Há hoje um certo consenso, entre especialistas em educação e saúde, de que a primeira infância é o momento mais importante para se criar as condições para um desenvolvimento integral e saudável da criança.
É nessa fase que se ensaiam elementos de compreensão de mundo, de comunicação com os outros, de conhecimento do próprio corpo e o manejo das emoções.
A formação de sinapses permitirá que sensações sejam processadas e que aprendizados se acumulem, em um processo orientado pela riqueza das experiências vividas pela criança e pelo afeto de que se vê cercada.
O grande inimigo dessa fase é o chamado estresse tóxico ou traumático, em que a violência ou a negligência extrema podem trazer danos fortes, alguns irreversíveis, ao desenvolvimento infantil.
Pela complexidade e relevância dessa fase, há igualmente um consenso de que se trata de um período em que diferentes políticas públicas devem atuar para assegurar o pleno desenvolvimento da criança e a garantia de seus direitos.
Para a educação, o que se busca é assegurar que as crianças cujos pais assim o desejarem tenham acesso a creches de qualidade, com prioridade para as famílias em situação de pobreza extrema, e garantir a todas elas boas pré-escolas.
Mas não é suficiente —e, em alguns casos, nem desejável, institucionalizar crianças pequenas. A formação de vínculos fortes com pais e outros membros da família é tão ou mais importante quanto os cuidados e a educação de uma creche.
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Ainda há muito o que fazer para promover igualdade de oportunidades em nosso país, mas, se todas as crianças em situação de vulnerabilidade se beneficiarem de atenção, educação e cuidados necessários, será um bom começo.
Claudia Costin