sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O que verdadeiramente somos? Ego ou Alma ?

O que nós verdadeiramente somos? Somos Seres Espirituais que habitam um corpo físico. Não somos nosso corpo, isso é matéria, é orgânico. O corpo é protegido pelo nosso ego. Somos seres sensitivos que pensam. Somos emocionalmente racionais.
Um dia, todos nós iremos morrer e ele vai acabar. O nosso verdadeiro Ser, aquilo que realmente somos é nossa Alma, que é infinita, e é isso que nunca morre. A alma necessita do corpo físico e do nosso ego para transcender em nossa existência neste plano terrestre.
A palavra Alma vem do latim animus, que anima. Ela é nossa parte imortal, é nossa vida, essência fundamental, é o Sopro de Vida. Ela é um movimento que é maior que o corpo, maior que a matéria. A Alma “vive dentro do corpo, por isso precisa dele, porém ela também é separada dele, pois não acaba quando ele morre, ela é eterna e não se dissipa.
É claro que manter nosso corpo físico saudável é essencial, essa é a função maior do nosso ego, afinal a manutenção de nossa Alma neste plano depende da manutenção da matéria. Mas não devemos esquecer que os desígnios espirituais são muito mais importantes que os materiais.
É comum não pararmos para refletir sobre o que é mais essencial em nossas vidas, assim focamos em acumular bens materiais que, na verdade, não tem valor. O ego tem necessidade da riqueza material, de relacionamentos e também de conhecer a bondade e compaixão. Afinal quando morremos, não levamos nenhum dinheiro, casa, e nem o prestígio ou poder que essas riquezas proporcionam no plano terrestre.
Temos que ter atenção para não nos perdermos na correria dos afazeres e dificuldades do cotidiano que nos distraem de ver o todo, apreciar os pequenos momentos de felicidade que estão em todo o lugar e finalmente nos desviam de encontrar nossa missão, realizar nosso propósito e deixar um legado terreno. Quando não focamos em nossos objetivos maiores as distrações nos aprisionam. Você já parou para refletir sobre aquilo que está aprisionando seu Ser, sua Alma, que não a deixa ser livre?
Podemos viver em dois estados internos, o Estado de Graça, beleza interior, paz, não comparação, não julgamento, que é a Consciência da Unidade“ ou o Estado de Sofrimento, de dor, de comparação, julgamento, um estado destrutivo, que é a “Consciência do Ego.
Temos o poder de escolher de qual Estado interno e de qual consciência partimos, de qual Estado interno realizamos nossas tarefas, tratamos as pessoas, buscamos atingir nossas metas, conviver com o outro e convivemos com nós mesmos.
Convido você a refletir também: de qual Estado você quer criar Riqueza, Abundância e Prosperidade? Você vive em um Estado de Paz ou Guerra Interna? E o que isso gera para você e para as pessoas dos seus sistemas?
Se você vive em um Estado de Sofrimento seu Ego está dominando você. O Ego é parte de nós, mas não é nossa Alma, o Ego é criado pela Alma  e tem como propósito protegê-la. Protegendo o corpo físico a Alma é protegida.
Quando somos dominados pelo Ego não vivemos no tempo presente, ficamos presos ao passado e julgamento ou ao futuro. Neste estado somos mais egoístas e vivemos na realidade material, diferentemente da Alma que vive na realidade energética.
O Ego tem necessidades. A experiência maior do Ego é o Medo. Medo da morte, da limitação do corpo e de não conseguir satisfazer suas necessidades. Quando vivemos pela experiência do Ego ficamos como medo da falta de dinheiro, de não termos conforto, de não sermos estimados, de não sermos lembrados, amados, de não termos poder. A alma não tem medo, tem desejos.
Porém quando vivemos em um Estado de Graça, vivemos pelo Propósito da Alma, vivemos em paz, estamos presentes, experienciando o AGORA, e consequentemente alcançamos uma riqueza energética, estamos mais próximos do divino, da Iluminação, pensamos no coletivo, na Unidade, e geramos uma Abundância e Prosperidade duradouras que se propagam a todos aqueles ao nosso redor e não somente nós mesmos.
Quando vivemos pelos desígnios da Alma buscamos a evolução e a conexão. Nossos dons e talentos únicos são usados para atingir nosso propósito maior de servir com amor toda a Humanidade, realizamos os desejos mais verdadeiros e profundos do nosso Ser.
Como podemos nos livrar da dor, dos sentimentos negativos e viver pela experiência da Alma? Como podemos verdadeiramente libertar nossa Alma? O primeiro passo é buscar o Autoconhecimento Intenso e daquilo que te trava, que te impede de seguir em frente, visando e alcançando seus objetivos com mais facilidade.
Tenha em mente que a solução das suas dificuldades não está no mundo exterior. As perturbações são criadas e vivem dentro de nós, assim procurar as respostas a questões tão essências no externo nunca trará resultados completamente satisfatórios. Você não se sentirá absolutamente livre visando o que está fora de você, pois sempre surgirão novos questionamentos.
A solução definitiva é conhecer-se e não se perder dentro de suas dificuldades. E assim, pelo Autoconhecimento, você toma as rédeas de sua vida para realizar seu propósito com mais clareza, de maneira mais leve e em paz, desse modo se alcança a verdadeira Liberdade Interna.
Te convido a refletir mais uma vez: quais são as suas sombras? A partir de qual Estado da Consciência (Ego ou Unidade) e de qual Estado Interno (Sofrimento ou Graça) você vive? Há alguém que você tenha que perdoar? Você já perdoou a si mesmo pelos erros e insucessos do passado? O que te faz perder a paciência? Você já descobriu seu propósito maior? Esse e tantos outros questionamentos são essências para descobrir o que te aprisiona e como você pode libertar a sua Alma.
Só você tem as respostas para as perguntas que farão a diferença em sua vida. Lembre-se sempre de se lembrar de nunca mais esquecer: na Caverna mais profunda está o Tesouro mais Precioso e no Veneno sempre estará o Antídoto.
Assim você encontrará as respostas para as questões mais difíceis da sua vida em si mesmo, libertando-se do passado, ressignificando suas dores, enxergando a realidade através da perspectiva positiva, perdoando quem lhe causou mal e perdoando a si mesmo.
Somente aí você será “VERDADEIRAMENTE LIVRE  e poderá cumprir seu verdadeiro propósito, o Propósito da Alma de SER FELIZ !

O TEXTO NÃO É MEU, MAS VALE A PENA A LEITURA. MPS

sábado, 12 de janeiro de 2019

Escola sem Partido

Não sou simpático à lei da Escola sem Partido. Sou professor há 22 anos. Ela pode virar um belo sistema randômico de censura. Pais de alunos são imprevisíveis. 
Um dia posso estar falando de darwinismo e um pai evangélico considerar que estou pregando ateísmo. Um dia posso estar dizendo que a espécie humana reproduziu e sobreviveu porque a maioria dela é heterossexual e algum aluno filho de um casal gay pode me acusar de homofobia. 
Você duvida? Se sim é porque anda alienado da realidade ridícula que o mundo está vivendo. As mídias sociais tornaram o ressentimento uma categoria política de ação. Os ressentidos perderam a vergonha na cara.
Ilustração da coluna do Pondé do dia 26.nov.2018
Ricardo Cammarota/Folhapress
Não gosto de leis, não confio em juízes, promotores ou procuradores. 
O Ministério Público com frequência nos considera cidadãos hipossuficientes e decide processar você por descrever a relação entre peso e massa na lei da gravidade numa aula —e essa lei não respeitaria as sensibilidades de pessoas vulneráveis psicologicamente devido ao maior peso delas.
Minha oposição à lei da Escola sem Partido não é porque eu não saiba que grande parte dos professores prega marxismo e similares em sala de aula. Prega sim. E a universidade não é um espaço de debate livre de ideias. Isso é um fetiche, para não dizer diretamente que é uma mentira deslavada. 
A universidade é um espaço de truculência na gestão, na sala de aula, nos colegiados, no movimento estudantil. 
Lobbies ideológicos ou não dilaceram as universidades quase as levando à inércia produtiva —principalmente nas “humanas”. 
Quem discordar da cartilha de esquerda é “fascista”. Minha oposição à Escola sem Partido é porque ela é uma lei.
Sei. Ficou confuso? Vou repetir: minha oposição à Escola sem Partido é porque ela é uma lei. Com ela, aumentaríamos o mercado para advogados e a justificativa pra mais gasto com o Poder Judiciário. 
Quem a defende parece não entender que lei em matéria de costumes é como um elefante em loja de cristais. Outra área em que lei é como um elefante em loja de cristais é no 
campo dos afetos.
Meu argumento, ao contrário do que podem pensar inteligentinhos de direita e de esquerda, é profundamente conservador, no sentido que o conceito tem na filosofia britânica a partir do século 19 
—o conceito sem a palavra surge no final do 18 com Edmund Burke (1729-1797), a palavra surge na França nos primeiros anos do século 19, segundo o historiador das ideias Russel Kirk (1918-1994).
No sentido filosófico, e não no debate empobrecidos das militâncias, ser conservador é ser cético em matéria de invenções políticas, econômicas, sociais ou jurídicas. 
Um temperamento conservador, como diria Michael Oakeshott (1901-1990), filósofo conservador britânico fundamental para o assunto, desconfia da fúria “racionalista” de se inventar, por exemplo, leis que interfiram sobre hábitos e costumes (estes, sim, pérolas para um cético em política).
Aliás, pouco se sabe entre nós sobre o que é, no sentido erudito e conceitual, ser conservador. Qual a razão de não sabermos? Pergunte aos professores e coordenadores de escolas e universidades. A bibliografia escolhida por eles é, na imensa maioria das vezes, uma pregação em si. 
Alunos de escola, de graduação e pós-graduação, constantemente, são boicotados em sua intenção de conhecer outros títulos que não seja a cartilha com Marx e seus avatares.
A lei da Escola sem Partido é uma solução ruim para um problema real. A crítica a ela, sem reconhecer que sua motivação é justificada, presta um enorme desserviço ao debate. 
Com isso não quero dizer que professores marxistas de história mentindo pura e simplesmente ou restringindo o acesso a múltiplas “narrativas” (como é chique falar agora) sejam a principal questão no 
Brasil de hoje em dia. 
Existem muitas outras, como economia, corrupção, violência urbana, e outras mais. Mas, a formação educacional ideologicamente enviesada, por exemplo, faz muita gente “educada” abraçar movimentos como o Lula Livre, achando lindo.
A educação piorou muito depois que os professores resolveram pregar em sala de aula em vez de ensinar rios e capitais dos estados e países. Simples assim. Mas aumentar o mercado jurídico no país é um engano grave. Já somos presas demais do crescente lobby jurídico para não ver isso.
Luiz Felipe Pondé
Escritor e ensaísta, autor de “Dez Mandamentos” e “Marketing Existencial”. É doutor em filosofia pela USP.