segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A importância do vínculo entre professor e criança

No contexto da educação infantil, o vínculo criado entre educador e criança é tão importante quanto outros parâmetros considerados primordiais pelos referenciais de qualidade. É por meio da construção de uma relação afetiva acolhedora que a criança se sente segura e disponível para as atividades entre pares e o consequente desenvolvimento de suas possibilidades.
O vínculo é uma relação afetiva preferencial que se estabelece entre o aluno e seu professor. E à medida que cresce, a criança amplia o forte apego dos primeiros anos de vida aos pais para outras pessoas e o apego passa então a ser chamado de vínculo. Nesse contexto, o vínculo é uma relação em que o professor passa a ser uma espécie de amigo preferido no espaço escolar.
O vínculo é, sim, uma relação afetiva, mas não significa bajular, dar beijos ou passar a mão na cabeça da criança, no sentido da superproteção, mas fazê-la sentir-se segura, valorizada e acolhida no ambiente escolar.
É fácil perceber se há vínculo entre a criança e seu educador. A busca de proximidade é o maior sinal de que o vínculo foi instaurado. Há vínculo se a criança procura o professor, confere suas dúvidas com ele. Se ela evita o professor e fica retraída em sala é porque não tem nele seu porto seguro.
Outra evidência da presença ou da falta de vínculo é a vontade que a criança tem de ir à escola. O normal é que a criança ame ir à escola. Se chora e não quer ir, há um desajustamento que pode significar a falta de vínculo. A criança não se sente protegida, acolhida.
Uma das funções do vínculo é exatamente dar a sensação de proteção e conforto para a criança, cujo primeiro impulso é transferir para o professor a relação de segurança que teria com a mãe. Nesse momento, o educador é o mediador afetivo da criança nesse espaço escolar, e quem facilita sua adaptação. No caso de uma criança que chora e não quer entrar no ambiente desconhecido, quando estabelece esse vínculo afetivo, ela passa a entender que neste espaço o educador cuida, protege e sana suas necessidades, ele é o substituto da mãe.
O primeiro papel do vínculo é favorecer a adaptação da criança na creche ou na escola, mas não se encerra por aí. Um segundo aspecto é a mediação com o conhecimento. O educador lida com esta acolhida afetiva que a criança tem de ter e, por outro lado, com a ampliação dos horizontes e a aquisição de novos conhecimentos. A creche ou a escola são mundos muito novos e distantes da realidade vivida pela criança até ali. Há outras regras, horários, espaços e modos de funcionamento, assim como estímulos diversos – de socialização, habilidades motoras, artísticos e contato com a língua. O educador viabiliza a entrada da criança em todo este universo do conhecimento.

Se há no espaço escolar todo um mundo a descobrir, a criança precisa do vínculo para sentir que o espaço é afetivo e lidar bem com os novos desafios. Se não tiver segurança afetiva, ela se encolhe, se protege e não se lança à aventura da brincadeira e da expressão. Ela vai se retrair e não vai se envolver, o que afeta seu aprendizado no curto e no longo prazo.

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