quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sonhos e fantasias

Pode parecer estranho este título, porque neste momento vou falar mais uma vez de educação, mas o que pode nos parecer o processo educativo senão "sonhos e fantasias". Podemos nos perguntar a cada momento qual o sentido de nossa prática, do que fazemos, do que nos propomos a fazer. Muitos (a maioria) não encontrarão resposta satisfatória no seu "eu", nada que possa de fato levar a um pensamento coerente. Eu trabalho para ganhar dinheiro, pois é este dinheiro que faz com que eu possa estar agora neste momento escrevendo, pois internet custa dinheiro, computador custa dinheiro, enfim, viver custa dinheiro. Seria esta (mas não é a minha) a razão de quase todos para explicar sua ideologia enquanto educador, porque de fato não encontrarão outra explicação a não ser aquelas decoradas (que já viraram chavão), ideologia furada, fútil. Educador, com ideologia concreta e que leva a educação a sério não são muitos, se fossem a educação no país estaria em melhores condições. Então, o que devemos fazer? Não adianta pensar que vamos acordar amanhã com um pensamento diferente e a partir de então vamos transformar o mundo. Assim como o mundo não muda da noite para o dia, nós também não mudaremos da mesma forma. Este é um processo lento e que requer os mesmos sacrifícios de um fumante inveterado que busca deixar o vício. Tem que haver sofrimento, lágrimas e sangue (nem tanto) para que ocorra esta transformação que é, a meu ver, a única salvação para este país.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Educar para a vida

Segundo Paulo Freire, "A educação num mundo sustentável deve primar pela formação integral do ser humano, ou seja, contemplar seus aspectos culturais, éticos, morais, sociais, profissionais e espirituais, intermediados pelo mundo”.

O papel social da escola é educar para a vida e o professor é o mediador do conhecimento, isto é, reflete com o educando o conhecimento científico, já elaborado, levando-o a criar novo conhecimento. O educador intervém na realidade para criar uma nova realidade. Assim a escola é transformadora.

O ser humano é um ser de relações. É no relacionamento com os outros, consigo mesmo, com o mundo, com a natureza, com Deus, que ele mostra que é autônomo, crítico, criativo, social e transformador.

O educando autônomo é aquele que tem um desenvolvimento sustentável, sem degradação da natureza preocupando-se com o presente e o futuro das gerações.

Ele tem uma atitude auto-sustentável, que cuida da vida do planeta com responsabilidade e autenticidade. Cria mecanismos de organização para transformar a realidade, priorizando a vida dos seres em todos os sentidos através de ações concretas, que levam a mudanças de atitudes no que se refere ao cuidado pela vida.

É possibilitando refletir todas essas relações, que percebemos na educação, caminhos possíveis para que a mudança se efetive.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ensinar e Aprender

Não preciso nem dizer que para ensinar, primeiro temos que aprender, mas gostaria de refletir acerca de um paradigma que carrego dentro de minha concepção filosófica sobre o processo educacional. A partir do momento em que começamos a ensinar, deixamos de aprender? Penso ser este o maior problema da educação atual. A maioria dos profissionais, além de não terem compromisso com esse processo, além de estarem acomodados em sua posição de "mestres", param de evoluir, deixam de construir (se é que já construíram). O ensinar só acontece com o aprender, são processos indissociáveis. Chego ao absurdo de pensar que aqueles que queiram ser professores (educadores) deveriam estar sempre escrevendo, colocando suas idéias no papel para que não caiam no lugar comum onde se encontram a maioria dos professores (não educadores). Escrever faz com que façamos reflexões sobre a nossa prática, sobre o que estamos fazendo e o que devemos fazer. Posso até dar idéia de construirmos uma revista eletrônica - e a internet nos propicia isto sem nenhum custo - para que todos os professores possam postar ali seus artigos (ou opiniões) sobre a prática docente ou outro assunto qualquer. Desta forma, estaríamos sempre ativos, sempre acompanhando a evolução social e educacional. Em algum momento a conta de nossa incapacidade de olhar de fora o processo educacional e, também, nossa incapacidade de fazer uma auto-crítica sobre nossa prática, irá chegar e nos mostrar suas consequências dramáticas.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Revista Veja da Primeira Semana de Janeiro de 2009


Ao ver a capa da revista "Veja", da primeira semana do ano de 2009 fiquei estarrecido. Me perguntei se teria estômago para ler a reportagem no meio da revista. Para quem não viu eu descrevo a capa: um pai, carregado sua filha (ou filho), morto, com o rosto estampado na capa... O queijo meio inchado, os olhinhos fechados em uma expressão aterradora para quem é pai, para quem tem família e tem amor por seus ente queridos. Isso me fez refletir sobre o que acontece naquela região do mundo, sobre família, sobre guerra e filhos. Não vou tomar partido, até porque entendo que não podemos julgar as razões dos outros, claro, com exceções. Mas imagino que não podemos dar razão aos ataques israelenses e tampouco a ideologia do Hamas e seus ataques suicidas. Mas claro que as imagens da guerra nos fazem pensar que Israel, com poderio militar inúmeras vezes maior que o do Hamas, poderia e deveria agir de forma a não massacrar civis na faixa de Gaza. Segundo a Revista Veja: "Israel ataca os radicais do Hamas na Faixa de Gaza, com terríveis consequências para a população civil. É mais uma prova de como é necessário – e difícil – um acordo de paz. A lógica tribal tem regras simples: se você me ataca, eu ataco de volta. Se quiser me destruir, eu o destruo primeiro. Se eu puder, uso dez vezes mais violência. Ou cem. Ou mil. Sei que você vai querer se vingar, mas estarei preparado, à espera. Eternamente, se for preciso. Essa é a lógica da guerra dos quatro dias, mas que pode se estender, desfechada por Israel contra um dos lugares mais desgraçados do mundo, a Faixa de Gaza. O pedaço estreito de terra desértica e superpovoada ficou ainda mais perigoso depois que o Hamas, uma organização nacionalista permeada pela ideologia dos radicais muçulmanos, o transformou numa espécie de segundo estado palestino – o primeiro fica no território conhecido como Cisjordânia e é governado pelo Fatah; os dirigentes de cada um dos pedaços de uma futura e já tão alquebrada nação palestina se odeiam." Diante de tudo isso, ao mesmo tempo em que podemos agradecer aos céus por viver no Brasil, podemos também rezar para que aqueles que decidem os rumos deste embate sejam capazes de encontrar, o mais rápido possível, um caminho para o diálogo e a paz.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Vamos nos preocupar com o que vale a pena...

Parei em frente ao computar, como se colocasse uma folha em branco em uma máquina de escrever (estou ficando velho), e fiquei aqui olhando... Meio sem saber o que escrever nesse segundo dia do ano. Então me veio a mente uma reflexão sobre o últio artifgo de J. R. Guzzo, na revista Veja. Lá ele critica o Presidente Lula, fala do linguajar do presidente, da sua forma de se expressar, ele escreve "O que se pode pensar de diferente, por exemplo, diante da última tirada de Lula sobre as semelhanças entre a Presidência da República e a medicina? O presidente, neste seu embalo de fim de ano, ensinou que um bom médico deve dizer a verdade ao seu paciente, mas ao mesmo tempo precisa animá-lo com a perspectiva de novos remédios e avanços científicos; não pode, diante de uma doença séria, simplesmente lhe dizer "sifu". Está certo, não pode mesmo, mas por que falar desse jeito? A desculpa dada pelo mundo oficial é que Lula, no caso, estava falando na "linguagem do trabalhador". Conversa. O trabalhador de verdade, quase sempre, faz justamente o contrário: fora da sua intimidade, toma muito cuidado com as palavras que emprega, e presta muita atenção para não parecer mal-educado diante de quem as ouve. Lula não disse "sifu" porque queria entrar em comunhão com o povo, mas porque não pensou no que estava falando – só isso e nada mais. Palavras, para o presidente, são coisas baratas, que vêm com o vento e vão embora com ele. Podem até ser apagadas das transcrições oficiais, como aconteceu com a expressão usada nesse episódio, sob a extraordinária justificativa de que ela ficou "inaudível"; um caso de alucinação em que todo mundo ouve exatamente a mesma coisa, salvo o funcionário encarregado de colocar por escrito a fala do chefe." Não considera J. R. Guzzo que o Presidente Lula, mesmo sendo presidente, não deixou de ser uma pessoa simples, que veio do povo, com pouco instrução e que acaba usando as expressões que conhece, há muito mais o que criticar no Governo do que as falas ou "falácias" do presidente. Posso não concordar com muito do que acontece nas entranhas do governo, com muitas declarações do Presidente, mas seria ridículo não ver o sucesso de seu governo. Então, não vamos ficar "agourando" o governo, porque desta forma estaremos "agourando" a nós mesmo, o Brasil não é o Presidente Lula, o Brasil somos todos nós.