Ensinar sempre foi uma arte complexa, mas nos dias de hoje, essa tarefa se transforma em um verdadeiro malabarismo, especialmente em ambientes marcados pela desconexão. O professor moderno é, sim, um mediador de conhecimento, mas a sua função vai muito além disso: ele é um gestor de crises, um incentivador e, muitas vezes, um fornecedor de materiais básicos.
Imagine uma sala de aula com 32 alunos. A massa de energia é imensa, mas a conversa paralela é um ruído constante que sabota a fluidez e a concentração. O tempo de ensino, tão precioso, é fragmentado pela necessidade incessante de pedir silêncio e retomar o foco.
A essa dificuldade somam-se os obstáculos práticos que expõem a desconexão com a própria atividade de aprender. Muitos alunos chegam à aula sem o material adequado: sem lápis, sem borracha, sem caneta e, por vezes, até sem caderno. Essa falta gera um ciclo vicioso de interrupções, onde o ato de pedir emprestado ou o simples procurar por algo vira a atividade principal, desvirtuando o objetivo do aprendizado.
Essa ausência de material reflete uma desconexão da realidade da aula e uma aparente falta de interesse. Por mais que o professor se esforce, buscando alternativas criativas, utilizando novas tecnologias ou metodologias envolventes, ele se depara com um muro de apatia. A arte de ensinar, então, torna-se a difícil arte de lutar contra a indiferença e de tentar costurar pontes de interesse onde, aparentemente, só há desengajamento. Lidar com a desconexão é o maior desafio contemporâneo da educação.
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