quinta-feira, 3 de junho de 2010

Idade real e idade ilusória

Estou envelhecendo, mas só descubro isso quando me chamam de "Senhor" - o que eu deveria achar natural - ou quando me olho no espelho. Outro dia, em uma reunião ou conferência no auditório do Teatro de Morrinhos, a primeira dama ao proferir suas palavras, me avistou entre os presentes (ela não me conhecia) e se referiu a mim como aquele Senhor, ao mesmo tempo em que me senti "importante", fiquei meio ressabiado, pois me senti "senhor demais", ou seja, talvez pelos meus grisalhos (muitos) ela tenha pensado que eu já passara dos 50, mas ainda tenho dez a menos, completados ainda a pouco. Não sei se acontece com todos, mas vejo os jovens por aí e me sinto um deles, com mais experiência é claro, mas pronto para a vida, para viver a vida e com força e disposição para trabalhar e buscar meus muitos sonhos, que vou realizando aos poucos. Não consigo me "sentir" velho, a não ser quando cismo de jogar bola na recreação lá da escola, aí sim, o peso dos anos - e da barriga - me mostram que devo maneirar, afinal meu coração reclama, são muitos anos, mas muitos mais espero que estejam por vir.

O bar do "Lanzudo"

Certo dia, em minha aula no povoado da Marcelânia,
meus alunos começaram a falar do tal "Bar do
Lanzudo". Fiquei observando e aprendendo com eles.
De repente uma de minhas alunas falou que o avô
havia dito que o Lanzudo ia morrer. Fiquei
preocupado e indaguei a ela o porquê da
anunciada morte do Lanzudo. Ela mais que
depressa, de um jeito bem peculiar, me respondeu
que o Lanzudo bebe muito e que o médico havia
dito que se ele não parasse de beber era morte
certa. Outro aluno completou que o Lanzudo quando
bebe fica doido, pega seu carro e fica dando
"cava-de-pau" perto da pista do asfalto e que
fica perigoso. E as histórias se sucederam,
volta e meia ainda ouça falar do Lanzudo e fico
pensando que deveria ir lá pra conhecer o local,
afinal faz parte ali da vida deles.