Nos últimos anos, a educação brasileira tem sido alvo de inúmeros discursos, promessas e projetos mirabolantes. Muitos deles são elaborados por pessoas que jamais pisaram em uma sala de aula como professores, que nunca sentiram o desafio de cativar uma turma cansada em uma sexta-feira à tarde, nem a responsabilidade de transformar conteúdos complexos em algo acessível para cada estudante. Ainda assim, esses “especialistas” de gabinete assumem o papel de reformadores da educação, propondo mudanças que, na prática, pouco dialogam com a realidade escolar.
O resultado é um cenário marcado por muita pose e pouco trabalho. Posam como inovadores, falam em métodos modernos e em revoluções pedagógicas, mas ignoram o conhecimento de quem realmente entende do assunto: o professor. É ele quem conhece a dinâmica da sala de aula, quem vive diariamente os desafios da falta de estrutura, do excesso de burocracia e das necessidades diversas dos alunos. No entanto, sua voz é frequentemente abafada por aqueles que acreditam que a teoria distante da prática é suficiente para conduzir políticas educacionais.
Quando o professor é relegado a um papel secundário, como se fosse apenas executor de ordens externas, a engrenagem da educação enferruja. Afinal, não existe qualidade no ensino sem a valorização e a escuta do docente. Não basta criar relatórios, slogans e decretos: é preciso colocar o professor no centro do processo, pois ele é a peça principal que movimenta a máquina escolar.
A verdadeira transformação da educação não virá de promessas de vitrine, mas do trabalho sério, construído em parceria com quem conhece o chão da escola. Sem isso, continuaremos assistindo ao espetáculo de muita pose e pouco trabalho, enquanto a educação segue à espera de quem realmente queira e saiba transformá-la.
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