quinta-feira, 30 de maio de 2013

Noções de Inclusão

Há várias maneiras de se compreender o processo de inclusão; uma delas é inserir socialmente um individuo contra o preconceito a sua volta. Seja ele por ser o indivíduo portador de necessidades especiais, obter ideologia religiosa, pertencer a classes sociais, raça ou cultura diferente, etc. Mas para que se possa entender o processo de inclusão deve-se compreender a falta dela. Atualmente, pode-se observar que o conceito sobre exclusão é muito amplo. Segundo AMARO (2004), "vários fatores pode levar alguém a ser excluído socialmente". Tais como: Fatores de natureza estrutural: Relacionado ao sistema econômico, desenvolvimento estrutural, ambientes dominantes, paradigmas culturais, etc. Fatores de âmbito local: condições que interferem no cotidiano do individuo. Como preconceitos culturais e sociais, mercado de trabalho, normas e comportamentos sociais, etc. Fatores de nível individual e familiar: Refere-se às situações pessoais e familiares, capacidades frustradas ou não valorizadas, situações de desemprego, grau de escolaridade, etc. Uma das formas de trabalhar esses fatores em sala de aula é por meio do processo teoria-prática. Paulo Freire relaciona a teoria e a prática de forma indivisível. Para Freire não faz sentido a elaboração de uma teoria sem uma prática condizente com a realidade do aluno, que não esteja relacionada com o meio que o indivíduo está inserido. E é a partir deste processo teoria-prática que será planejado e organizado o processo ensino-aprendizagem, cabendo ao professor transmitir para o aluno uma mensagem por trás de tudo que é trabalhado em sala de aula, seja leituras, viagens, músicas, jogos, etc. Mas que transmita para o aluno algo que o leve a fazer uma relação com suas experiências dentro e fora da escola de uma forma interpessoal e multidimensional. É formar um aluno ativo e participante não apenas nas semanas das provas. Propõe assim, que "falemos menos e trabalhemos mais", isto é, mais ação e menos teorias, o que na maioria das vezes ficam apenas no papel. Como por exemplo, alguns temas transversais do decálogo da educação em valores da LDB. Que seriam: Capacidade de convivência; Igualdade de direitos; Justiça; Respeito mútuo. Os temas citados são basicamente obrigatórios, mas praticamente não são cumpridos por todos, na maiorias das vezes por causa da falta do diálogo. Pode-se dizer que o diálogo é a palavra fundamental em toda e qualquer relação social. É uma forma de estar no mundo, convivendo com as outras pessoas e aprendendo sempre. Pois é por causa desta interação com as outras pessoas que somos seres sociáveis. E, para que este diálogo seja posto em prática na sala de aula, a escola tem que fazer uma leitura social através de cada geração, cada século, de cada cultura para poder adaptar a escola ao aluno de acordo com seu ambiente fora da mesma. Se o professor for parar para observar o motivo de muitos alunos tomarem determinadas atitudes dentro da sala de aula, ele irá ter a noção de que os alunos com problemas interpessoais não estão apenas nos livros dos professores ou nos noticiários, e sim que estes problemas e dificuldades estão bem vivos dentro e fora da escola. Sendo transmitido em seus alunos. Com isso, o professor irá perceber que cada aluno tem uma história de vida diferente, que cada um traz para a escola um pouco do que vivencia, e que não são uma ?tábua rasa? esperando apenas que o professor com sua educação bancária, deposite neles os conteúdos e espere o dia da prova para "sacar" exatamente a quantidade que foi depositada. Outra forma que também pode levar à exclusão é a educação da opressão. De acordo com Paulo Freire (1996), "Se recusa, de um lado, silenciar a liberdade dos educandos, rejeita, de outro, a sua supressão do processo de construção da boa disciplina." Ou seja, faz do aluno um oprimido que acha que tudo dito pelo seu opressor (professor) seja de certeza plena. Aos referentes lidos, pode ser afirmado que nenhum conhecimento é finito, isto é, o conhecimento não acaba quando o professor cala. O aluno não deve estar satisfeito apenas com o que lhe é dito pelo professor. Deve ter a paciência impaciente de sempre ir em busca de um algo mais, algo além do que lhe é transmitido. Com isso, o professor também deve ter a consciência de que o conhecimento é inacabado. De que o que seu aluno aprende não apenas o que ele ensina; e que tudo o que o aluno ? excluído ou não ? de hoje aprende, vai refletir na sociedade do amanhã. Sociedade essa em que todos vão fazer parte, e também as futuras gerações dos próprios professores. E para que seu aluno não se depare sendo mais um excluído entre tantos na sociedade, professor deve despertar no aluno uma autonomia. Dar ao mesmo o direito da decisão. E, a partir daí, mostrar-lhe que ele será o responsável pelos seus erros e atitudes diante do contexto cultural em que o mesmo está inserido. Assumindo o compromisso da liberdade. Tomando suas próprias decisões com um olhar critico perante a sociedade em que vive. Pode-se dizer que o paradigma da inclusão é, justamente, tornar a sociedade um ambiente agradável para convivência entre as pessoas com todos os tipos de inteligências e capacidades na luta pela realização de seus direitos. Para que o professor reconheça qual sua meta verdadeira com relação à educação de seus alunos é necessário que este se sinta realmente respeitado e valorizado perante todos da sociedade em que vive. Pois se qualquer pessoa que seja for desrespeitada por alguém, logo, a mesma irá inconscientemente ou não transmitir essa indignação pra todos à sua volta. Justamente como afirma Paulo Freire (1996), "o respeito que devemos como professores aos educandos dificilmente se cumpre, se não somos tratados com dignidade e decência pela administração privada ou publica da educação." Autor: Nancí da Silva Tavares Abreu

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Maioria dos métodos de estudar para provas não funciona, diz estudo.

Os métodos favoritos de se preparar para provas escolares não são os que garantem os melhores resultados para os estudantes, segundo uma pesquisa feita por um grupo de psicólogos americanos. Universidades e escolas sugerem aos estudantes uma grande variedade de formas de ajudá-los a lembrar o conteúdo dos cursos e garantir boas notas nos exames. Entre elas estão tabelas de revisão, canetas marcadoras, releitura de anotações ou resumos, além do uso de truques mnemônicos ou testar a si mesmo. Mas segundo o professor John Dunlosky, da Kent State University, em Ohio, nos Estados Unidos, os professores não sabem o suficiente sobre como a memória funciona e quais as técnicas são mais efetivas. Dunlosky e seus colegas avaliaram centenas de pesquisas científicas que estudaram dez das estratégias de revisão mais populares, e verificaram que oito delas não funcionam ou mesmo, em alguns casos, atrapalham o aprendizado. Por exemplo, muitos estudantes adoram marcar suas anotações com canetas marcadoras. Mas a pesquisa coordenada por Dunlosky - publicada pela Associação de Ciências Psicológicas - descobriu que marcar frases individuais em amarelo, verde ou rosa fosforescente pode prejudicar a revisão. "Quando os estudantes estão usando um marcador, eles comumente se concentram em um conceito por vez e estão menos propensos a integrar a informação que eles estão lendo em um contexto mais amplo", diz ele. "Isso pode comprometer a compreensão sobre o material", afirma. Mas ele não sugere o abandono dos marcadores, por reconhecer que elas são um "cobertor de segurança" para muitos estudantes. Resumos e mnemônicos Os professores regularmente sugerem ler as anotações e os ensaios das aulas e fazer resumos. Mas Dunlosky diz: "Para nossa surpresa, parece que escrever resumos não ajuda em nada". "Os estudantes que voltam e releem o texto aprendem tanto quanto os estudantes que escrevem um resumo enquanto leem", diz. Outros guias para estudo sugerem o uso de truques mnemônicos, técnicas para auxiliar a memorização de palavras, fórmulas ou conceitos. Dunlosky afirma que eles podem funcionar bem para lembrar de pontos específicos, como "Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, Seno A Cosseno B, Seno B Cosseno A", para lembrar a fórmula matemática do seno da soma de dois ângulos: sen (a + b) = sena.cosb + senb.cosa. Mas ele adverte que eles não devem ser aplicados para outros tipos de materiais: "Eles não vão te ajudar a aprender grandes conceitos de matemática ou física". Repetição Então, o que funciona? Somente duas das dez técnicas avaliadas se mostraram efetivas - testar-se a si mesmo e espalhar a revisão em um período de tempo mais longo. "Estudantes que testam a si mesmos ou tentam recuperar o material de sua memória vão aprender melhor aquele material no longo prazo", diz Dunlosky. "Comece lendo o livro-texto e então faça cartões de estudo com os principais conceitos e teste a si mesmo. Um século de pesquisas mostra que a repetição de testes funciona", afirma. Isso aconteceria porque o estudante fica mais envolvido com o tema e menos propenso a devaneios da mente. "Testar a si mesmo quando você tem a resposta certa parece produzir um rastro de memória mais elaborado conectado com seus conhecimentos anteriores, então você vai construir (o conhecimento) sobre o que já sabe", diz o pesquisador. 'Prática distribuída'​ Porém a melhor estratégia é uma técnica chamada "prática distribuída", de planejar antecipadamente e estudar em espaços de tempo espalhados - evitando, assim, de deixar para estudar de uma vez só na véspera do teste. Dunlosky diz que essa é a estratégia "mais poderosa". "Em qualquer outro contexto, os estudantes já usam essa técnica. Se você vai fazer um recital de dança, não vai começar a praticar uma hora antes, mas ainda assim os estudantes fazem isso para estudar para exames", observa. "Os estudantes que concentram o estudo podem passar nos exames, mas não retêm o material", diz. "Uma boa dose de estudo concentrado após bastante prática distribuída é o melhor caminho", avalia. Então, técnicas diferentes funcionam para indivíduos diferentes? Dunlosky afirma que não - as melhores técnicas funcionam para todos. E os especialistas acreditam que esse estudo possa ajudar os professores a ajudar seus alunos a estudar.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Escolas públicas terão prazo limite de até oito anos para alfabetizar crianças

O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (26), a Medida Provisória 586/12, que cria incentivos públicos para a alfabetização de todas as crianças com até oito anos de idade nas escolas públicas. O texto da medida será convertido em lei com a sanção da presidenta Dilma Rousseff. A MP viabiliza as ações do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, uma iniciativa do governo federal, em parceria com estados e municípios. O objetivo é alfabetizar as crianças ao final do 3º ano do ensino fundamental da educação pública básica e, no máximo, com oito anos. Tudo para garantir que, até essa idade, elas saibam escrever, ler e interpretar textos simples, além de dominar as operações matemáticas básicas. Aproximadamente 5.270 municípios já aderiram ao Pacto. O texto da MP estabelece o dia 31 de dezembro de 2022 como data limite para o cumprimento da meta de alfabetizar as crianças da rede pública até os oito anos de idade. O apoio financeiro, por exemplo, se dará pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o investimento na formação continuada dos professores alfabetizadores, a concessão de bolsas para os educadores e o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos, entre outras medidas. O Pacto O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. Isto significa que, aos oito anos de idade, as crianças precisam ter a compreensão do funcionamento do sistema de escrita; o domínio das correspondências grafofônicas, mesmo que dominem poucas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos; a fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos escritos. A alfabetização é uma das prioridades nacionais no contexto atual, pois o professor alfabetizador tem a função de auxiliar na formação para o bom exercício da cidadania. Para exercer sua função de forma plena é preciso ter clareza do que ensina e como ensina. Para isso, não basta ser um reprodutor de métodos que objetivem apenas o domínio de um código linguístico. É preciso ter clareza sobre qual concepção de alfabetização está subjacente à sua prática. Ao aderir ao Pacto, os entes governamentais se comprometem a alfabetizar todas as crianças em língua portuguesa e em matemática, realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo INEP, junto aos concluintes do 3º ano do ensino fundamental e, no caso dos estados, apoiar os municípios que tenham aderido às Ações do Pacto, para sua efetiva implementação.

Apenas cinco estados cumprem integralmente lei do piso dos professores

Apenas quatro estados e o Distrito Federal cumprem integralmente a Lei do Piso Nacional do Magistério (Lei 11.738/2008), informou a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Desde que foi sancionada, a lei é motivo de embate entre professores, governos estaduais e prefeituras. Prefeitos e governadores argumentam não ser possível pagar o valor proposto com os repasses atuais para a educação. O valor piso salarial nacional do magistério da educação básica em 2011 é de R$ 1.567. O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que, embora tenha sido editada em 2008, a lei tem validade a partir de abril de 2011, data quando a Corte confirmou sua legalidade. Os ministros atenderam a recursos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Ceará e Mato Grosso do Sul, que alegaram dificuldades para adaptar as finanças às novas regras. A decisão resolve dúvidas sobre a formação de passivo que poderia ser cobrado pelos professores pelos salários inferiores ao piso antes de 2011. De acordo com o presidente da CNTE, Roberto Leão, a decisão do STF não deixa mais nenhuma brecha para o descumprimento da lei. Estados e municípios que, desde abril de 2011, não estavam pagando o piso, poderão ser acionados na Justiça para o pagamento retroativo de 2011 até o presente momento. A categoria pretende se mobilizar para o cumprimento da lei com passeatas, e se necessário, greves. "Só queremos o cumprimento da lei, parece algo tão óbvio de se pedir", disse Leão. Além do valor do salário, a lei trata também sobre as condições de trabalho, estipulando, por exemplo, jornada de no máximo dois terços da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os alunos. Segundo a confederação, as únicas unidades federativas que cumprem a lei na totalidade são: Acre, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso e Rondônia . Mais dez estados cumprem parcialmente e oito descumprem a lei. O restante está em negociação com os sindicatos. O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) disse, em nota, que desde a aprovação da Lei 11.738/2008, os estados vêm ajustando os padrões de remuneração do magistério e acolhem "sem surpresa ou impacto" a decisão de hoje do STF. Na nota, o conselho diz que "todos [estados] já pagavam, em abril de 2011, o valor do piso aos seus professores com formação de nível médio na modalidade normal". Com relação à jornada de trabalho dos docentes, o conselho informou que "em breve" os estados também terão adotado o limite imposto pela lei - dois terços para interação com os estudantes e um terço para atividades. Em relação aos municípios, não há um levantamento que indique quantos estão em conformidade com a lei. Para a presidenta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, é "importante que todos os municípios garantam o piso para atrair novos profissionais e valorizar os que estão nas escolas". No entanto, "boa parte" deles não consegue pagar os salários. "Precisamos da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) e dos recursos dos royalties e do pré-sal para conseguir cumprir as metas de universalização da educação do próprio plano".