No futebol, todos conhecem aquele jogador que chama atenção pelo estilo, pelas poses e pelos dribles que não levam a lugar algum. É o craque da enganação: nunca erra um passe, porque vive tocando a bola de lado, se exibe para a torcida, mas não constrói jogadas que realmente mudem o rumo da partida. Seu brilho é momentâneo, mas sua contribuição é quase nula.
Na educação, infelizmente, encontramos personagens muito parecidos. São aqueles que se apresentam como grandes inovadores, defensores de novas metodologias e donos de soluções mágicas para os problemas da escola. Falam bonito, produzem relatórios coloridos, criam projetos cheios de slogans e impacto visual. No entanto, no fundo, não produzem nada de relevante. Suas “jogadas” chamam atenção, mas não resultam em aprendizagem, nem melhoram as condições de trabalho do professor ou a vida do estudante.
Enquanto esses "craques da enganação" recebem aplausos por seus discursos, quem realmente joga a partida — o professor — fica esquecido, relegado ao banco de reservas, mesmo sendo o único capaz de conduzir o time à vitória. O docente, que enfrenta diariamente as limitações estruturais, a diversidade das turmas e a cobrança por resultados, é tratado como mero coadjuvante, quando, na verdade, é o camisa 10 da escola.
Assim como no futebol, não se vence apenas com pose. A educação precisa de passes certeiros, jogadas de verdade, estratégias que funcionem em campo. É hora de parar de enaltecer quem só toca bola de lado e valorizar quem realmente faz o jogo andar: o professor.