quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO!

Repense sua vida por um 2015 melhor

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre
dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa
apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a
aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E
começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante,
com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume
de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se você ficar exposto
por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá- la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva anos para construir confiança e segundos para destruí-la, e você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da sua vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas
distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você
tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram
escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os
amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada , e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que a vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influencia sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o
melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer
ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser
flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não
importa quão delicada e frágil seja a situação, sempre existem dois
lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita
prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando
você cai, é umas das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que a
maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e
com o que você aprendeu com elas do que com os aniversários que você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela
acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva, você tem o direito de ficar com
raiva, mas isso não lhe dará o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame,
não significa que esse alguém não o ama com tudo que pode, pois existem
pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou
viver isto.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que se julga, você será em algum
momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu
coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte. Aprende
que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que
alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que
não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos
conquistar, se não fosse o medo de tentar."
William Shakespeare

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Burrice e ignorância

A burrice é diferente da ignorância. A ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades. A burrice é uma força da natureza (Nelson Rodrigues).
A ignorância quer aprender. A burrice acha que já sabe. A burrice, antes de tudo, é uma couraça. A burrice é um mecanismo de defesa. O burro detesta a dúvida e se fecha.
O ignorante se abre e o burro esperto aproveita. A ignorância do povo brasileiro foi planejada desde a colônia. Até o século XIX era proibido publicar livros sem licença da Igreja ou do governo. A burrice tem avançado muito; a burrice ganhou status de sabedoria, porque com o mundo muito complexo, os burros anseiam por um simplismo salvador. Os grandes burros têm uma confiança em si que os ignorantes não têm. Os ignorantes, coitados, são trêmulos, nervosos, humildemente obedecem a ordens, porque pensam que são burros, mas não são; se bem que os burros de carteirinha estimulam esse complexo de inferioridade.
A ignorância é muito lucrativa para os burros poderosos. Os burros são potentes, militantes, têm fé em si mesmos e têm a ousadia que os inteligentes não têm. Na percentagem de cérebros, eles têm uma grande parcela na liderança do país. No caso da política, a ignorância forma um contingente imenso de eleitores, e sua ignorância é cultivada como flores preciosas pelos donos do poder. Quanto mais ignorantes melhor. Já pensaram se a ignorância diminuísse, se os ignorantes fossem educados? Que fariam os senhores feudais do Nordeste em cidades tomadas como Murici ou o município rebatizado de cidade Edson Lobão, antiga Ribeirinha? A ignorância do povo é um tesouro; lá, são recrutados os utilíssimos “laranjas” para a boa circulação das verbas tiradas dos fundos de pensão e empresas públicas.
Como é o “design” da burrice? A burrice é o bloqueio de qualquer dúvida de fora para dentro, é uma escuridão interna desejada, é o ódio a qualquer diferença, a qualquer luz que possa clarear a deliciosa sombra onde vivem. O burro é sempre igual a si mesmo, a burrice é eterna como a Pedra da Gávea (NR). De certa forma eu invejo os burros. Como é seu mundo? Seu mundo é doce e uno, é uma coisa só. O burro sofre menos, encastela-se numa só ideia e fica ali, no conforto, feliz com suas certezas. O burro é mais feliz.
A burrice não é democrática, porque a democracia tem vozes divergentes, instila dúvidas e o burro não tem ouvidos. O verdadeiro burro é surdo. E autoritário: quer enfiar burrices à força na cabeça dos ignorantes. O sujeito pode ser culto e burro. Quantos filósofos sabem tudo de Hegel ou Espinoza e são bestas quadradas? Seu mundo tem três ou quatro verdades que ele chupa como picolés. O burro dorme bem e não tem inveja do inteligente, porque ele “é” o inteligente.
Mesmo inconscientemente, aqui e lá fora, a sociedade está faminta de algum tipo de autoritarismo. A democracia é mais lenta que regimes autoritários. Sente-se um vazio com a democracia — ela decepciona um pouco as massas. Assim, apelos populistas, a invenção de “inimigos” do povo, divisão entre “bons” e “maus” surtem efeito. Surge, na política, a restauração alegre da burrice. Isso é internacional. Bush se orgulhava de sua burrice. Uma vez ele disse em Yale: “Eu sou a prova de que os maus estudantes podem ser presidentes dos USA”. E, aí, invadiu o Iraque e escangalhou o Ocidente. E está impune, quando deveria estar em cana perpétua. Aqui, também assistimos à vitória da testa curta, o triunfo das toupeiras.
O bom asno é sempre bem-vindo, enquanto o “pernóstico” inteligente é olhado de esguelha. A burrice organiza o mundo: princípio, meio e fim. A burrice dá mais ibope, é mais fácil de entender. A burrice dá mais dinheiro; é mais “comercial”.
Em nossa cultura, achamos que há algo de sagrado na ignorância dos pobres, uma “sabedoria” que pode desmascarar a mentira “inteligente” do mundo. Só os pobres de espírito verão a Deus, reza nossa tradição. Existe na base do populismo brasileiro uma crença lusitana, contrarreformista, de que a pobreza é a moradia da verdade.
No Brasil, há uma grande fome de “regressismo,” de voltar para a “taba” ou para o casebre com farinha, paçoca e violinha. E daí viria a solidariedade, a paz, num doce rebanho político que deteria a marcha das coisas do mundo, do mercado voraz, das pestes e, claro, dos “canalhas” neoliberais. É a utopia de cabeça para baixo, o culto populista da marcha à ré.
Nosso grande crítico literário Agripino Grieco tinha frases perfeitas sobre os burros. “A burrice é contagiosa; o talento não” ou “Para os burros, o ‘etc’ é uma comodidade...” ou “Ele não tem ouvidos, tem orelhas e dava a impressão de tornar inteligente todos os que se avizinhavam dele”, “Passou a vida correndo atrás de uma ideia, mas não conseguiu alcançá-la”, “Ele é mais mentiroso que elogio de epitáfio”, “No dia em que ele tiver uma ideia, morrerá de apoplexia fulminante”.
Vi na TV um daqueles bispos de Jesus, de terno e gravata, clamando para uma multidão de fiéis: “Não tenham pensamentos livres; o Diabo é que os inventa!”. Entendi que a liberdade é uma tortura para desamparados. Inteligência é chata; traz angústia, com seus labirintos. Inteligência nos desorganiza; burrice consola. A burrice é a ignorância ativa, é a ignorância com fome de sentido.
Nosso futuro será pautado pelos burros espertos, manipulando os pobres ignorantes. Nosso futuro está sendo determinado pelos burros da elite intelectual numa fervorosa aliança com os analfabetos.
Como disse acima, a liberdade é chata, dá angústia. A burrice tem a “vantagem“ de “explicar” o mundo. O diabo é que a burrice no poder chama-se “fascismo”.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/burrice-ignorancia-14377619#ixzz3JSSfsGmT
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Cerveja e sinuca ajudam você a se manter jovem

Uma ajuda para você decidir sua noite hoje: cerveja e sinuca ajudam você a continuar jovem.
É essa a aposta do antropólogo Aske Lassen, da Universidade de Copenhagen. Ele fez uma pequena pesquisa com idosos de 70 a 95 anos. Em média, um a cada 15 deles costumava se encontrar para jogar sinuca pelo menos quatro vezes por semana. E eram eles os mais ativos entre os idosos avaliados.
É que o jogo acaba funcionando mesmo como uma atividade física – e, por mais que venha acompanhado de algumas cervejas, trazem benefícios à saúde. “Bilhar mantem esses homens socialmente ativos. E é um exercício adequado aos idosos, já que o jogo varia naturalmente entre períodos de atividade e de passividade. Eles podem continuar jogando por horas”, diz Lassen.
Até que faz sentido, não?

sábado, 4 de outubro de 2014

Pílulas de vida

Depois de ter criado o mundo, Deus estava mal informado. Achou tudo "bom": o dia, a noite, as aves no céu, os peixes no mar, o homem na terra. Tentou fazer um copydesk de sua obra, mandando chuva durante 40 dias e 40 noites, mas o dilúvio não melhorou a sua criação. Entre outras besteiras, esqueceu-se de inventar a pedra filosofal, o círculo quadrado e as pílulas de vida do Doutor Ross.

Felizmente, esse tal Doutor Ross, séculos depois, fabricou suas famosas pílulas de vida, melhorando substancialmente a existência do homem mal-acabado pelo Todo Poderoso. Nas farmácias de antigamente, havia um menu bem exposto e iluminado, com as maravilhas curativas de sua produção.

Como em certos restaurantes populares, cada pílula tinha um número. A de número 31 era tiro e queda para frieiras e distúrbios hepáticos. A de número 28 curava erisipela, problemas com o piloro. Havia pílulas contra o câncer, a insônia, a impotência sexual, a incontinência urinária e outros males da espécie humana. Provavelmente feitas pelo Miguel Gustavo, suposto autor de outro jingle famoso: "Melhoral melhoral, é melhor e não faz mal''.

No caso das pílulas do Doutor Ross, o jingle era cantado por um barítono do coro do Teatro Municipal, de voz grossa e solene: "Pílulas de vida do Doutor Ross, fazem bem ao fígado de todos nós". Seguido de um corolário indispensável: "Na prisão de ventre, que é dor atroz, pílulas de vida do Doutor Ross".

Infelizmente, nunca precisei delas. Só tive problemas de fala, trocava letras e troco até hoje. Não consigo dizer "cavalo", digo "tavalo". Meu próprio nome era "Tarlos Heitor Tony". "Fogão" era "fodão".

Sobrevivi.

Espero que surja um novo Doutor Ross, na USP ou na PUC, que faça uma pílula capaz de me livrar da vergonha e da fama de débil mental.


Carlos Heitor Cony

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cientistas revelam novos benefícios do consumo de cerveja

Cientistas europeus destacaram esta terça-feira os efeitos benéficos do consumo moderado de cerveja e rejeitaram o mito da "barriga de cerveja".
"O consumo moderado de cerveja em adição a uma dieta saudável, como a mediterrânica, ajuda a prevenir problemas cardiovasculares maiores, como o enfarte do miocárdio ou os acidentes vasculares cerebrais", afirmou Ramón Estruch, do Hospital Clínic de Barcelona, durante o VII Congresso Europeu sobre Cerveja e Saúde, realizado hoje em Bruxelas.
Vários centros de investigação, entre os quais o Centro de Investigação Cardiovascular (CSIC-ICCC) da Catalunha, a Universidade de Barcelona e o Hospital Clínic de Barcelona, realçaram os possíveis benefícios da cerveja, com ou sem álcool, na saúde cardiovascular, obesidade, nutrição e prevenção do envelhecimento celular. Linda Badimón, diretora do CSIC-ICCC, destacou que a ingestão moderada de cerveja pode "favorecer a função cardíaca global".
As quantidades consideradas moderadas seriam dois copos (40cl) para homens e um copo (20cl) para mulheres, diariamente.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

BARULHO DA CARROÇA

Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio
no bosque e eu aceitei com prazer.
Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno
silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais
alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia ...
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo,
tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:
Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ansiedade em crianças

O que é Ansiedade?


A ansiedade é uma forma de estresse que pode ser experimentada de diferentes maneiras: fisicamente, emocionalmente, e na forma como as pessoas vêem o mundo em torno de si próprias. 
Ansiedade refere-se principalmente a preocupação, ou seja, acontecimentos, preocupar com as coisas dando errado ou sentir como se estivesse em algum tipo de perigo.

A ansiedade é uma reação natural do ser humano, e serve como uma função biológica importante pois é um sistema de alarme que é ativado sempre que percebemos o perigo ou uma ameaça. Quando o corpo e a mente reagem, podemos sentir sensações físicas, como tontura, batimento cardíaco acelerado, dificuldade respiratória, as mãos suadas ou com tremores e pés. Essas sensações, chamadas de resposta de luta-fuga, são causadas ​​por uma onda de hormônios do estresse como adrenalina e outros que preparam o corpo para reagir contra o perigo.

A resposta de luta-fuga acontece instantaneamente. Mas, geralmente, leva alguns segundos a mais para a parte pensante do cérebro (o córtex) processar a situação e avaliar se a ameaça é real, e se sim, como lidar com isso. Quando o córtex envia o sinal de que está tudo bem, a resposta de luta-fuga é desativado e o sistema nervoso começa a se acalmar.

Ansiedade normal

Todo mundo experimenta sentimentos de ansiedade ao longo do tempo. Estes sentimentos podem variar de uma leve sensação de desconforto para um pânico, dependendo da pessoa e da situação.

É natural que situações desconhecidas ou desafiadoras possam eliciar sentimentos de ansiedade ou nervosismo em pessoas de todas as idades. Você pode sentir isso quando você tem uma grande apresentação no trabalho, por exemplo, ou quando a vida fica muito agitado.

Crianças podem se sentir, também, em situações semelhantes - quando enfrenta um teste importante ou mudar as escolas, por exemplo. Estas experiências podem desencadear ansiedade normal, porque eles nos levam a concentrar-se e nos questionar: E se eu fracassar? E se as coisas não sairem como eu planejei?

Uma certa quantidade de ansiedade é normal e pode até ser motivador. Ela nos ajuda a permanecer alerta, focado, e pronto para nós fazermos o nosso melhor. Mas a ansiedade que é muito forte ou muito freqüente pode tornar-se paralizante e interfere na capacidade de fazer as  coisas e, em casos graves, pode dificultar a realização de diversas coisas boas e agradáveis ​​da vida.

Transtornos de Ansiedade

Os transtornos de ansiedade estão entre os mais comuns problemas de saúde mental. Isso é em parte porque todos estresse pode se tornar uma experiência repleta de preocupações. Há muitos tipos diferentes de distúrbios de ansiedade, com sintomas diferentes. Mas todos eles partilham um traço comum - a ansiedade prolongada e intensa que é fora de proporção com a situação atual e afeta a vida cotidiana de uma pessoa e felicidade.

Os sintomas de um transtorno de ansiedade pode surgir subitamente ou pode vir gradualmente. Às vezes, a preocupação cria uma sensação de desgraça e mau agouro que parece vir do nada. Crianças com problemas de ansiedade não pode mesmo saber o que está causando as emoções, preocupações e sensações que eles têm.

Transtornos que as crianças podem obter incluem:

•Transtorno de  Ansiedade Generalizada: Com este transtorno de ansiedade comum, as crianças se preocupam excessivamente com muitas coisas, como a escola, a saúde ou segurança dos membros da família, ou o futuro em geral. Eles podem sempre pensar o pior que poderia acontecer. Junto com a preocupação e o medo, as crianças podem ter sintomas físicos, como dores de cabeça, dores de estômago, tensão muscular ou cansaço. Suas preocupações poderiam causar-lhes a faltar à escola ou evitar atividades sociais. Com ansiedade generalizada, as preocupações podem se sentir como um fardo, tornando a vida esmagadora ou fora de controle.

•Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): Para uma pessoa com TOC, ansiedade toma a forma de obsessões (pensamentos excessivamente preocupantes) e compulsões (ações repetitivas para tentar aliviar a ansiedade).

•Fobias: Estes são medos intensos de coisas ou situações específicas que não são inerentemente perigosos, tais como altura, cães, ou voando em um avião. Fobias geralmente levam as pessoas a evitar as coisas que eles temem.

•Fobia Social (ansiedade social): Essa ansiedade é desencadeada por situações sociais ou falar na frente dos outros. Uma forma menos comum chamado mutismo seletivo faz com que algumas crianças e adolescentes sentem medo de falar em determinadas situações.

•Ataques de Pânico. Estes episódios de ansiedade pode ocorrer sem nenhuma razão aparente. Durante um ataque de pânico, uma criança geralmente tem súbitios e intensos de sintomas físicos que podem incluir um coração acelerado, falta de ar, tontura, dormência, formigamento ou sentimentos. A agorafobia é um medo intenso de ataques de pânico que faz com que uma pessoa vai a lugar nenhum, para evitar uma ataque de pânico poderia ocorrer.

•Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): o transtorno de ansiedade de uma experiência traumática passado. Os sintomas incluem flashbacks, pesadelos, medo e fuga do evento traumático que causou a ansiedade.

Causas

Especialistas não sabem exatamente o que causa transtornos de ansiedade. Várias coisas parecem desempenhar um papel, incluindo a genética, a bioquímica cerebral, uma resposta de luta-fuga hiperativa, as circunstâncias estressantes da vida e comportamento aprendido.

Uma criança com um membro da família que tem um transtorno de ansiedade tem uma chance maior de desenvolver um também. Isso pode estar relacionado a genes que podem afetar a química do cérebro e regulação dos neurotransmissores. Mas nem todo mundo com um membro da família que tem um transtorno de ansiedade desenvolverão problemas com ansiedade.

Coisas que acontecem na vida de uma criança pode definir o cenário para transtornos de ansiedade na infância ou mais tarde na vida. Exemplos: Perda (como a morte de um ente querido ou separação dos pais) e transições importantes da vida (como se mudar para uma nova cidade) são gatilhos comuns. Crianças com histórico de abuso também são mais vulneráveis ​​à ansiedade.

Crescer em uma família onde os outros estão com medo ou ansiosos também pode "ensinar" a criança a ver o mundo como um lugar perigoso. Da mesma forma, uma criança que cresce num ambiente que é realmente perigoso (se houver violência na família da criança ou da comunidade, por exemplo) pode aprender a ser medroso ou esperar o pior.

Sinais e Sintomas

Apesar de toda a ansiedade experiênciada pela criança em determinadas situações, a maioria (mesmo aqueles que vivem através de eventos traumáticos) não desenvolvem transtornos de ansiedade. Aqueles que, no entanto, irá parecer ansioso e tem um ou mais dos seguintes sinais:

•excessiva preocupação na maioria dos dias da semana, durante semanas a fio

•problemas para dormir à noite ou sonolência durante o dia

•inquietação ou fadiga durante as horas de vigília

•dificuldade de concentração

•irritabilidade

Estes problemas podem afetar o funcionamento de uma criança no dia-a-dia, especialmente quando se trata de concentração na escola, dormir e comer.

E é comum para as crianças a evitar falar sobre como se sentem, porque eles estão preocupados que os outros (especialmente seus pais) podem não entender. Eles podem ter medo de serem julgados ou considerados fracos, com medo, ou "infantil". E, embora as meninas são mais propensos a manifestar a sua ansiedade, meninos experimentam esses sentimentos também, e por vezes sentem dificuldade para falar. Isto leva muitas crianças a se sentir sozinho ou mal compreendido.

A boa notícia é que os médicos e terapeutas hoje compreender melhor os transtornos de ansiedade do que nunca e, com o tratamento, pode ajudar as crianças a se sentir melhor

Tratamento

Uma criança com ansiedade pode ser tratada por um profissional de saúde mental. Um terapeuta pode olhar para os sintomas, diagnosticar o transtorno de ansiedade específico, e criar um plano para ajudar a criança a lidar com a ansiedade.

Um tipo de terapia da conversa chamada terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizado. No TCC, as crianças experimentar novas maneiras de pensar e agir em situações que podem causar ansiedade, e para gerir e lidar com o estresse. O terapeuta oferece apoio e orientação e ensina novas habilidades de enfrentamento, como técnicas de relaxamento ou exercícios respiratórios. Às vezes, mas nem sempre, a medicação é usado como parte do tratamento para a ansiedade.

Ajudando seu filho a lidar

A melhor maneira de ajudar o seu filho é reconhecer o problema, sem julgamento de apoio. Falar abertamente sobre os sintomas do seu filho e realmente tentar entender como eles estão afetando a vida cotidiana. Ela também pode ajudar a falar com outros adultos que participam da vida de seu filho, como professores e treinadores.

Seja paciente e positivo como o seu filho Às vezes ajudar a falar com ele sobre suas próprias preocupações e como você foi capaz de superá-los pode auxiliar. Tenha certeza de que com o cuidado certo, seu filho pode superar a ansiedade e aprender a encarar o futuro.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

5 Passos para conseguir uma Atitude Positiva na Vida

Vamos então por partes:

PASSO 1: TOME CONSCIÊNCIA QUE TER ATITUDES POSITIVAS É UMA ESCOLHA

Por muito difícil que seja admitir, você escolhe sempre os estados emocionais em que se encontra, pode é ter mais ou menos consciência disso. Lembre-se que os sentimentos, são isso mesmo, sentimentos que se referem à percepção que estamos a ter em relação a alguma coisa que está a acontecer na nossa vida. Como tal, os sentimentos em si mesmo, não são bons nem maus, são apenas informação. Nós é que interpretamos como bom ou mau, aquilo que sentimos, e a partir daí, escolhemos a atitude a ter face à situação que estamos a viver, ou aquilo que estamos a pensar.
Aquilo que importa você saber: é que perante a sensação que se tem de sentimentos e pensamentos negativos, pode aceitar o que está a sentir, e depois, mudar o seu estado interno e colocar-se numa atitude positiva, com pensamentos orientados para a solução.
Dou-lhe o seguinte exemplo, se alguém partir uma perna, no processo de recuperação, sempre que a colocar no chão, irá sentir dor (a dor aqui é benéfica, pois informa e relembra a pessoa que tem um problema na perna e temporariamente tem de ter mais atenção), depois numa tentativa de se sentir melhor, irá usar as outras partes do seu corpo no sentido de se  conseguir movimentar, mais devagar claro. O que se passa neste exemplo, é que a pessoa apesar de ter um problema, não se confunde com o problema, sente que é capaz de se ajudar a ela própria e ao problema (perna partida), e assim fazer uma recuperação mais eficaz. Arrisco a dizer, que esta pessoa teve uma atitude positiva face à sua situação, porque teve consciência do seu problema e decidiu-se a organizar as outras partes do corpo que estavam funcionais, e fazer o que estava ao seu alcance. Isto é sem dúvida um atitude positiva.
Dica 1: Ao sentir-se desanimado, desesperançado, triste, tente lembra-se que é a sua “perna partida” a queixar-se, é o seu problema a manifestar-se, a chamar-lhe a atenção. Deverá esforçar-se para não se identificar com esses sentimentos incapacitantes, e dizer para si: “isto é o meu problema a queixar-se”, depois decida levá-lo em consideração e faça algo para se ajudar, algo de capacitador e positivo. Decida-se a melhorar, a procurar uma solução, não se renda. Acredite em si e faça coisas construtivas.

PASSO 2: LIVRE-SE DA NEGATIVIDADE

Se você pretende viver uma vida de alegria e felicidade, não pode de forma nenhuma alimentar os seus pensamentos negativos, movimentar-se de acordo com eles e muito menos tomar decisões num estado crónico de negatividade. Os pensamentos passam na sua cabeça tal qual os balões de fala nos livros aos quadradinhos de banda desenhada. Se partirmos desta analogia, isto é capacitador pois permite-lhe aplicar a técnica que apelido de Zoom. À medida que os pensamentos vão surgindo na sua cabeça, se tomar consciência deles, e verificar que são destrutivos e incapacitantes, não tem necessariamente que os seguir, nem tão pouco tentar eliminá-los. Ter pensamentos negativos não é pernicioso. O que prejudica é deixarmo-nos dominar por eles, e tomar decisões baseadas nesses pensamentos distorcidos pela percepção ou incapacidade do momento.

Então o que fazer:

Dica 2: Técnica do Zoom, ao perceber que está a ter pensamentos negativos, pode criar na sua mente outro “balão” com outras frases mais capacitantes e com a técnica de Zoom focar-se nelas, os pensamentos negativos automaticamente desaparecem como se de nuvens negras no céu se tratasse.
Dica 3: Técnica de mudar de canal, imagine agora que vai ao volante do seu automóvel, e que na rádio que está a ouvir passa uma música que detesta, que lhe trás lembranças desagradáveis e o coloca num estado mal-humorado. Acredito que a tendência será para mudar de canal. Isto é exactamente o que pode fazer na sua mente, sempre que se aperceba que está a ter pensamentos de negatividade, mude de canal, emparelhe a técnica de Zoom e foque-se em algo positivo e construtivo, algo de que goste.

PASSO 3: OLHE PARA O LADO POSITIVO DA VIDA

Podem não existir aspectos positivos em tudo. Acredito que muitas coisas não têm nada de positivo ou construtivo na nossa vida. E por certo todos nós já fomos confrontados com situações destas nas nossas vidas. Quanto a estes acontecimentos nada podemos fazer, dado que não os controlamos. Mas as respostas e reacções a eles, sim, podemos escolher o que fazer, que acções tomar e que atitude adoptar. As coisas que nos acontecem, em si mesmas podem não ser positivas, mas a forma como nos organizamos face a minimizar os danos colaterais ou a tentativa de reverter a situação, essa sim, pode e deve ser positiva. Está ao nosso alcance e depende unicamente de nós.


Dica 4: Padrão de interrupção, quando fazemos algo repetidamente, isso torna-se um hábito, e os padrões de negatividade tomam o controlo da sua mente. É importante trabalhar no sentido de arranjar qualquer coisa que interrompa definitivamente os pensamentos não desejados. De forma imaginada veja-se na situação desconfortável e incapacitante, pare, agora substitua mentalmente os pensamentos e emoções por outros mais positivos e que desejaria vir a ter na próxima vez que possa sentir que está a gerar padrões de negatividade. Em seguida, tente perceber como se sente, provavelmente bem melhor que a última vez que se sentiu mal. Óptimo, agora reforce esses pensamentos, sentimento e/ou auto-discurso, e diga a você mesmo que é isso que fará na próxima situação negativa. Sentir-se-á certamente bem melhor.
Dica 5: Padrões de negatividade como alerta, Uma da formas mais comuns de ficarmos com uma atitude incapacitante, é quando ignoramos e não tomamos consciência do quão desconfortáveis e negativos os nosso pensamentos são. Muitas pessoas dizem: “eu não quero pensar sobre isso, porque isso aborrece-me, irrita-me, fico chateado”. O desapontamento, a tristeza, o aborrecimento e o medo são sinais (sentimentos) que nos alertam para a necessidade de enfrentarmos a situação. A negatividade pode ser um motivador poderoso – quando detetamos uma atitude negativa, deveremos fazer alguma coisa, devemos agir na tentativa de mudá-la.
Dica 6: Foque-se no que é positivo, tente perceber que características possui em si que o passam ajudar a melhorar aquilo que deseja. Centre-se nas suas forças e virtudes que o caracterizam ou caracterizavam no passado. Lembre-se das vezes em que esteve em situações difíceis, e como foi bem sucedido, quando se esforçou para arranjar uma solução. Se nos colocarmos num estado de capacidade, de coragem e combatividade, a nossa mente irá procurar na sua base de dados informação para arranjar uma solução. Dê uma ordem direta a si próprio, “vou ser capaz, vou arranjar uma forma de…, mesmo que seja difícil irei arranjar uma maneira”.

PASSO 4: REFORCE A POSITIVIDADE EM SI

Assim que consiga começar a detectar os padrões de negatividade e tomar controlo sobre os seus pensamentos e consequentes decisões a tomar, as suas redes neuronais irão iniciar um processo de mudança e reforço. Cada vez que conseguir reverter um estado de incapacidade ou uma atitude negativa, para uma atitude mais capacitadora e positiva, esses caminhos neuronais que foram activados aumentarão a sua força de resposta. Isto quer dizer que aumentou a probabilidade de voltar a pensar da mesma forma em situações futuras, até que se estabeleça um padrão de respostas comportamentais mais satisfatório. Este processo funciona como quando se treina um músculo, quanto mais exercitar este tipo de raciocínio, mais forte ficará.
Dica 7: Presenteie-se, de forma imagina ou de forma material, reforce a sua atitude positiva face aos obstáculos e situações de vida difícil, com um presente. Pode dizer para sim próprio: “Boa, consegui”, “Fui corajoso o suficiente para obter sucesso”, “fiquei muito contente, sou mesmo inteligente”. Comprometa-se consigo, se conseguiu vencer algo que até então não tinha conseguido, marque uma massagem, vá a um bom restaurante, e diga para si, este é um presente que ofereço a mim próprio pela atitude que consegui ter.
Do ponto de vista psicológico, isto é extremamente importante, pois você reforça a sua própria capacidade e reconhece que possui em si características que merecem ser recompensadas. Este acto faz com que valorize, e ganhe o hábito de se reforçar, de estar de bem consigo próprio. Isto é muito capacitante, positivo e enriquecedor. A relação de apoio que conseguimos estabelecer connosco mesmo é muito poderoso.

PASSO 5: PARTILHE A SUA FELICIDADE COM OS OUTROS

Você precisa de ser positivo consigo próprio perante este novo e renovado padrão de atitude positiva para que possa realmente ter efeito, mas necessita igualmente mostrar-se positivo com os outros. É reforçador e reconfortante a partilha da sua positividade ao mundo.
Existe uma forma muito simples de poder executar isto. Seja agradável com as outras pessoas, diga a alguém que simpatiza com ela. Elogie alguém por alguma característica que goste nessa pessoa. Diga a alguém muito significativo para você, o quanto o ama e como essa pessoa é importante.
Quando alguém estiver em baixo, não se junte nas lamurias, puxe-o para cima, anime-o. Compre-lhe um presente, convide-o a tomar um café. Perceba em si o quanto de bom tem para oferecer para os outros. Olhe para si como alguém que também é capaz de ajudar os outros. Tente não apenas tratar os outros como gostaria de ser tratado, mas também considerar como eles gostariam de ser tratados.
As pessoas apreciam a positividade e quanto mais você compartilhar com os outros, mais você pratica a atitude positiva reforçando-a na sua própria vida.

PALAVRAS FINAIS PARA O HÁBITO DA ATITUDE POSITIVA

Se você sentir que a ideia de ser uma pessoa positiva é difícil, diga a si mesmo: “Se alguém que realmente lutou contra uma atitude negativa, conseguiu mudar a sua vida. Então eu com a aplicação destas cinco etapas, também posso iniciar esse processo.” Acredite em si mesmo e relembre a lição mais importante de todas – ter uma atitude positiva é uma escolha. Escolha ser positivo, escolha ser feliz, a vida está ai para ser vivida da melhor forma possível, escolha a sua!

segunda-feira, 7 de julho de 2014

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL



O trabalho com crianças deficientes nas instituições de Educação
Infantil requer o enfrentamento de muitos desafios por
parte dos profissionais envolvidos nessa tarefa, desde a mudança
de concepção e de postura perante esse sujeito até a própria
capacitação para trabalhar com elas. Ademais, há que se considerar
que essa atuação ocorrerá em um campo da educação
que vem sofrendo várias alterações nos últimos tempos, tanto
na sua forma de conceber a criança e de gerir políticas voltadas
para seu atendimento quanto nas questões que envolvem o fazer
pedagógico.
Educar crianças menores de 6 anos implica o envolvimento
com certas tarefas que são mais específicas dessa faixa etária,
como os cuidados com segurança, higiene, saúde, alimentação,
repouso e recreação. Além disso, os educadores da infância não
podem se descuidar dos aspectos do desenvolvimento que precisam
ser estimulados, como o cognitivo, o socioemocional, o
físico-motor e a linguagem. Essas tarefas devem ser executadas
tendo em vista o principal objetivo da educação, que é desenvolver
o processo ensino-aprendizagem e demais experiências
educacionais, de modo a formar o cidadão crítico e participativo,
o que nessa etapa envolve, dentre outros, o trabalho com as
áreas do conhecimento.
Conforme apresentado no Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil (1998),1 a Educação Infantil deve possibilitar
que as crianças tenham experiências que contribuam para o seu
processo de formação pessoal e social, a ampliação de seu conhecimento
de mundo, a construção de sua identidade e autonomia,
a aquisição de diferentes linguagens e o estabelecimento
de relações com os objetos de conhecimento (movimento,
música, arte, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade e
matemática). É com base nessas premissas que os três volumes
que compõem o Referencial estão estruturados, tendo em vista
os objetivos da Educação Infantil expressos nesse documento.
O brincar é a atividade privilegiada no trabalho com crianças
pequenas, possibilitando, dentre outras coisas, a construção do
eu e das relações pessoais, o desenvolvimento do pensamento
e da linguagem, o ingresso no mundo simbólico por meio da
fantasia e do faz-de-conta e a expressão de ideias, sentimentos
e emoções. O educador deve incentivar as interações sociais e
o brincar na criança, reconhecendo nessas atividades seu valor
para a aprendizagem, considerando que, numa perspectiva
sociointeracionista,
Em uma instituição que desenvolva uma proposta inclusiva, a
Educação Infantil deve, ainda, respeitar o princípio da Educação
para Todos, que é o de educar, sem distinção, todas as crianças,
garantindo-lhes uma educação de qualidade, que atenda a suas
necessidades e especificidades. Isso pressupõe fazer modificações
na estrutura organizacional e na proposta pedagógica da
instituição, além de requerer um investimento nos recursos humanos,
buscando eliminar preconceitos e barreiras, conscientizar
pais, alunos e professores e investir na formação de profissionais
da educação.

terça-feira, 1 de julho de 2014

QUALIDADE DE VIDA E EDUCAÇÃO

Globalização e qualidade de vida são palavras relativamente novas em nossos dicionários, porém representam fenômenos e paradigmas que deveriam ser entendidos e amplamente discutidos não só nos meios acadêmicos, políticos e empresariais, mas por toda a população, pois representam processos e construtos ideológicos que, direta ou indiretamente, afetam dramaticamente o nosso modo de vida e as perspectivas de bem-estar, não só de nossa, mas também das futuras gerações.
Esses construtos ideológicos, ao se tornarem paradigmas, ditam o nosso modo de perceber a realidade. Santos (2003), por exemplo, verificou que entre os acadêmicos de graduação de cursos tecnológicos – cursos que por suas características específicas, geralmente, apresentam uma tendência ideológica mais positivista e neoliberal – a concepção e percepção de qualidade de vida se reduz à conquista de bens materiais e status social sem maiores reflexões sobre as conseqüências disso para a sociedade, ou seja, uma busca egoísta de ascensão social e poder através de conquistas materiais sem reflexão sobre a responsabilidade social de cada um.
Estudiosos afirmam que a globalização é um processo irreversível que trás sérias mudanças socioeconômicas em dimensões planetárias. Ela é definida como a integração entre os mercados produtores e consumidores de diversos países (CARVALHO, 1999). Todavia, essa é uma definição simplista para um fenômeno complexo e multidimensional que apresenta diversos paradoxos nem sempre bem compreendidos e que dificultam a sua avaliação sobre as conseqüências para a qualidade de vida dos indivíduos e das sociedades. Não é difícil constatar que a integração de mercados altera o modo de vida das pessoas, suas ambições, suas perspectivas, seus desejos de consumo e reconhecimento. Richars (1991) afirma que através da propaganda de massa, novos produtos invadem nossas casas diariamente... Tudo se torna efêmero, descartável e a posse desses produtos – sempre os mais modernos – torna-se uma forma de exibição de status social. Dessa forma, percebe-se que a globalização é um fenômeno maior que a simples e inocente integração de mercados. Ela um processo que denota uma competição pela conquista de novos mercados por meio da difusão de massa de valores como o individualismo e o materialismo para a conquista de poder que, por sua vez, tenta impor a todas as nações, uma cultura global de interesse ao capitalismo e que se reflete no modo como as pessoas percebem e entendem suas perspectivas de qualidade de vida. Entende-se aqui, qualidade de vida como uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera como seu padrão de conforto e bem-estar, ou seja, a percepção de suas necessidades objetivas e subjetivas (MINAYO et all, 2000).
Avaliar a qualidade de vida é sempre uma missão penosa, pois se trata de um constructo que apresenta diversas facetas que se integram e interagem com as necessidades e desejos de cada indivíduo dentro de limites impostos culturalmente e que são profundamente influenciados pelas condições socioeconômicas de cada camada da população (ASSUMPÇÃO et all, 2000; FLECK et all, 1999). Assim, parâmetros subjetivos (bem-estar, felicidade, amor, prazer, inserção social, liberdade, solidariedade, espiritualidade, realização pessoal) e objetivos (satisfação das necessidades básicas e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e social de determinada sociedade: alimentação, acesso à água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer) se interagem dentro da cultura para constituir o que consideramos qualidade de vida.
O grande paradoxo do fenômeno da globalização é que ele ao mesmo tempo em que abriu as janelas para o mundo e ampliou e tornou possível o acesso a certos produtos e serviços que elevam a qualidade de vida das pessoas, também gerou a exclusão e a impossibilidade de desenvolvimento e sobrevivência de uma parcela considerável da população mundial. Isso acontece em todos os países do mundo, porém é muito mais evidente nos países periféricos seguindo uma lógica capitalista desumana e cruel: a transferência das riquezas construídas pelo todo da sociedade para as mãos de uma minoria de elite, ou seja, os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres (PINHEIRO, 1987).
Ao considerarmos os efeitos nefastos sobre a qualidade de vida, notamos que os apelos promocionais veiculados nos meios de comunicação de massa promovem uma doutrinação política e ideológica que visa abrir cada vez mais as economias nacionais; reduzir o poder dos governos democráticos; convencer as pessoas de que tudo que vem ou é produzido por empresas dos países centrais é melhor; difundir um estilo de vida individualista, competitivo, egoísta e consumista; e, finalmente, criar desejos nas massas e transformá-los em necessidades (LEBRUN, 2003; MARTINS & CARVALHO, 1999).

quarta-feira, 18 de junho de 2014

COPA E EDUCAÇÃO


A euforia (que espero que não acabe) dos brasileiros com a Copa do Mundo me fez lembrar uma declaração do economista Cláudio Moura Castro a respeito dos motivos de ainda não termos avançado tanto quanto desejaríamos em educação.
Moura Castro afirmou, certa vez, que o Brasil não avançava tanto na educação porque o ensino não era prioridade da família brasileira, perdendo até mesmo do futebol. Ele arrematava dizendo que, se os brasileiros se preocupassem tanto com educação quanto eles se preocupam com futebol, estaríamos em outro patamar.
A afirmação faz todo sentido. Somos, talvez, os torcedores mais críticos com a nossa seleção entre todos os participantes da Copa. Até a vitória com a Inglaterra, muitos jornalistas e torcedores ainda criticavam a atuação do time de Scolari.
Isso mesmo após o time ter ganho quatro partidas seguidas, ter feito 13 gols e sofrido apenas 3 e ter o melhor rendimento entre todos os participantes.
O Brasil passava de fase, mas os torcedores queriam mais: queriam que o time jogasse com qualidade.
Era assim que deveríamos nos comportar com nossa educação. A mesma pressão que fazemos para que o time jogue bem, cada pai deveria fazer para que seu filho e sua escola apresentassem resultado e jogassem de forma entrosada.
Na copa individual de cada um da educação, também cobraríamos com rigor qualidade no ensino. Não basta o aluno passar de fase (ou de ano). Cobraríamos que ele atuasse (aprendesse) bem, com qualidade, respeitando o técnico (professor), jogando para o grupo (com os demais alunos), mas sem ignorar suas características pessoais de jogo (seu talento).
E, quando as coisas fossem de mal a pior, poderíamos, em vez de falar mal de nossos alunos (jogadores), cobrar duramente melhorias do técnico (professor), da escola (CBF) e, principalmente, de nossos dirigentes (políticos).
Nesse ponto, apenas o cartão vermelho deveria ser abolido. Jogador que não se comportasse (assim como o aluno que não aprende), deveria ter atenção redobrada, para ficar no mesmo nível dos demais.
Afinal, não basta termos um ataque (ou uma elite) no nível dos melhores do mundo se o meio-campo, a defesa e o banco de reservas estiver em nível muito abaixo de uma média aceitável.
Para vencer a Copa, todos sabem que é preciso ter conjunto. No mundo globalizado e competitivo da educação, também precisamos garantir que todos os brasileiros tenham o mesmo nível educacional, para, aí sim, deixar aflorar os talentos individuais que podem fazer a diferença.