sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Não somos máquinas !

A cobertura jornalística da tragédia aérea ocorrida em Medellín, na Colômbia, no último dia 28/11, trouxe aspectos incomuns, mas enriquecedores – tanto pessoais quanto para análise do ofício. Foram mais de 70 mortos, incluindo a delegação da Chapecoense, tripulantes e vários profissionais da imprensa.
A veiculação jornalística relativa às mortes no Brasil, das mais diversas origens, tem sido recorrente dentro de uma abordagem, muitas vezes, numérica e distanciada da “humanização”. Acostumados a um produto frio – repleto de dados –, os leitores e/ou telespectadores carecem do retorno do jornalismo humanizado, pelo qual as histórias dos personagens enriquecem a notícia e fornecem elementos, além dos dados frios, para uma melhor percepção e interpretação do fato. Isso foi possível no caso em questão, diferente da prática comum no jornalismo contemporâneo.
Só para se ter uma ideia da dimensão dessa triste realidade, em que jornalistas são submetidos por ofício a um contato cotidiano, vejamos os dados estatísticos apresentados pela ONU (Organização das Nações Unidas) em Genebra, na Suíça, em maio deste ano. A taxa de mortes oriundas de acidentes de trânsito no Brasil é de 23,4 para cada 100 mil habitantes. Isso coloca o Brasil na quarta colocação na América, atrás somente de Belize, República Dominicana e Venezuela.
Não obstante, as mortes causadas por homicídios também representam uma parcela significativa do noticiário e, por consequência, ocupam boa parte da rotina profissional dos jornalistas brasileiros. Segundo dados do Atlas da Violência 2016, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a taxa de homicídios no Brasil chegou a 29,1 mortes por 100 mil habitantes. Pelo menos 59.627 pessoas sofreram homicídio no Brasil em 2014.
Nenhuma morte se sobrepõe a qualquer outra em termos de valor, mas guarda, evidentemente, elementos classificatórios na escala técnica de seleção e priorização da notícia. A simples categorização enquanto acidente aéreo já seria um desses elementos que garante a priorização enquanto fato noticioso.
Entre choros e lágrimas
A cobertura jornalística, sobretudo televisiva, mostrou a dificuldade de vários profissionais em executar a sua missão. O experiente repórter Ari Peixoto não conteve a emoção e chorou durante um link ao vivo no jornal Hoje (TV Globo), exibido no dia 1˚ de dezembro. Dois dias depois, durante a transmissão do funeral na Arena Condá, o repórter esportivo Eric Faria, da TV Globo, também não conteve a emoção.
Outra cena que chamou a atenção foi o abraço dado por dona Ilaídes, que perdeu o filho (o goleiro Danilo) no desastre, no repórter Guido Nunes, do SporTV, durante uma entrevista ao vivo. Outros exemplos seguiram no decorrer da semana, envolvendo Galvão Bueno e Fernanda Gentil, que – mesmos no estúdios – se viram “traídos” pela emoção.
Recorri a todo esse histórico para refletir sobre alguns conceitos que percorrem a atividade jornalística. Entre os quais, a imparcialidade. O sociólogo alemão Max Weber, ao teorizar sobre a prática científica, abordou a questão da neutralidade. Óbvio que não se trata de uma abordagem direta da atividade jornalística, mas produz ensinamentos que nos conduzem para a reflexão da prática em si.
A objetividade como mito
Recorrendo ao historiador Lucien Febvre (1989), e parafraseando-o, é possível lançar a indagação: a cidade da objetividade pode, realmente, vigiar e expulsar, de vez, o cavalo de Tróia da subjetividade? Ou seja, em que medida a nossa construção, enquanto indivíduo, não molda nossos olhares e torna limitada a nossa capacidade plena de isenção diante dos fatos?
A proximidade com as vítimas, seja por laços pessoais ou profissionais, levou, no caso da cobertura do acidente aéreo envolvendo colegas da imprensa, os jornalistas, em alguns momentos, a abandonarem – não no sentido voluntário – a postura impessoal e de isenção. Afinal, não somos máquinas programadas para cumprir o ofício sem qualquer interferência de nossa história de vida, descolados das relações sociais.
A adoção de conceitos como o da objetividade, da neutralidade e da impessoalidade, por meio de técnicas que auxiliam nesse exercício profissional, fazem-se necessários na busca pelo bom jornalismo. Entretanto, não se devem desprezar os elementos da subjetividade da qual somos reféns. Reconhecer a sua existência, negando a ideia de um indivíduo robotizado, é o primeiro passo na busca pela imparcialidade, ainda que esta seja um mito em sua plenitude.
Em termos práticos, o mesmo ensinamento weberiano para a pesquisa científica, separando de forma rigorosa o juízo de fato (o que é) e o juízo de valor (o que deve ser), também vale para o exercício jornalístico. É a partir do reconhecimento dessa tensão que se pode construir um produto final carregado de honestidade em sua produção.
A emoção e o aspecto valorativo na cobertura aqui analisada não invalidaram o trabalho da imprensa televisiva. Pelo contrário, mostrou-se eficiente pela naturalidade, seriedade e honestidade com as quais foi produzida. Afinal, não somos máquinas!
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Alessandro Emergente é jornalista, professor de Sociologia e editor do portal de notícias Alfenas Hoje

domingo, 18 de dezembro de 2016

Sonhar é essencial para o aprendizado

Procure lembrar-se da última vez que você sonhou e de qual foi o sonho. Embora costume ser difícil lembrar os detalhes, duas coisas provavelmente aconteceram. Primeiro, elementos do seu sonho faziam parte de coisas que aconteceram no dia anterior. Segundo, é bem provável que o que aconteceu tenha sido algo significativo para você, especialmente alguma situação nova que envolvia algum tipo de dificuldade ou desafio.
Essas duas observações simples estão na base das descobertas recentes da neurociência sobre o fenômeno. “Os sonhos usam informações da memória recente para simular situações que serão vividas no futuro, ajudando assim o indivíduo a se adaptar ao meio”, explica o neurocientista Sidarta Ribeiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ou seja, é o momento em que o indivíduo elabora informações recebidas e se prepara para usar esse conhecimento no futuro. Na prática, isso significa que o sonho é um momento crucial para o aprendizado.
Essas descobertas determinam que os sonhos têm uma função biológica, resolvendo um mistério que perdurou até anos recentes. “O sonho havia sido banido da biologia, sendo considerado como um fenômeno impossível de ser testado cientificamente”, diz Sidarta Ribeiro. Por esse mesmo motivo, a teoria da psicanálise, baseada totalmente em observações clínicas e fenômenos psíquicos, também foi ignorada pelos biólogos. “Na verdade, essas descobertas confirmam aspectos da teoria psicanalítica, como a incorporação dos restos diurnos e o aprendizado, aproximando-a das neurociências.”

Treino para o estresse

O sonho foi reconhecido biologicamente só na década de 1950, quando foi identificado o sono REM (sigla em inglês para movimento rápido dos olhos), durante o qual ocorrem os sonhos. O sono REM acontece depois do sono profundo, e os dois tipos se alternam ao longo da noite. Conforme a manhã se aproxima, o sono REM se torna mais longo, até que a pessoa acorde.
Duas décadas depois, os cientistas perceberam que a privação de sono atrapalhava o aprendizado, e que a pessoa dormia mais após períodos de aprendizado intenso. “As pessoas que sonham mais são mais estressadas”, explica a neurocientista Paula Tiba, da Universidade Federal do ABC. “O sonho pode ter a função de ser uma espécie de treinamento para situações estressantes, uma tentativa de elaborar uma estratégia para lidar com essas situações.”
Curiosamente, esse fenômeno foi detectado também em ratos e aves canoras (distintas pelo canto), tendo duração proporcional ao conteúdo do dia anterior – ou seja, quanto maior o aprendizado, maior a atividade cerebral durante a noite. Até recentemente, porém, não se sabia que esse aprendizado ocorria especificamente durante o sonho. “Hoje sabemos que a reverberação das memórias, que Freud chamava de ‘restos’ do dia, acontece durante o sono profundo. Durante o sono REM, quando os sonhos acontecem, são ativados os genes que promovem a fixação das memórias”, diz Sidarta Ribeiro. A fixação de memórias acontece quando as memórias de curta duração, armazenadas no hipocampo (estrutura importante para a memória), são transpostas para o córtex cerebral, região mais exterior, onde são armazenadas as memórias de longa duração.

Relação com a escola

Na educação, as descobertas sobre sono, sonho e aprendizado têm implicações importantes. “O sono deve ser visto como algo relevante para os alunos, e não como mero problema de disciplina”, diz o neurocientista Fernando Louzada, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ou seja, quando um aluno dormir na aula, o professor deve lembrar que isso não é necessariamente falta de interesse.
Um dos problemas é que as aulas começam muito cedo e não respeitam o ritmo biológico dos jovens, diferente do de adultos e crianças. Embora entre os cientistas isso seja um consenso, o horário das aulas nas escolas não mudou. A principal dificuldade é reorganizar o horário de forma que seja bom para todo mundo: escolas, alunos e professores. Além disso, é importante perceber que o bom sono não serve só para manter os alunos atentos no dia seguinte durante as aulas, mas também para consolidar o que se aprendeu na aula do dia anterior. “A falta de sono na noite anterior pode fazer com que o aluno não aprenda direito. Se ele dormir mal no dia seguinte, porém, ele vai aprender, mas seu aprendizado será menos flexível”, explica Paula Tiba. “Em laboratório, observamos que ratos aprendem a se localizar em um labirinto, mas se dormem mal no dia seguinte, fazem sempre o mesmo caminho. Se você bloquear esse caminho, ele tem dificuldade em achar uma alternativa.” Dormindo bem e sonhando, o cérebro reativa redes neurais ativadas durante o dia e transforma memórias de curto prazo em longo prazo, que poderão ser utilizadas depois, aproveitando ao máximo as informações.
A falta de sono também pode estar por trás de problemas de aprendizagem. “Alguns alunos que parecem ter dificuldade para acompanhar a aula podem na verdade estar com algum distúrbio do sono, como a apneia, que diminui o fluxo de oxigênio e atrapalha o aprendizado”, diz a neuropsicóloga Camila Cruz Rodrigues, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Teorias do inconsciente

Por enquanto, a neurociência abordou aspectos periféricos da psicanálise. Mesmo assim, a aproximação entre duas áreas antes completamente apartadas é significativa. “Acreditamos que o pai da psicanálise, o austríaco Sigmund Freud, tenha deixado um verdadeiro plano de pesquisa que poderá inspirar os neurocientistas em descobertas futuras sobre o funcionamento da mente”, diz Sidarta Ribeiro. Para os psicanalistas, a aproximação não causa grande surpresa. “Freud começou trabalhando com neurociência, mas optou pela clínica porque percebeu que não havia instrumentos para avançar no conhecimento da mente”, diz Tales Ab’Sáber, psicanalista e autor do livro Sonhar restaurado (Editora 34). Explicar o significado biológico dos sonhos, no entanto, não explica qual o significado do conteúdo do sonho para as pessoas. Nesse ponto, a psicanálise ainda é a única ferramenta disponível. No início do século passado, Freud observou que os sonhos são formados de desejos reprimidos durante o dia, quando os mecanismos de censura estão mais ativos. Geralmente, esses desejos são suprimidos por questões morais. Mas, de noite, a censura afrouxa, e os desejos podem se manifestar mais livremente. Mesmo de noite, porém, a censura ainda mantém alguma força, distorcendo a forma como os desejos se manifestam nos sonhos. Por isso, os sonhos geralmente são tão enigmáticos. Embora o sonho seja parecido com um filme que é projetado na mente, em alguns casos é possível entrar nesse filme e viver o sonho de maneira quase consciente. O chamado sonho lúcido acontece quando a consciência desperta, mas a pessoa ainda está sonhando, ou seja, em sono REM.
Ao contrário do que muita gente pensa, o sonho hoje não é mais o elemento central da psicanálise, e o fato de a pessoa se lembrar do sonho também não é fundamental para a busca do autoconhecimento mediante essa técnica. “O sonho é algo feito para ser esquecido; por isso, raramente lembramos.” Por outro lado, aquilo que é esquecido são elementos do nosso inconsciente que de alguma forma tentam voltar. O que a análise faz é convidar a pessoa a tratar desses elementos inconscientes”, diz Tales Ab’Sáber. “A análise não precisa se debruçar sobre os sonhos, porque ela segue a lógica do sonho.” Ou seja, assim como o sonho, a análise traz à tona aquilo que foi reprimido, para que a pessoa entre em contato com as próprias emoções. Uma vez feito isso, é mais fácil entrar em contato com a realidade.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

HOMENS NAS BALADAS

O MAROMBADO
Esse tipo provavelmente estará trajando camiseta
justinha. Isso porque ele precisa mostrar cada
centímetro de seu bíceps, conquistado com horas de academia e suplementos alimentares de cavalo. Ele é um tipo armário e tá se achando, portanto, quando vai para pista... saiam de perto! Com um gingado de madeira-de-lei, ele "dança" executando séries e mais séries de movimentos com os braços... Passará a noite fazendo essa
dança ao redor da "TÔ ME ACHANDO".

O TOPETE+CAMISETA+CAMISA
Balada para esse tipo é dia de vestir essa combinação básica! Penso que essa moda só pode ter sido lançada por
algum tipo, em propagandas de marcas conhecidas.O fato é
que e este tipo, também conhecido como mauricinho, segue
esse estilo como se fosse membro de uma seita. Anda em
bandos e todos seguram uma bebida enquanto ficam em
rodinhas babando para as "TÔ ME ACHANDO", zoando
as "PORRA-LÔCA" e fugindo das "AMIGA INHAS". Esse tipo
fica grande parte da noite passando a mão no topete,
arrumando os fios rebeldes enquanto finge estar curtindo
a balada com a galera da seita.

O PSEUDO-INTELECTUAL DA BALADA
Esse é aquele que, como TODO HOMEM, avalia as mulheres
pelo quesito BPPC (bunda, perna, peito, cara), mas...
tem a cara-de-pau de chegar junto, secar seu decote e
falar: "Oi... você leu o último livro do Saramago? ".
Esse tipinho não vai para a pista. Afinal, ele curte
mesmo é... JAZZ! Obviamente ele acha que o Jô Soares é o
maior músico de jazz do mundo! Enfim, esse pseudo-
intelectual-man passa a noite no bar bebendo... uísque, porque cerveja é muito povão! Como na maioria dos casos
ele é desprovido de beleza, tem de arregaçar as mangas
para mostrar seu rolex novinho e ver se
sua "intelectualidade" chama a atenção de alguma nota A
em BPPC.

O AFOBADINHO
ALCOOLIZADO
Esse tipo são os tímidos, tiozões (de 18 a 60 anos,
porque estilo tiozão não tem idade), rejeitados,
complexados, depressivos, enfim, todo o público-alvo das
empresas de bebidas alcoólicas. Eles ficam ali na porta
do banheiro feminino (!!!) curtindo aquele cheiro de
pinho sol com xixi enquanto mandam ver no décimo copo de
álcool. Aí fazem a alegria das AMIGA INHAS quando
bolinam as meninas com cantadas grotescas ou se jogam em
cima das passantes. No começo da balada até dá para
entender aUAL DA BALADA
Esse é aquele que, como TODO HOMEM, avalia as mulheres
pelo quesito BPPC (bunda, perna, peito, cara), mas...
tem a cara-de-pau de chegar junto, secar seu decote e
falar: "Oi... você leu o último livro do Saramago? ".
Esse tipinho não vai para a pista. Afinal, ele curte
mesmo é... JAZZ! Obviamente ele acha que o Jô Soares é o
maior músico de jazz do mundo! Enfim, esse pseudo-
intelectual-man passa a noite no bar bebendo... uísque, porque cerveja é muito povão! Como na maioria dos casos
ele é desprovido de beleza, tem de arregaçar as mangas
para mostrar seu rolex novinho e ver se
sua "intelectualidade" chama a atenção de alguma nota A
em BPPC.

O AFOBADINHO
ALCOOLIZADO
Esse tipo são os tímidos, tiozões (de 18 a 60 anos,
porque estilo tiozão não tem idade), rejeitados,
complexados, depressivos, enfim, todo o público-alvo das
empresas de bebidas alcoólicas. Eles ficam ali na porta
do banheiro feminino (!!!) curtindo aquele cheiro de
pinho sol com xixi enquanto mandam ver no décimo copo de
álcool. Aí fazem a alegria das AMIGA INHAS quando
bolinam as meninas com cantadas grotescas ou se jogam em
cima das passantes. No começo da balada até dá para
entender as coisas idiotas que o tipo fala, mas lá para
o meio da noite, eles tomam sua forma real, a de ANTAS,
e passam a emitir apenas grunidos. No fim da noite, ele s
não terão "catado" ninguém porque quando alguma AMIGA
INHA ia aceitar a "corte" do tipinho, ele desmaia e vai
atrapalhar o sono de algum residente de plantão no
HOSPITAL DAS CLÍNICAS: coma alcóolico na certa.

A PESSOA EM DIA "FUN FOR ME"
Suas vestimentas são adequadas e ele vai abilolar na
pista com um bom humor de dar gosto!!! Conhece todas as
músicas e sabe exatamente o que fazer com braços,
cabeça, pernas! Não fica bêbado apesar de beber boas
doses de álcool. Se você estiver a fim, ele vai adorar
dançar com você. Tem um ótimo papo e é super educado e
gentil: abre passagem, entra na muvuca do bar para
comprar bebida para você e te ajuda a prender aquela
mecha de cabelo que cai insistentemente em seu rosto.
Enfim, ele é o par perfeito para uma balada. Ah... sim,
ele é gay!!! (Sem preconceito, é claro!)