domingo, 6 de março de 2011

Pouco mais de metade dos brasileiros não reconhece melhorias na educação pública, mostra pesquisa Ipea

A despeito de avanços registrados nos últimos anos, pouco mais de metade da população brasileira não reconhece melhorias na educação pública nacional. Esse é a principal revelação de pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que ouviu 2.773 pessoas em todo o país entre os dias 3 e 19 de novembro de 2010. De acordo com os dados apresentados, 24,2% dos entrevistados acreditam que o sistema público de ensino piorou, enquanto outros 27,2% acham que continua igual – o que equivale dizer que não houve aprimoramentos. Para 48,7%, houve melhorias.

A percepção majoritária de que não houve avanços contrasta com medições apresentada por vários indicadores importantes divulgados recentemente. Em uma escala de 0 a 10, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação (MEC), por exemplo, mostra que, entre 2007 e 2009, o desempenho dos alunos do período inicial do ensino fundamental passou de 4,2 para 4,6; nos anos finais do fundamental, subiu de 3,8 para 4 e, no ensino médio, 3,5 para 3,6. Já no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a avaliação da educação no país entre 2000 e 2009 saltou de 368 para 401 pontos. A ascensão só foi superior no Chile e Luxemburgo. Ainda assim, o país segue mal colocado, na 53ª posição da lista, atrás de nações como Colômbia e Trinidad e Tobago. É importante frisar que o Pisa considera o resultados de escolas públicas e privadas – cujo desempenho, em geral, é superior no Brasil.

Para o especialista em educação e colunista de VEJA Claudio de Moura e Castro, a maior parte da população não reconhece a melhoria do sistema porque ela ainda é insuficiente. "As melhorias ainda são pequenas, apesar de importantes para o país. Leva tempo para que os índices se traduzam em uma melhor avaliação por parte da população. Estamos falando na qualidade da aula, no nível do conhecimento transmitido. Isso está aquém da percepção", diz Moura e Castro. "É como um estado febril, que vai cedendo lentamente. O paciente demora a perceber a melhora", compara.

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