausência de nossos companheiros microscópicos, nenhum de nós existiria, conclui-se que cada ser humano é um bioma intrincado, tanto quanto a Mata Atlântica ou a Amazônia.

O fim de uma única espécie pode refletir no todo. O consumo de açúcar e gordura, por exemplo, reduz a diversidade da flora intestinal – que pode ser reconstituída por meio de uma dieta vegetariana. Mas por que a diversidade bacteriana varia entre os seres humanos? Os membros de uma família geralmente têm uma flora similar. Mas pode ser muito diferente da família vizinha. Sabe-se também que a composição da flora varia geograficamente. Os brasileiros têm uma flora diferente dos americanos ou dos chineses. Ninguém sabe por quê. Ainda.

Uma metrópole com 1 quatrilhão de indivíduos

O corpo humano é um ecossistema. Em média, nosso organismo tem 100 trilhões de células humanas humanas - e um número dez vezes maior de bactérias de centenas de espécies. O Projeto Microbioma Humano vai mapear o DNA dessa flora, crucial para sustentar nossa vida. Abaixo, quantas espécies habitam cada região do corpo e quais são suas funções


Retirado de: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI107388-15224,00-UMA+CIDADE+CHAMADA+VOCE.html

domingo, 29 de novembro de 2009

O Twitter na nova Educação

O Twitter é uma ferramenta de microblogging que permite a troca de mensagens, com até 140 caracteres. Provavelmente, você já leu esta definição em dezenas e dezenas de artigos. Muitos deles ensinando como redigir o conteúdo a ser compartilhado; outros questionando as funcionalidades desta rede social.
A nova Educação, calcada principalmente nos elementos humanos e na real troca de experiência, exige um planejamento preciso. Dessa forma, um olhar crítico sobre os recursos tecnológicos disponíveis deve ser uma prática permanente. Portanto, entender as funcionalidades e sua essência é requisito básico. Caso contrário, não se tem eficácia. Parece óbvio, mas poucos fazem desta forma!
Na maioria das vezes, no Twitter, mensagens sem propósitos povoam as páginas; usuários seguem outros sem qualquer critério; e links são postados sem acrescentar conteúdo. Na área de Educação, por exemplo, é comum lermos mensagens questionando a qualidade do ensino ("O ensino no Brasil tem qualidade?") ou defendendo a sua importância ("Educação é fundamental"). Mas poucas apresentam soluções ou caminhos a serem seguidos para obter resultados significativos. Talvez isso ocorra porque poucos conhecem a verdadeira utilidade das ferramentas sociais: propagar discussões e, ao mesmo tempo, oferecer elementos para o aprimoramento contínuo.
Neste contexto, as poucas ações sérias e de qualidade merecem destaque. O Colégio Bandeirantes, por exemplo, utiliza o Twitter para divulgar informações dos departamentos, curiosidades e convites. Com mais de 500 seguidores, o @colband, além de noticiar informações institucionais, segue especialistas e repassa para os alunos as últimas tendências.
Com uma proposta clara ("o nosso propósito de formação integrada valoriza o desenvolvimento de potencialidades intelectuais e afetivas dos nossos alunos"), o Twitter do Colégio Bandeirantes foi estruturado após muito planejamento e é decorrência de uma ampla pesquisa da instituição para a escolha do conteúdo a ser propagado. O resultado: alunos seguem, propagam as informações divulgadas pelo @colband e têm a oportunidade de enviar mensagens diretas para o Twitter, tirando dúvidas e fazendo considerações.
Outras instituições de ensino também estão se relacionando de forma efetiva no Twitter – embora com mais timidez do que o @colband:Parthenon (@tparthenon), com 157 seguidores; Bilac (@colegiobilac), com 90 seguidores; e Dante Alighieri (@colegiodante), com 270 seguidores.
No Brasil, ações eficazes como estas e do Colégio Bandeirantes são muito limitadas. Já no exterior, são mais evidentes. Além dos colégios aderirem à ferramenta para propagar informações, os próprios alunos estão sendo incentivados a utilizá-la. O The Guardian noticiou, recentemente, que ensinamentos relacionados ao Twitter farão parte do currículo das escolas primárias do Reino Unido.
No Brasil, essa revolução deve demorar para acontecer. Por aqui, começou, recentemente, o debate de estudos antigos, como, por exemplo, o "Can we use Twitter for educational activities?" ("Podemos usar o Twitter para atividades educacionais?", em português). Detalhe: o documento foi lançado pelas pesquisadoras Gabriela Grosseck e Carmen Holotescu em 2008, atestando, de certa forma, a falta de agilidade brasileira.
O estudo defende, por exemplo, a necessidade de se twittar dentro das salas de aulas, promovendo a rápida discussão de temas, e reforça a necessidade do Twitter ser utilizado como ferramenta educacional. Outras dicas interessantes: compartilhamento de vídeos de aprendizagem; reenvio de tweets interessantes e divulgação de mensagens com os links do site, blog ou podcast da instituição de ensino.
Não esqueça: faça enquetes, abra discussões, troque experiências com os alunos e aproveite a oportunidade para despertar o senso crítico e o poder de síntese dos discentes – uma das competências mais privilegiadas hoje no mercado de trabalho.
Mais importante do que divulgar informações é fazer com que a mensagem seja compreendida de forma clara, simples e sintética! No próximo artigo, falaremos sobre as outras ferramentas que discutem as novas tecnologias aplicadas à Educação. Enquanto isso, explore oNING. Lá, há comunidades interessantes sobre Educação, novas tecnologia e inclusão digital. Aproveite!

(*) Luciana Maria Allan é diretora do Instituto Crescer Para a Cidadania e doutoranda na Faculdade de Educação da USP. E-mail:luciana@institutocrescer.org.br

sábado, 28 de novembro de 2009

Ética e Cidadania

Em consonância com a função social da escola, as
Diretrizes Curriculares Nacionais indicam como primeiros
objetivos do ensino fundamental que as escolas deverão
estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas:
– os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade,
da solidariedade e do respeito ao bem comum;
– os princípios políticos dos direitos e deveres de
cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à
ordem democrática;
– os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade
e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.
Não há dúvida de que atingir esses objetivos tem
constituído um grande desafio para todos os educadores e
e d u c a d o ras: docentes, direção, equipes técnicas,
funcionários, funcionárias, pais e mães. No entanto, fica
cada vez mais claro que o espaço escolar é um lugar
privilegiado para a formação do cidadão e da cidadã, tendo
em vista o convívio social e a possibilidade de viver
experiências educativas, conduzida por profissionais
formados para esse fim.
Quando se pensa na formação integral do cidadão e da
cidadã, os conteúdos da educação escolar devem ser
considerados em sua totalidade, ou seja:
– Fatos e conceitos – o que os estudantes devem aprender
a conhecer;
– procedimentos – o que os estudantes devem aprender a
fazer;
– valores, atitudes e normas – o que os estudantes devem
aprender a ser e de que necessitam para aprender a
viver juntos.
Esta proposta de trabalho está articulada de forma coerente
com as idéias expostas acima e procura mostrar aos
professores como eles podem se organizar e se preparar
para desenvolver no espaço escolar e na comunidade ações
educativas relativas à ética e à cidadania.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Drogas: o perigo ronda as escolas

"Já experimentei maconha, ecstasy, LSD e lança perfume, sempre em festas e na companhia de amigos. Na minha escola, entre os mais velhos, difícil é achar quem nunca usou nenhuma dessas coisas". A declaração é de uma garota de apenas 14 anos, que estuda em um colégio de classe média de São Paulo. Há ainda um dado a ser acrescentando na já preocupante relação entre jovens e drogas: a escola, local onde crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo, vem se tornando a porta de entrada para o mundo da experimentação.

"É ali que os jovens aprendem a beijar e têm sua iniciação sexual, mas também pode ser ali o lugar onde eles terão o primeiro contato com as drogas", afirma Ronaldo Laranjeira, psiquiatra e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). "Geralmente, a experiência começa com drogas legais, como álcool, tabaco e cola de sapateiro. Em seguida, entram as drogas ilícitas e, entre essas, a maconha está em primeiro lugar quando se trata de ambiente escolar."

Não há números globais sobre a penetração das drogas na escolas brasileiras. Contudo, a impressão generalizada e os dados esparsos indicam que ela avança. "Pesquisas locais já apontavam para o uso precoce dessas substâncias", revela Paulina Vieira Duarte, titular da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

Aula anti-droga - O problema já bateu às portas da cúpula da educação pública no Brasil. Prova disso é que, no próximos dia 17, professores de todo o país encerrarão um curso de capacitação à distância para lidar com o assunto. A ação é uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC), a Universidade de Brasília (UnB) e a Senad.

O objetivo é formar profissionais capazes de abordar adolescentes já usuários de drogas e conscientizar aqueles que ainda não se envolveram com esse tipo de problema. Constam do treinamento também orientações sobre como lidar com uma constatação crescente: o consumo e eventualmente até o tráfico de drogas se dá dentro dos muros da escola.

O crescimento do números de profissionais treinados pelo MEC dá uma ideia da evolução desses problemas: em 2004, na primeira edição da capacitação, foram 5.000 educadores provenientes de mil escolas públicas do país. Neste ano, serão 25.000, de 4.658 unidades de todos os estados.

"A ainda há uma demanda reprimida de mais de 15.000 vagas", afirma Paulina, da Senad. "Precisamos preparar os professores para que eles saibam abordar o problema de drogas nas escolas, além de realizar o encaminhamento adequado para a rede de serviços de atenção a usuários e seus familiares".

De acordo com pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, 57% dos jovens entre 12 e 17 anos consideram que obter drogas em "qualquer momento" é "muito fácil". Em 2001, 48,3% já tinham ingerido álcool; três anos depois, eram 54,3%. O consumo de maconha também subiu: de 6,9%, em 2001, para 8,8% em 2005.

Por Marina Dias

Retirado de: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/vestibular/drogas-perigo-ronda-escolas-512659.shtml

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Será que vale a pena? (Escrito por Márcio Pires em Setembro de 2003)

Um dia me perguntei se valeria apena? Comecei a pensar no que fazer para que valesse a pena. Vale a pena sorrir? Vale a pena amar? Por quê? Um sorriso, mesmo desconhecido, também me alegra, me emociona e faz com que meu dia seja melhor. Sem que ninguém perceba, também abro um enorme sorriso, mesmo que interiormente. A alegria e a felicidade são contagiantes. Mesmo de outros. Mesmo de anônimos. Mas a felicidade não pode ser anônima. E o amor? É gostoso amar. Temos medo dele. É um fantasma que mesmo quando pensamos estar enterrado, volta e nos assombra com a força de um vulcão em plena errupção. Causa-nos dor, e tudo que dói nos causa temor. Mas é um medo que afaga a alma, que mesmo quando fere nos faz falta. Infinitamente justificável toda a sua fúria: "fogo que queima sem se ver", "ferida que dói e não se sente", "contentamento descontente", como uma droga que vicia e sempre exige uma dose maior. Depois de tudo, descobri que vale a pena. Ou para você não vale?

domingo, 22 de novembro de 2009

Mamografia: ninguém me convence a esperar até os 50

Algumas razões para fazer o exame mais cedo

POR CRISTIANE SEGATTO

A partir de que idade as mulheres devem começar a fazer mamografia? Aos 40 ou aos 50? Essa é uma das grandes controvérsias recentes da medicina. Na última década, foram divulgados vários estudos e recomendações conflitantes. Nos últimos dias, a discussão recomeçou. Os especialistas debateram. E, como sempre, as mulheres ficaram sem saber em quem acreditar. A confusão começou quando um painel de especialistas em prevenção que faz recomendações ao governo americano divulgou uma nova diretriz. Segundo o grupo, mulheres que não pertencem ao grupo de risco (sem histórico familiar de câncer de mama, exposição repetida à radiação ou mutação genética específica) devem começar a fazer mamografia a partir dos 50 anos e repeti-la a cada dois anos. A recomendação atual é fazer o exame anualmente a partir dos 40. O painel concluiu que nos Estados Unidos há excesso de exames. Isso significa desperdício de dinheiro e pouco benefício. Os especialistas reconhecem que a mamografia salva vidas de mulheres na faixa dos 40 anos. Mas, nesse grupo etário, o custo-benefício é pouco favorável. Nos Estados Unidos, uma morte é evitada a cada 1.904 mulheres que fazem mamografia dos 40 aos 49 anos. O resultado é um pouco melhor no grupo de 50 a 59 anos: uma morte é evitada a cada 1.339 pacientes. O benefício se torna inequívoco na faixa de 60 a 69 anos: uma morte é evitada a cada 377 pacientes submetidas ao exame. A mudança proposta nos Estados Unidos visa combater o excesso de exames, biópsias e tratamento desnecessários. A justificativa: quando o exame aponta algum sinal suspeito de tumor maligno, o médico pede uma biópsia. Muitas mulheres sofrem o desconforto e o stress de se submeter ao procedimento quando na verdade não têm câncer. Em outros casos, o câncer é confirmado. A mulher enfrenta um tratamento agressivo (quimioterapia e radioterapia) para conter a doença. Acontece que alguns tumores crescem tão lentamente que – mesmo sem serem combatidos – não matam. Ou seja: a mulher morre de outra causa antes que o tumor tenha tempo de causar danos.


Extraído de: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI105829-15230,00-MAMOGRAFIA+NINGUEM+ME+CONVENCE+A+ESPERAR+ATE+OS.html

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Eram dois... restou um... (Escrito por Márcio Pires em Agosto de 2003)

Tudo o que queria era ser feliz...
Procurava alguma coisa ou alguém.
Encontrou...
Mas era ele e ela...
E ainda não estava satisfazendo toda a
sua expectativa.
Não entendia o por que. (Por quê?)
Encontrava o seu alguém, mas não se
encontrava.
O que estava faltando?
Assim como o clarão de um relâmpago,
sem que esperasse, viu tudo clarear-se
a sua frente.
Percebeu a sutil diferença entre estar feliz
e infeliz.
Quando?
No dia em que percebeu que já não eram
mais ele e ela, eram eles.
E, quando passou a dizer, não eu e ela, mas nós, encontrou o caminho para a felicidade.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O tempo (Escrito por Márcio Pires em Agosto de 2003)

Vários caminhos cruzamos em nossa vida,
e vários ainda cruzaremos.
As estradas nem sempre nos levam onde queremos...
Ao chegarmos a lugares onde impera a tristeza,
o desamor, a infelicidade, não devemos ali parar e
nos acomodar, nos acostumar com aquilo
que não nos agrada, que nos deixa infeliz.
A tristeza, a infelicidade, o desamor, não são
estados permanentes, passam.
Mas quando nossa alma se sentir assim,
que devemos fazer?
Brigar com a vida e piorarmos ainda mais o
nossa estágio atual?
Para estes males da alma, abstratos, não encontramos
remédio em farmácias e drogarias.
Não adianta dizer que uma coisa substitui a outra.
Experimente substituir o amor de mãe.
Para trazer de volta aquilo que supostamente perdemos
no decorrer da vida e nunca nos será devolvido,
não há o que fazer.
O único remédio que eu conheço para curar ou
até mesmo amenizar a dor da alma é o tempo.
Nós não mudamos nada, o tempo faz tudo para nós.
O tempo leva o seu amor, o tempo traz o seu amor.
Então, quando estiveres deprimido(a), tome uma injeção
de tempo e relaxe, tudo vai passar.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Passei... (Escrito por Márcio Pires em Junho de 2010)

O universo ficou menor no dia de hoje
A estrela mais longínqua está a nosso alcance
Hoje tudo ficou possível, mas ao mesmo tempo inatingível
Um sorriso criança explica tudo.
Mas a saudade causa embaraço.
Então eu paro, penso e me pergunto:
E amanhã? A saudade ou a solidão?
Me encolho em meu minúsculo universo,
Abraço aquela estrela que está tão próxima,
Mas mesmo ela, não aquece meu coração.
Então a tristeza, que sempre nos ronda,
Tentando deixar em meu peito aquele enorme vazio,
Apodera-se de forma violenta de mim.
E nesse momento tudo fica distante.
É desesperador o limbo da solidão.
Pareço ouvir distante um tilintar.
Até que percebo o telefone...
Será um(a) salvador?
De repente o alívio...
Foi um sonho (pesadelo)...
Paro, penso... me pergunto:
Sonho? Ou realidade?

Por Márcio Pires (Junho de 2003)

sábado, 14 de novembro de 2009

Um ser humano melhor a partir da Educação

É a partir da educação, da formação e da cultura, enfim, do modelo de vida de um povo, que se torna possível compreender a história, onde a educação e o homem sempre estiveram trilhando passos conjuntos. Neste sentido, percebemos que não apenas o valor, mas toda a concepção que temos de homem, só é possível porque possuímos em nossa essência o princípio da educação. A educação está envolvida em tudo que diz respeito ou refere-se a nossa vida, desde as condições de nossa inserção no mundo material, no mundo social e cultural, até a inserção no mundo de nossos sentimentos e emoções. Em tudo a educação é referência. O homem é um ser essencialmente histórico, político, social e cultural. Por isso, a educação não pode ser isolada dessa realidade. Ela faz parte de todo o círculo que envolve a natureza humana, assim não deve ser vista simplesmente como uma disciplina curricular. Pelo contrário, educação é justamente um processo contínuo de formação e inculturação. Muito diferente de ser uma fase ou etapa que termina com o ingresso do homem na fase adulta ou no trabalho, ela acompanha o destino do ser humano em todas as idades, até seu fim último. A educação deve acompanhar e formar o homem em sua totalidade, de modo que ele esteja à altura das funções que lhe incumbem nesta vida, e até mesmo prepará-lo para a morte. Através do princípio da educação, o homem impulsiona o conhecimento e a descoberta do outro. É o caminho do homem consigo mesmo e com a história que ele mesmo constrói. Portanto, a educação é o foco central da descoberta e investigação da história humana, enquanto busca pela essência e valor do ser humano. A educação deve ser observada como manifestação histórica da cultura que herdamos ao longo de todo o processo e que foi passando de geração em geração. Ela é, acima de tudo, o meio pelo qual o povo recria perpetuamente as condições da própria existência, transmitindo firmemente suas crenças, valores e habilidades. Neste sentido, vale lembrar que a educação não se reduz à mera transmissão de saberes; mas ela faz parte da dinâmica de construção cooperativa do homem. Portanto, educação entendida nesta ótica seria reconduzir o ser humano para que ele se descubra como valor-fonte de toda experiência possível. Educar é mostrar que a semente do conhecimento está dentro de cada indivíduo, e só depende dele para produzir frutos. Neste processo de reconhecimento sobre o papel da educação, podemos afirmar que a mesma serviu desde o início da humanidade como farol, fazendo com que os valores se agregassem às novas conquistas, renovando-se continuamente. O sentido primordial da educação está reservado aos seres humanos, pois a educabilidade é uma dimensão que caracteriza o homem. É um compromisso humano. Poder-se-ia dizer que é o mais humano e mais humanizado de todos. O homem vai transformando-se em homem pela aprendizagem que vai adquirindo. A educação é central na história do homem e é a partir dela que o indivíduo vai se desenvolvendo e tornando-se numa pessoa socialmente reconhecida e aceita dentro de um determinado grupo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Falta Luz...

Não posso falar pelo resto do Brasil, talvez nem pelo restante dos municípios goianos, mas posso falar pela cidade onde eu resido, Água Limpa. Aqui vivemos uma situação difícil e inusitada (penso eu). Ontem (10/11/2009) foi dia de apagão em grande parte do Brasil e por incrível que pareça, aqui a energia não acabou à noite, mas sim pela madrugada durante um temporal e assim ficou por quase todos o dia. Isso realmente acontece. Mas não posso reclamar de falta de energia provocada por fenômenos naturais. Mas posso reclamar de falta de energia sem motivo aparente. E o que é pior, a todo momento. Não me recordo de um dia sequer em que a energia elétrica aqui de casa não tenha acabado, mesmo que tenha acabado e voltado ao mesmo tempo. E isso é terrível para os equipamentos elétricos-eletrônicos que possuo e uso a todo momento (como o pc é claro). Pensei até em processar a CELG (a companhia de eletricidade aqui de Goiás), mas pensei que talvez ficasse mais caro que os inúmeros aparelhos eletrônicos que foram danificados e trabalhos perdidos por estas quedas bruscas de energia. São telefones sem fio, peças de computadores das mais variadas, etc. Enfim, será que ninguém vai olhar para nós e com um pouquinho de piedade resolver este problema? Ou será que isto é presságio de um apagão eminente e breve que assolará o Brasil? Deus nos proteja!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sobre a vida...

Nós humanos somos seres estranhos. Nunca estamos felizes com nada. Vivemos sempre buscando algo que não temos, e o que temos já não nos importa. Algo como: a felicidade está em um patamar acima do nosso e estamos sempre a buscá-la. Enfim, por mais que tenhamos bens, saúde, uma família, sempre falta algo. Que seja algo distante, que seja impossível, pois será isso que iremos desejar, ainda que o que precisamos, de fato, esteja ao alcance de nossas mãos. Carros, casas, bens, dinheiro, dinheiro. Seria essa a definição ideal de felicidade? Não sei, a resposta não é tão simples. Talvez a felicidade não se resuma nessas coisas, em bens materiais, embora estas coisas ajudem muito. Talvez, as coisas mais valiosas que temos, por mais démodé que seja, são amores. Não amores carnais apenas, paixões, mas sim amores, amores pelo simples viver, do amanhecer de um dia, de uma vida envolta de prazeres simplórios, e que não são necessariamente relacionados a dinheiro. Tá, reconheço que isso é filosófico demais, mas é realidade. Afinal, a vida deve ser encarada como um simplicidade impressionante, porque a vida é mesmo complexa. Mas é difícil ver simplicidade na vida, porque, aliás, a felicidade é, além de tudo, complexa. Quando criança, eu queria ser adulto, mas por que cargas d’água hoje eu gostaria de ser criança? Por que sentimos falta daquilo que tivemos, e que sempre desejamos descartar? Afinal, o que te faz feliz? O que nos faz feliz? O que é ser feliz? Talvez seja a esperança de saber que o amanhã poderá ser melhor, e é por isso que batalhamos hoje. É, talvez ser feliz seja isso: viver o que temos pra viver da maneira que podemos.

sábado, 7 de novembro de 2009

O papel de cada um...

A idéia de que o mundo está pronto e de que nele reside a reserva de conhecimento
(igualmente pronto) que precisamos adquirir construiu e manteve, durante séculos, uma
escola totalmente adaptada a esse modelo. Descrever o mundo, seus fenômenos,
processos e caracterizar os métodos e técnicas de intervenção nesse mundo sempre foi o principal papel da escola. Tudo sempre esteve muito bem “arrumadinho”: professor ensina algo inquestionável, aluno aprende e reproduz exatamente como aprendeu e todos são felizes para sempre, como nos contos de fada. Mas esse conto continua e depois do “final feliz”, tem início um período sombrio, recheado de incertezas, novos paradigmas e impulsionado pela mudança cada vez mais intensa e freqüente.
A expressão “dar aula” é fruto da era do “mundo pronto”. Num contexto de mundo
inacabado e em constante mudança nós não temos nenhuma aula a “dar”, mas sim a
construir, junto com o aluno. O aluno precisa ser o personagem principal dessa novela
chamada aprendizagem. Já não tem mais sentido continuarmos a escrever, dirigir e atuar nessa novela unilateral, na qual o personagem principal fica sentado no sofá, estático e passivo, assistindo, na maioria das vezes, a cenas que ele não entende. As novelas “de verdade” já estão incluindo o telespectador em seus enredos, basta observarmos a freqüência de pesquisas populares que norteiam o autor na composição de personagens e definição dos rumos da estória.
Dar aula cansa, frustra e adoece. Cansa porque precisamos manter os alunos quietos
e prestando atenção em algo que eles, geralmente, não sentem a mínima necessidade de
aprender. Para que eles supostamente aprendam (leia-se fiquem quietos, olhando para o
professor), muitas vezes desprendemos uma energia sobre-humana, que vem geralmente
acompanhada de frustração e desespero. A doença, é conseqüência direta dessa situação.
Aprender é fruto de esforço. Esse esforço precisa ser a busca de uma solução, de
uma resposta que nos satisfaça e nos re-equilibre. Na medida em que nos preocupamos
mais em dar respostas do que fazer perguntas, estaremos evitando que o aluno faça o
necessário esforço para aprender. Eis o passaporte para a acomodação cognitiva. Dar a
resposta é contar o final do filme. Poupa o sofrimento de vivenciar a angustia de imaginar diferentes e possíveis situações de exercitar o modelo de ensaio-e-erro, enfim, poupa o aluno do exercício da aprendizagem significativa.
Num contexto de “mundo pronto” a resposta fazia sentido. Num contexto de “mundo
em construção”, a resposta impede a aprendizagem. Além de que, a perspectiva do vir-a-ser exige busca constante. Se num mundo dinâmico paramos de buscar, saímos da sintonia desse mundo e nos desconectamos do processo global de desenvolvimento.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Porque é preciso mudar

Não são poucas as vezes ao longo de nossas existências que simplesmente sentimos que devemos mudar alguma coisa em nosso comportamento, em nossas atitudes, em nossas opiniões, em nossos conceitos.
Nem sempre se trata de grandes mudanças, nem sempre são estas urgentes ou graves, nem sempre são radicais. Os motivos que deflagram a necessidade de não mais permanecermos agindo ou vivendo da mesma forma é que determinarão a magnitude e a urgência das mudanças. Estas, nem sempre, são conscientes. Operam-se sem que conscientemente sintamos o processo. Mas já se sabe que grande parte de nosso comportamento, nossas atitudes e nossas reações constitui reflexos, num primeiro momento, pelo menos, do nosso inconsciente, e não do nosso consciente. Talvez por isto, conseguimos muitas vezes, apesar dos aparentes obstáculos (conscientes), mudar.
Entretanto, falemos aqui da mudança consciente. Algumas vezes, descobrimos que precisamos mudar um comportamento através de um conselho ou sugestão de um amigo. Outras, devido a uma experiência completamente inusitada e que nos trouxe conseqüências que nos levaram a repensar nossa vida. Existem ainda momentos em que descobrimos que alguma situação não mais nos satisfaz, ou que não estamos agindo da melhor forma, ou que um defeito nosso atrapalha não apenas nossa vida como também a vida dos que conosco convivem. E aí, queremos, devemos e muito provavelmente podemos mudar.
Nestes e em outros casos, o ponto de partida para a mudança e adoção de novo comportamento e novas atitudes será a adoção de uma outra visão, uma nova postura, um caminho diferente, quando não totalmente contrário ao que viemos palmeando.
Mas como é difícil mudar!! Trata-se de arrancar hábitos longa e cuidadosamente arraigados, interromper vícios que nem percebíamos ter e desaprender e descontinuar vários comportamentos que, por ignorância, julgávamos corretos. E, conseqüentemente, toda uma vida estruturada nesses hábitos, vícios e comportamentos será modificada, muito ou pouco. Ou quase totalmente.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Como aprender...

Não é novidade que os alunos não são iguais, não aprendem da mesma maneira e não fazem as coisas segundo um mesmo padrão. No entanto, a escola insiste em tratar uma sala de aula como sendo uniforme, assumindo que todos assimilam a informação do mesmo modo. O quanto realmente os alunos diferem em termos da capacidade de aprender ou em termos de assimilação de informações só fica evidente no cômputo das tarefas realizadas, em termos de notas nas provas ou nas tarefas. Porém, essas diferenças são muito mais complexas e com implicações mais profundas do que as diferenças nas notas no final do semestre.
Um ambiente de aprendizagem, no qual todos (alunos e professor) tenham consciência de como aprendem, reflitam e conversem sobre suas próprias preferências de aprendizagem, observem quais fatores podem interferir positiva ou negativamente, certamente propiciará mais oportunidades de desenvolvimento de estratégias que auxiliarão a todos os envolvidos tornarem-se aprendizes mais capazes de lidar com as diferenças individuais e com as variadas situações de aprendizagem na escola e na vida.
Com isto, o professor vai conhecendo seu aluno e ajudando-o a tornar-se consciente das suas preferências de aprendizagem. A idéia é que o próprio aluno, ao longo da sua vida na escola (e fora dela) possa ir certificando-se de como aprende e desenvolvendo habilidades e estratégias que o tornem um aprendiz mais eficiente nos diferentes ambientes de aprendizagem que encontrar. À medida que ele vai se conhecendo ele pode ir adequando suas preferências de aprendizagem às atividades que realiza e vice-versa.

domingo, 1 de novembro de 2009

Baicar CD Eduardo Costa "Tem tudo a ver" 2009 - Clique Aqui

Música de qualidade...

Dia de Finados II

"É mais fácil suportar a morte sem pensar nela do que suportar o pensamento da morte sem morrer." (Blaise Pascal)
"Você possui apenas aquilo que não perderá com a morte; tudo o mais é ilusão." (Autor desconhecido)
"Os homens temem a morte como as crianças temem ir no escuro; e assim como esse medo natural das crianças é aumentado por contos, assim é o outro." (Francis Bacon)
"Existem três tipos de pessoas: as que se preocupam até a morte, as que trabalham até morrer e as que se aborrecem até a morte." (Winston Churchill)
"Nesse mundo, nada é certo alem da morte e dos impostos."
(Benjamin Franklin)
"A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender."
(Albino Teixeira)
"O homem fraco teme a morte, o desgraçado a chama; o valente a procura. Só o sensato a espera." (Benjamin Franklin)
"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."
(Friedrich Nietzsche)
"O objetivo da vida é criar melhor defesa contra a morte." (Primo Levi)
"Se pudesse viver novamente, na próxima vida tentaria cometer mais erros." (Jorge Luis Borges)
"Não é de morrer que tenho medo. É de não vencer." (Jacqueline Auriel)
"Todos querem ir para o céu, mas ninguém quer morrer." (Autor desconhecido)
"Morrer, só se morre só. O moribundo se isola numa redoma de vidro, ele e a sua agonia. Nada ajuda nem acompanha." (Rachel de Queiroz)
"Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada." (Fernando Pessoa)
"Se deixo errar meus pensamentos, não encontro ninguém. O melhor, afinal de contas é a morte." (Lou Andreas Salomé)
"- A vida vale a pena? Isso não é pergunta que se faça a um homem, mas a um embrião." (Samuel Butler)
"Senhor, ensina-me a viver de modo a temer o túmulo tão pouco quanto minha cama." (Thomas Ken)
"A diferença entre sexo e morte é que com a morte você pode fazê-lo sozinho e ninguém irá rir de você." (Woody Allen)

Dia de Finados I

Um dos cultos mais antigos e que esteve presente em quase todas as religiões, em especial as mais antigas é o culto aos mortos. A principio era ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Para os mais antigos, os mortos eram como sementes, e por isso eram enterrados com vistas à ressurreição.
O dia dos mortos na prática da Igreja Católica surgiu como uma ligação suplementar entre mortos e vivos. O mundo em geral, tanto religiosos como profano aderiu a tal prática. No século I, os cristãos visitavam os mortos em seus túmulos para rezar pelos que morreram, mas iam apenas ao tumulo dos mártires.
Já no século V, um dia do ano era dedicado para rezar por todos os mortos, a igreja rezava por aqueles que ninguém mais lembrava. Exatamente no século X, a Igreja Católica estabeleceu um dia oficial para os mortos (Dia de Finados). Foi a partir do século XI, que os papas Silvestre II, João XVII e Leão IX passaram a forçar a comunidade a dedicar um dia aos mortos.
No século XIII, tal data passou a ser comemorada no dia 2 de novembro, pois no dia 1º de novembro é a festa de Todos os Santos (celebra todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados). Atualmente as pessoas comemoram o dia dos mortos, levando flores aos túmulos e participam dos eventos ecumênicos de tal data.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Rousseau e a Educação

Rousseau viveu num mundo de repressões e perseguições e nós vivemos num mundo de incertezas que, inevitavelmente, temos e precisamos de saber conviver com elas. E infelizmente é algo que também tem que fazer parte da educação das crianças e dos jovens da nossa era. Eles precisam de se conscientizar nas incertezas para que saibam contorná-las em qualquer momento. A aprendizagem tem um sentido de preparação para as ações concretas, pois tem que ter o sentido da realidade, ter em conta os fatos, as circunstâncias e não a transcrição mecânica de valores ou normas gerais. O agir corretamente é o resultado de um projecto de aprendizagem, uma tarefa que resulta da educação e não o resultado de ‘prescrições comerciáveis’ para transferir para o educando. Portanto, a educação não pode gerar nos educandos um conjunto acabado de virtudes direcionadas para a justiça, para a solidariedade ou para o respeito pelo próximo e por tudo aquilo que o rodeia. Ou seja, não é pela educação que nos tornamos pessoas justas. A educação pode abrir ao educando o mundo do agir moral através de processos pedagógicos, que o ajudem a refletir e a comunicar sobre proposições morais inerentes ao ambiente social e cultural em que se vive. No entanto, isto não quer dizer que as tentativas de introdução dos educandos no ‘mundo moral’ e a sua familiarização com as expectativas de comportamento culturalmente estabelecidas por esse mundo, sejam sinônimo de conformidade com esses comportamentos, pois sabemos de antemão que um fato é aquilo que o mundo moral ‘reza’, e outro fato é a realidade concreta. Ou seja, a educação não tem como garantir resultados, pois a ação e o comportamento concretos realizam-se no contexto de várias circunstâncias e determinações. As crianças podem ser introduzidas no mundo moral mas os seus comportamentos não podem de modo algum ser predefinidos. A educação moral tem regras com conteúdos precários que são moldados num mundo de circunstâncias, mas à luz de normas éticas mais gerais e estas normas não têm qualquer especificação de validade mas insinuam a necessidade de como, em determinadas circunstâncias, as devemos viver ou mesmo transgredir mediante justificação. E todos nós temos consciência de que é realmente assim. Portanto, há que ter em conta que a educação moral não serve para que as crianças e jovens ‘internem’nas suas mentes normas supostamente corretas, mas sim para que aprendam e tenham consciência de que, em circunstâncias concretas, essas normas são necessárias para salvaguardar os princípios mínimos da vida em comum, tal como o respeito pela vida, pela dignidade do outro e pelo meio ambiente.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O sentido do matrimônio

O café da manhã que mamãe preparava era maravilhoso! Embora fôssemos uma
família humilde, minha mãe sempre preparava com muito carinho a primeira
refeição do dia. Era ovo frito com farinha, outro dia era ovo escaldado,
depois era bife com pão, lingüiça com ovo e pão... Tudo feito com
simplicidade.

Ao acordar, naquela manhã, quando retornei da 'lua-de-mel', para ir ao
trabalho, pensei que encontraria a mesa posta, o café da manhã preparado.
Como estava acostumado com a casa da mamãe, pensei que acordaria com
aquele gostoso cheirinho que vinha sempre da cozinha lá de casa.

Olhei para o lado e vi minha esposa, SOL, dormindo profundamente. Feito um
anjinho - de pedra! Raspei a garganta, fiz barulho tentando acordá-la.
Nada!
Fui para o trabalho irritado, de barriga vazia. O local do trabalho ficava
a uns cinco minutos do apartamento que alugávamos.

Ao me sentar na mesa de trabalho, sentindo a estômago roncar, abri a
Bíblia no seguinte trecho: 'O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também
a eles' (Lc. 6:31).

Disse pra mim mesmo: 'O Senhor não precisa dizer mais nada'. Lá pelas nove
horas da manhã, hora em que se podia tirar alguns minutos para o café, dei
um jeito de ir até o apartamento, não sem antes passar em uma padaria e
comprar algumas guloseimas. Preparei o café da manhã e levei na cama para
SOL. Ela acordou com aquele sorriso tão lindo!

Estamos para completar Bodas de Prata. Nesses quase vinte e cinco anos de
casamento, continuo repetindo esse gesto todos os dias. E com muito amor!
Estou longe de ser um bom marido, mas a cada dia me esforço ao máximo...
Tenho muito a melhorar, tenho de ser mais santo, mais paciente, mais
carinhoso. Sinto-me ainda longe disso, pois o modelo que estou mirando é
Jesus: 'Maridos, amai a vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se
entregou por ela' (Ef 5,25)

O matrimônio é um desafio, pois a todo o momento temos que perdoar e pedir
perdão.

A cada dia temos que buscar forças em CRISTO, pois, sem Ele, nada podemos
fazer (Jo 15,5). Quando Paulo se despedia dos cristãos em Éfeso, citou uma
bela frase de Jesus: 'É maior felicidade dar que receber' (At 20,35).
Quando se descobre isso no matrimônio, descobre-se o princípio da
felicidade.

Por que muitos casamentos não têm ido adiante? Porque o egoísmo tomou
conta do casal. É o 'cada um por si' que vigora. Estamos na sociedade do
descartável: copo descartável, prato descartável, etc. Pessoas não são
descartáveis, porém, o que não é descartável precisa ser cuidado para ser
durável.

O mundo precisa do testemunho dos casais de que o matrimônio vale a pena!
E, para que isso aconteça, é necessário um cuidado amoroso e carinhoso por
parte do marido e da esposa. Ambos têm o dever de cuidar um do outro com
renovados gestos de carinho e perdão diariamente.

É preciso declarar, todos os dias o amor, em gestos e palavras. A primeira
palavra que sempre digo para minha esposa ao iniciar o dia é: 'Eu amo
você'. Não é fácil dizer isso às vezes, pois muitas vezes acordo de mal
comigo mesmo. Então, faço uma oração pedindo ao Espírito Santo e Ele me dá
a força do amor para aquele dia. Recebo de Deus a força do perdão. Faça isso
agora também. Declare seu amor!

Aos solteiros e aos que ainda não se casaram, quero dizer o seguinte: 'Se
você estiver pensando em se casar para ser feliz, não se case! Fique como
está, solteiro mesmo'. Mas, se sua intenção é casar, só se for para fazer alguém
feliz, e não para ser feliz, nesse caso case-se e você será a pessoa mais feliz do mundo! O segredo da
felicidade é fazer o outro feliz! Quem disse isso foi Aquele que mais
entende de felicidade: 'DEUS'.

domingo, 25 de outubro de 2009

Seis ou treze coisa que eu aprendi sozinho

1
Gravata de urubu não tem cor.
Fincando na sombra um prego ermo, ele nasce.
Luar em cima de casa exorta cachorro.
Em perna de mosca salobra as águas se cristalizam.
Besouros não ocupam asas para andar sobre fezes.
Poeta é um ente que lambe as palavras e depois se alucina.
No osso da fala dos loucos têm lírios.

3
Tem 4 teorias de árvore que eu conheço.
Primeira: que arbusto de monturo agüenta mais formiga.
Segunda: que uma planta de borra produz frutos ardentes.
Terceira: nas plantas que vingam por rachaduras lavra um poder mais lúbrico de antros.
Quarta: que há nas árvores avulsas uma assimilação maior de horizontes.

7
Uma chuva é íntima
Se o homem a vê de uma parede umedecida de moscas;
Se aparecem besouros nas folhagens;
Se as lagartixas se fixam nos espelhos;
Se as cigarras se perdem de amor pelas árvores;
E o escuro se umedeça em nosso corpo.

9
Em passar sua vagínula sobre as pobres coisas do chão, a
lesma deixa risquinhos líquidos...
A lesma influi muito em meu desejo de gosmar sobre as
palavras
Neste coito com letras!
Na áspera secura de uma pedra a lesma esfrega-se
Na avidez de deserto que é a vida de uma pedra a lesma
escorre. . .
Ela fode a pedra.
Ela precisa desse deserto para viver.

11
Que a palavra parede não seja símbolo
de obstáculos à liberdade
nem de desejos reprimidos
nem de proibições na infância,
etc. (essas coisas que acham os
reveladores de arcanos mentais)
Não.
Parede que me seduz é de tijolo, adobe
preposto ao abdomen de uma casa.
Eu tenho um gosto rasteiro de
ir por reentrâncias
baixar em rachaduras de paredes
por frinchas, por gretas - com lascívia de hera.
Sobre o tijolo ser um lábio cego.
Tal um verme que iluminasse.

12
Seu França não presta pra nada -
Só pra tocar violão.
De beber água no chapéu as formigas já sabem quem ele é.
Não presta pra nada.
Mesmo que dizer:
- Povo que gosta de resto de sopa é mosca.
Disse que precisa de não ser ninguém toda vida.
De ser o nada desenvolvido.
E disse que o artista tem origem nesse ato suicida.

13
Lugar em que há decadência.
Em que as casas começam a morrer e são habitadas por
morcegos.
Em que os capins lhes entram, aos homens, casas portas
a dentro.
Em que os capins lhes subam pernas acima, seres a
dentro.
Luares encontrarão só pedras mendigos cachorros.
Terrenos sitiados pelo abandono, apropriados à indigência.
Onde os homens terão a força da indigência.
E as ruínas darão frutos.


de Manoel de Barros

sábado, 17 de outubro de 2009

Lamento de um Professor (Dias dos Professores - 15 de outubro)

Estamos construindo um escola pública capaz de ajudar nossos jovens?
Estamos construindo um país melhor?
Nos acomodamos sobre a nossa própria ignorância e ainda acreditamos que "fazemos a nossa parte".
Na maioria das vezes não construímos nada,
porque para construir precisamos discutir, debater,
mas ao contrário disso preferimos impor.
E quando pensamos que não poderia ser pior, vemos que ainda pode...
Nossos alunos em sua maioria preferem assim,
preferem ganhar pronto, não querem ter o "trabalho" de construir, não querem debater...
Compram idéias prontas ao invés de criar suas próprias idéias...
Somos, então, os maiores reprodutores da terra... e estamos criando mais um contingente de reprodutores...
Nossos conteúdos são sempre os mesmos, nossas idéias por sua vez não mudam também...
Assim, também preferimos repetir ao invés de inovar.
Eu tenho um sonho...
Um sonho de união, de participação e de construção...
Nossa vida não pode se resumir a repetições infinitas...
Não pode se resumir a dias em branco...
E não pode se resumir a busca de uma felicidade que não existe...
Quando digo que não existe, quero dizer que não existe da forma como queremos acreditar...
Ela está dentro de nós, naqueles momentos em que construímos de fato razões para sorrir.
Então, depende de nós fazermos "nossa parte" para que a mudança realmente ocorra, que saia destas linhas e encontre a realidade.