sábado, 6 de outubro de 2018

Salários altos, prestígio, apoio ao estudo: as lições dos países que tratam bem seus professores


No Vietnã, um professor é perguntado nos primeiros dias de trabalho sobre as metas que deseja alcançar na carreira. Quer trabalhar na linha de frente com as crianças e adolescentes? Almeja um cargo de gestão? Ou gosta mesmo de pesquisar e desenvolver técnicas e metodologias de ensino? A partir disso, professor e diretor da escola atuam em conjunto para estruturar a carreira de acordo essas preferências.
No Japão, bônus salariais, a possibilidade de acelerar promoções e a ideia de desafio tornam atrativo dar aulas nas escolas mais pobres do país. Na Estônia, a forte evolução salarial nos últimos anos e a autonomia para aplicar métodos criativos de ensino fazem da carreira de professor uma das mais cobiçadas.
Na Coreia do Sul, o alto status social dos professores combina estabilidade, bons salários e rigorosos requisitos de admissibilidade na carreira. Já na Finlândia, o salário não é dos mais altos quando comparado à média das demais profissões; mas o prestígio, sim.
O que esses cinco países têm em comum?
A contratação de professores é seletiva, a profissão é valorizada e, mais importante, a carreira é estimulante, o que atrai bons profissionais para as salas de aula. E esse foco na qualidade dos professores se reverteu em bons resultados no influente ranking Pisa, organizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que avalia o desempenho de jovens de 15 anos em ciências, matemática e leitura em 75 países.
"A qualidade da educação de um país nunca será maior que a qualidade dos seus professores", definiu em entrevista à BBC News Brasil Andreas Schleicher, o idealizador do Pisa e diretor da área de educação da OCDE. E, para ter bons professores, é preciso atrair as pessoas mais talentosas para a profissão, oferecendo uma carreira desafiadora, além de boas condições de trabalho, diz Schleicher.
Nesses quesitos, o Brasil está longe de ser exemplo. Numa pesquisa da OCDE com 100 mil professores do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos), o Brasil aparece no topo de um ranking de violência em escolas.
Soma-se a isso o fato de a profissão de professor não ter prestígio social, salários abaixo da média da OCDE, ausência de uma carreira bem estruturada e de um período mínimo de experiência prática em salas de aulas como parte da formação. Todos esses fatores puxam para baixo a qualidade da educação no Brasil, que ficou entre os 10 países com piores resultados no Pisa de 2015.
Mas o que o nosso País pode aprender com a experiências das nações que melhor tratam os seus professores?
A OCDE examinou as políticas para professores de 19 países que, além de irem bem no Pisa, revelam resultados equânimes, ou seja, não apresentam grande disparidade na qualidade do ensino para alunos ricos e pobres. Entre essas nações estão Japão, Cingapura, Estônia, Finlândia, China e Alemanha.
Embora cada uma adote modelos diferentes, alguns fatores em comum foram identificados e podem servir de inspiração:

Testes de admissão rigorosos e 'recrutamento' dos melhores alunos

Jovens fazendo provaDireito de imagemMONKEYBUSINESSIMAGES/GETTY IMAGES
Image captionCláudia Costin, da FGV, diz que aumentar os critérios de seleção para professores é passo essencial para reforçar o prestígio da carreira
Todos os países com melhor desempenho no Pisa adotam critérios rigorosos na formação e contratação de professores, segundo o estudo Políticas Efetivas para Professores, da OCDE.
Na Coreia do Sul e na China, interessados em dar aulas no ensino básico precisam passar por dois testes altamente competitivos - um para ingressar no curso de formação de professor e outro depois de formado, para ser autorizado a integrar o sistema de ensino.
Na Alemanha, a preparação para se tornar professor de ensino básico dura entre seis e sete anos- compreende um mestrado e, pelo menos, um ano de experiência prática em sala de aula. Além disso, os candidatos precisam passar por um processo de certificação nacional que ateste que cumprem os requisitos.
Já em Cingapura, os melhores alunos do ensino médio são "recrutados" para se tornarem professores, por meio de condições atrativas de estudo e trabalho, como a oferta de uma generosa bolsa mensal durante o período de treinamento.
A seletividade é essencial na construção de prestígio em torno da profissão de professor, diz a professora Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Na Finlândia, é dificílimo ser professor e é muito concorrido, mesmo pagando menos que profissões de mesma escolaridade, embora claro que num patamar salarial bem acima do Brasil", exemplificou Costin, que é ex-diretora do departamento de educação do Banco Mundial.
"No Brasil, deveria ser fixada uma nota mínima no Enem para entrar para os cursos de licenciatura e pedagogia, e ter um processo nacional de certificação de professores, que pode ser uma prova de avaliação docente", defendeu.

Experiência prática como parte da formação

O diretor de educação da OCDE, Andreas Schleicher, destaca que os países bem sucedidos no Pisa adotam um sistemas de formação de professores que exigem um período mínimo de experiência prática em sala de aula, sob supervisão e com constante feedback.
"É importante garantir que uma parte considerável do treinamento se dê nas salas de aula das escolas, não apenas nas universidades. As salas de aula são os locais onde os professores adquirem boa parte da técnica e da qualificação. A maioria dos países com boas políticas públicas para o magistério têm um equilíbrio entre formação teórica e prática", afirmou ele à BBC News Brasil.
professora em sala de aulaDireito de imagemSKYNESHER/GETTY IMAGES
Image captionNa Alemanha, período de treinamento prático em sala de aula chega a durar dois anos
O período de treinamento prático varia entre os países com as maiores notas no Pisa - vai de 20 dias no Japão a alguns meses no Reino Unido, Austrália e Noruega, para um ou dois anos inteiros na Alemanha.
Costin destaca que, no Brasil, experiência prática não costuma integrar o currículo obrigatório dos cursos de licenciatura e pedagogia.
"A formação que eles recebem na universidade não prepara para uma carreira como professor. Os cursos de licenciatura e a faculdade de educação são excessivamente centrados na teoria. São divorciados da prática na sala de aula", avalia.

Especialização na área de ensino

Outro fator comum entre a maioria dos países que vai bem no Pisa é o alto número de professores com especializações nas áreas que lecionam ou a oferta, após a contratação, de cursos e workshops para garantir o aprendizado continuado dos profissionais.
No Brasil, só 29% dos professores de ciências no Brasil têm especialização na área, segundo a OCDE.
Em países como Finlândia, Austrália, Coreia do Sul e Alemanha, que estão entre os que apresentaram os melhores resultados do Pisa na área de ciências, a proporção de professores especializados nessa disciplina nas escolas públicas ultrapassa 80%.
"A primeira coisa que você, como aluno, percebe é se o seu professor realmente domina a matéria que ele está ensinando, então, claramente é uma vantagem ter um profissional com especialização na área que ele leciona", diz Schleicher.
aula de ciênciaDireito de imagemSOLSTOCK/GETTY IMAGES
Image captionNo Brasil, só 29% dos professores de ciência têm formação na área. Em países como Finlândia e Alemanha, o percentual ultrapassa 80%
Segundo Cláudia Costin, a falta de qualificação dos professores dificulta que os alunos desenvolvam uma capacidade de "reflexão científica". Ou seja, que aprendam a lógica por trás das lições e possam aplicar o conhecimento de forma crítica, em vez de apenas replicar conteúdo memorizado.
"Para poder ensinar num nível mais profundo, ensinar a pensar cientificamente, o professor precisa ter conhecimento da didática da disciplina. Ele não consegue ensinar a pensar cientificamente só seguindo o livro didático, mesmo que seja um material estruturado que dê a receita do bolo", diz.

Plano de carreira e bons salários

A OCDE diz que, em geral, os países com melhor desempenho no Pisa pagam aos professores salário maior que a renda per capita, sendo que alguns oferecem remunerações extremamente competitivas, como Coreia do Sul, Alemanha e Hong Kong (China).
No Brasil, o piso salarial dos professores é, atualmente, R$ 2.455. "Salário é uma questão essencial. A remuneração vem aumentando no Brasil, mas muito menos que a de profissões de igual escolaridade. Isso explica em parte a baixa atratividade da carreira para o futuro professor", diz Costin.
Mas Schleicher ressalta que alguns países que vão mal no Pisa também oferecem bons salários e que nações como a Finlândia, onde professores ganham menos que a média de outras profissões de mesma escolaridade, vão excepcionalmente bem em qualidade de ensino.
Isso significa, segundo ele, que um fator ainda mais importante que salário é tornar a profissão de professor uma carreira estimulante, com possibilidade de progressão baseada em resultados.
alunosDireito de imagemPICASA/AGÊNCIA BRASIL
Image captionNo Brasil, professores são contratados para cumprir poucas horas semanais e não encontram planos de carreira estimulantes. Esse é um dos fatores que tornam a profissão pouco atrativa
"Por um lado, podemos dizer que o Brasil tornou dar aulas um pouco mais atrativo financeiramente nos últimos anos, já que os salários aumentaram um pouco. Mas o Brasil não fez o suficiente para tornar a carreira de professor intelectualmente atrativa", disse.
"Você quer que as pessoas mais talentosas e competentes da sociedade se tornem professores. É o que aprendemos da Finlândia. Lá, os salários de professores não são fantásticos, mas todos querem se tornar professores, porque é considerado uma carreira incrível."
Costin concorda que não existe uma carreira estuturada para os professores de escolas públicas no Brasil. Ela destaca que os profissionais que lecionam no ensino básico costumam ser contratados em concursos públicos para cumprirem carga horária de 16 ou 20 horas. Portanto, ganham pouco e a acabam tendo que acumular empregos ou funções em escolas diferentes.
"Os professores não são contratados para uma carga horária semanal de 40 horas. Com isso, ele não cria uma identidade com um grupo de professores e com as crianças, não tem tempo de conviver com os estudantes e ter uma relação significativa com eles."

Desafios e educação continuada

Outro fator em comum entre os países com melhor desempenho no Pisa é a ampla oferta, aos professores, de cursos que garantam um aprendizado contínuo, além de autonomia para desenvolver e testar novos métodos de ensino.
De acordo com a OCDE, na Austrália, Reino Unido, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Cingapura, é comum o acesso frequente a workshops para grupos de professores e oferta de coaching, para que os profissionais tenham contato com novas metodologias e saibam identificar as próprias preferências na carreira.
Além disso, na maioria dos países com notas altas no Pisa, a progressão na profissão está diretamente associada ao tamanho do desafio que o profissional aceita assumir e aos resultados que ele obtém.
Sala de aulaDireito de imagemSOLSTOCK/GETTY IMAGES
Image captionOutro fator comum entre os países com melhor desempenho no Pisa é a ampla oferta, aos professores, de cursos que garantam um aprendizado contínuo
No Japão, por exemplo, é exigido que os professores troquem de escola periodicamente, para garantir um equilíbrio entre novatos e profissionais experientes nas escolas localizadas em áreas mais pobres do país.
E há incentivos aos professores para que assumam turmas com alunos em "desvantagem social e econômica", como antecipação de promoções para cargos de gestão e a possibilidade de escolher a próxima escola onde quer trabalhar.
No Brasil, prevalece a progressão salarial por tempo de serviço e, em geral, faltam incentivos para que professores assumam projetos complexos e desafios.

E qual a orientação da OCDE para o Brasil?

Andreas Schleicher avalia que a melhor forma de dar um salto de qualidade na educação é melhorar as condições de trabalho dos professores, para garantir profissionais dedicados e mais bem qualificados.
Se o dinheiro que o Brasil tiver para investir for "pouco", é preciso fazer escolhas estratégicas - entre ter salas com menos alunos e pagar mais por um bom professor, Schleicher recomenda investir no profissional mais qualificado.
As pesquisas da OCDE revelam que os resultados dos alunos são mais afetados pela qualificação e tempo de experiência do professor do que pelo tamanho das salas de aula.
Claudia CostimDireito de imagemFGV
Image captionCláudia Costin recomenda ampliar carga horária em contratos de professores, aumentar seletividade, por meio de certificação nacional, e melhorar salários
"Se o Brasil não tiver, no momento, muito dinheiro para investir em educação, é preciso refletir mais sobre como investir da maneira mais produtiva. E isso significa, por exemplo, priorizar a qualidade do professor em detrimento de reduzir o número de alunos por profissional", avalia.
FONTE: https://www.bbc.com/portuguese/geral-45680063?ocid=socialflow_twitter

Salário mínimo pago ao professor no Brasil é um dos piores do mundo


O Brasil é o que paga pior seus professores do ensino fundamental ao médio entre 40 países ou sub-regiões, membros ou parceiros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o estudo "Education at a glance", divulgado nesta terça-feira, quando considerado o salário inicial anual de cada etapa, os professores brasileiros ficam em último em quase todas, exceto na educação infantil.

A pesquisa, publicada anualmente pela OCDE, analisou o cenário educacional em 46 países ou regiões, mas, no caso dos salários de professor, apenas 40 disponibilizaram dados. O relatório leva em consideração os valores pagos por instituições públicas. De acordo com o relatório, o Brasil paga salário mínimo de US$ 13.971 por ano para seus professores. O país tem um piso salarial para toda a educação básica e, diferentemente de outras nações, não há variação de uma etapa para outra.

Nos primeiros anos do ensino fundamental, o salário mínimo anual brasileiro fica bem abaixo do montante de US$ 70.192 pago em Luxemburgo, país com melhores rendimentos. Os professores brasileiros também ganham menos que docentes de países vizinhos como o Chile, onde eles recebem inicialmente US$ 23.429 por ano. O país também fica atrás da média dos países da OCDE (incluindo a Lituânia, que entrou recentemente no grupo), que registra salário anual inicial de US$ 31.919.

No segundo segmento do fundamental, o Brasil continua com o salário inicial anual de US$13.971 na última posição, enquanto a média da OCDE sobe para US$ 33.126. No ensino médio, os países da OCDE pagam em média US$ 34.534 por ano, e o Brasil segue com o mesmo salário inicial anual.

Em outro cenário, a pesquisa também compilou os valores salariais após 15 anos de serviço, mas não há dados do Brasil para essa especificação. Em relação ao cenário do país, a OCDE destaca que não levou em conta bônus ou subsídios dados aos professores e ressalta que os valores podem variar dependendo das qualificações, do tipo de instituição e das regiões do país. Em alguns casos, como o de Luxemburgo, o valor inicial inclui contribuições de seguridade social e pensão pagas pelos empregadores. Ainda assim, o estudo destaca que os valores mínimos iniciais mostram a situação dos professores do país.

— O dado sobre salário mínimo não reflete exatamente a realidade do salário que os professores recebem, mas dá uma ideia da atratividade da carreira. E no Brasil ele é muito mais baixo que em outros países da América Latina — explicou Camila de Moraes, analista de Educação da OCDE.

O documento chama a atenção para o fato de que "a remuneração e as condições de trabalho são importantes para atrair, desenvolver e reter professores qualificados". Quando considerada a média salarial e não o salário mínimo, considerando bônus e subsídios, os valores aumentam um pouco, mas ainda assim o Brasil é o pior:

"O salário médio (anual) para professores de 25 a 64 anos no Brasil passa de US$ 22 mil na educação infantil para US$ 24.100 no ensino médio. Em comparação, a média da OCDE varia de US$ 36.900 a US$ 45.900. Esses valores também mostram que os salários no Brasil tendem a variar menos nos níveis de educação do que nos países da OCDE, onde os professores do ensino médio ganham em média cerca de 25% a mais que professores da educação infantil."

Para a especialista em educação e ex-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho, a falta de atratividade na carreira prejudica diretamente a qualidade do setor no país.

— É um conjunto de fatores que vão precarizando a educação e impactam diretamente na sua qualidade. Quando há baixos salários, poucas pessoas se interessam pela profissão e muitas delas não têm a formação adequada e não investem nela. Isso vai virando uma bola de neve. A maioria dos professores é dedicada, mas falta condições — opina.

Segundo ela, o cenário seria diferente se o país se dispusesse a cumprir o Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a valorização do professor.

— O PNE coloca a valorização do professor para garantir a atratividade, mas por conta da crise o valor do salário não está subindo como deveria. No Brasil, constatamos os problemas, mas não resolvemos. Precisamos de um governo que tenha como foco a educação e que leve em conta o professor e o cumprimento do plano, caso contrário, teremos um apagão de professores. E os professores que temos terão dificuldade de trabalhar — critica.

A própria legislação brasileira, muitas vezes, representa um entrave para o cumprimento do piso salarial dos professores. Mônica Gardelli Franco, diretora-executiva do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), destaca que o país precisar reavaliar alguns mecanismos:

— A valorização docente não acontece apenas pelo rendimento. Ele é importante, mas a gente também deve considerar a formação do professor e condições adequadas para ele desempenhar seu trabalho. O Brasil precisa investir nas três frentes — diz Franco. — Em relação ao rendimento, um dos principais obstáculos para alguns municípios é a lei de responsabilidade fiscal, que estabelece que ele não pode gastar em folha mais que recebeu na arrecadação. A responsabilidade fiscal estabelece um limite principalmente com gasto em folha e esse é um obstáculo que temos. É preciso algum mecanismo legal que proteja o gestor que pague o piso de professor.

MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO

Os problemas do ensino médio brasileiro não se restringem aos salários dos professores. O estudo mostra que, considerando a população adulta do país, entre 25 e 64 anos, mais da metade dos brasileiros não completaram o ensino médio. O índice é mais que o dobro da média registrada pelos países da OCDE.

A baixa nas matrículas do ensino médio ajuda a puxar para baixo o percentual da população matriculada em algum nível de escolarização. No Brasil, apenas 69% dos jovens de 15 a 19 anos estão matriculados na escola, enquanto a média da OCDE é de 85%. Dos 20 aos 24 anos, 29% possuem matrícula no país, já a méida é de 42%.

A pesquisa destaca, no entanto, que houve um progresso significativo em relação a 2007. O índice de jovens adultos, de 25 a 34 anos, que atingiram o ensino médio passou de 47% naquele ano para 64% em 2015. Nesse cenário, o Brasil registrou um dos maiores aumentos entre todos os países analisados, ainda que o crescimento não seja suficiente para atingir a média da OCDE de 85% da população dessa faixa etária a atingir a etapa.

Salário dos professores brasileiros está entre os piores do mundo


Dados da OCDE (Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico) mostram que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. Divulgados nesta terça-feira (9), os valores fazem parte do estudo Education at a Glance 2014,  que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros da organização e 10 parceiros, incluindo o Brasil.
De acordo com o estudo, um professor em início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, ele recebe 66.085 dólares. Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes mais que o salário brasileiro.
Até mesmo em países da América Latina como Chile e México, os professores recebem um salário consideravelmente maior que o brasileiro, 17.770 e 15.556 dólares respectivamente. Entre os países mapeados pela pesquisa, o Brasil só fica à frente da Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano. Os valores são de 2012, com dólares ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).