terça-feira, 1 de julho de 2025

A necessidade da mudança e o medo do novo

No contexto educacional, a mudança é uma necessidade constante, impulsionada pelas transformações sociais, tecnológicas e culturais que reconfiguram, a cada dia, o modo como se aprende e se ensina. No entanto, ainda que se reconheça a urgência de evoluir, a resistência ao novo é um obstáculo real e comum nas escolas. Essa resistência nasce, sobretudo, do medo: medo de sair da zona de conforto, de enfrentar o desconhecido e de ter que reinventar práticas que, por anos, foram consideradas suficientes.

Mudar dentro da escola não significa apenas adotar novas tecnologias ou metodologias. Significa repensar currículos, relações, espaços, tempos e, sobretudo, posturas. Significa questionar práticas que já não atendem aos estudantes do século XXI. Mas, para muitos profissionais da educação, essa revisão é sentida como ameaça. Afinal, a estabilidade de rotinas e a familiaridade de velhos métodos oferecem segurança frente ao caos da novidade.

Esse medo não se limita a professores. Ele perpassa todos os setores da escola: gestores que temem perder o controle ao flexibilizar estruturas; funcionários que sentem que o novo pode tornar seus papéis obsoletos; famílias que desconfiam de propostas que diferem daquilo que viveram em suas trajetórias escolares. A mudança, quando não bem conduzida, assusta e provoca reações de autoproteção.

Entretanto, a escola só poderá cumprir sua função social de formar sujeitos críticos, autônomos e preparados para a vida se ela mesma for capaz de se reinventar. A permanência em modelos ultrapassados contribui para a estagnação e para o distanciamento entre escola e sociedade. Por isso, é fundamental cultivar uma cultura institucional aberta ao diálogo, à escuta e à experimentação. O erro, nesse processo, não deve ser visto como fracasso, mas como parte do caminho de construção coletiva.

A superação do medo do novo exige, portanto, lideranças inspiradoras, formação continuada significativa, empatia com os diferentes ritmos de adaptação e, principalmente, propósito claro. Quando todos os atores da escola compreendem que a mudança visa um bem comum – uma educação mais justa, atual e eficaz – a resistência tende a ceder espaço à colaboração.

Assim, a necessidade de mudança nas escolas não deve ser encarada como ameaça, mas como oportunidade. O novo, embora desafiador, carrega em si o potencial de transformar não apenas práticas pedagógicas, mas também relações humanas, horizontes de aprendizagem e, em última instância, a própria essência da escola. Abraçar o novo é, afinal, aceitar que educar é um ato de constante transformação.

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