quinta-feira, 15 de julho de 2021

Toda escola precisa ter um planejamento para refletir com seus alunos os valores sociais e culturais.

Precisamos repensar nossa cultura no que diz respeito às relações de homens e mulheres. E nisso a escola tem papel fundamental. Toda escola precisa ter um planejamento para refletir com seus alunos os valores sociais e culturais. A questão das roupas, por exemplo, deve ser discutida com alunos e alunas - o que usar no trabalho, no espaço público ou privado etc.

Notícias de assédios, estupros, abusos sexuais não faltam na imprensa, e isso precisa ser discutido com o alunado. Por que ensinar à aluna como se comportar ou se vestir e não ensinar ao aluno o respeito às mulheres e seu comportamento com elas?

Temos muito o que avançar para diminuir a violência contra as mulheres, de todos os tipos. Já passou o tempo em que a mulher era considerada posse do homem!

O machismo está em homens e mulheres. Se você tem filhos e/ou filhas, não importa, tem o dever de prepará-los para uma vida pessoal e social respeitosa com as mulheres. Para o mundo ser melhor e os filhos terem chance de uma vida boa, eles precisam de nós para se tornarem melhores do que nós!

sábado, 12 de junho de 2021

A avaliação escolar dos alunos não é a finalidade da educação formal

A avaliação escolar dos alunos não é a finalidade da educação formal, sempre é bom lembrar disso. E isso é discutido desde muito antes da pandemia. Mas muitas escolas, notadamente as que podemos classificar como conservadoras, preferem ignorar todas as reflexões já existentes a respeito da avaliação e do processo educativo e continuam a realizar avaliações quantitativas dos conteúdos e a utilizar o resultado obtido pelo aluno para classificá-lo.

Sabe o que é pior, leitor? Muitas famílias de alunos se convenceram de que o que importa na vida escolar do filho é a nota que ele recebe. Mal sabem que, dependendo do processo avaliativo utilizado, essa nota não tem relação nenhuma com a aprendizagem efetivamente ocorrida. A aprendizagem, principalmente em períodos de grandes dificuldades como este que vivemos, é resultado de um desafio. Pelo visto, o grande desafio de muitos alunos será o de descobrir como burlar a tecnologia para colar. Não é?

Em resumo: está mais do que na hora - aliás, já passou da hora - de muitas escolas refletirem a respeito de seus valores efetivamente praticados durante o ensino na pandemia. Se isso ocorrer, muitas instituições poderão transformar os rumos da sua prática pedagógica e, assim, colaborar muito mais para a formação integral de seus alunos.

Queremos formar um cidadão pensante em nossa sociedade ou queremos o que se deixa controlar? Queremos formar um cidadão colaborativo, empático com as questões da comunidade em que vive, respeitoso, ou queremos apenas conhecimento técnico/profissional? A prática pedagógica realizada pela escola que seu filho frequenta responde a essas questões.

segunda-feira, 22 de março de 2021

O EXERCÍCIO DA COMPAIXÃO

Seu filho está expressando as consequências da pandemia, seja no comportamento, na saúde física, psíquica e emocional e/ou no aprendizado em geral? Pois saiba que não é pequeno o número de afetados após um ano de pandemia. E pode aumentar com o retorno gradual, quando ele for possível, às escolas e a outras atividades. Podem surgir sintomas de um quadro de ansiedade intensa por tudo o que já passaram.

Sim, os pais estão ansiosos, temerosos e exaustos por terem tido um grande acréscimo no seu já grande pacote de responsabilidades. Afinal, crianças confinadas em casa dão todo tipo de trabalho imaginável – e os inimagináveis também –, e o ensino remoto dos filhos acrescentou tarefas aos pais com as quais eles não estavam acostumados e, portanto, não tinham experiências acumuladas.

Mas, imagine só: como adultos já temos maturidade – ou deveríamos ter –, recursos pessoais e autoconhecimento suficientes para reagir de modo mais saudável a tantas preocupações e pressões e maior facilidade para expressar as emoções que nos assaltam; sabemos reconhecer a necessidade de pedir ajuda quando necessário e temos já desenvolvido o autocuidado.

E os mais novos? Você já ouviu a expressão “estamos todos no mesmo barco”? Outro dia, li em um texto que estamos sob a mesma tempestade, mas em embarcações bem diferentes. É o caso dos mais novos: eles estão ou à deriva ou em barcos mais frágeis.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

A SEGREGAÇÃO ENTRE "CASA E RUA"


A segregação entre “casa e rua”, que até hoje nos persegue (porque a casa é inocente e a rua é bandida), esquece que os mais exaltados “governos fortes” e as ditaduras foram ou são exercidos por nossos colegas, amigos, compadres, parentes e subordinados. Nenhum governo conseguiu encarar o fosso entre a morada e a vida pública nas suas mais claras contradições, pois a casa é monárquica, a rua, republicana! Na casa existe uma dura hierarquia de gêneros e idades, na rua há uma surpreendente igualdade que, quase sempre, nos obriga a usar o “você sabe com quem está falando?” como um ritual de distinção.

Não deve ter sido por acaso que a passagem da monarquia para a República foi realizada por terríveis rompimentos com elos pessoais. Novas concepções de como se relacionar com Deus e de como limitar o luxo e o poder dos nobres tiveram um papel básico nas relações com aqueles que ocupavam um papel superior. Disciplinar funcionários do Estado foi fundamental no caso das primeiras burocracias - dos primeiros requisitos para mudar o feitio e o estilo de governar legal e politicamente para todos.

No caso brasileiro tivemos Estados fortes e fracos, mas pouco discutimos que a segmentação entre Estado e sociedade tem como consequência isentar a responsabilidade e o peso da sociedade junto ao Estado. No fundo, mantemos até hoje em separado entidades que estão entrelaçadas, posto que o Estado é a sociedade e os seus estilos de vida e vice-versa.