segunda-feira, 10 de novembro de 2025

A Difícil Arte de Ensinar na Desconexão

Ensinar sempre foi uma arte complexa, mas nos dias de hoje, essa tarefa se transforma em um verdadeiro malabarismo, especialmente em ambientes marcados pela desconexão. O professor moderno é, sim, um mediador de conhecimento, mas a sua função vai muito além disso: ele é um gestor de crises, um incentivador e, muitas vezes, um fornecedor de materiais básicos.

Imagine uma sala de aula com 32 alunos. A massa de energia é imensa, mas a conversa paralela é um ruído constante que sabota a fluidez e a concentração. O tempo de ensino, tão precioso, é fragmentado pela necessidade incessante de pedir silêncio e retomar o foco.

A essa dificuldade somam-se os obstáculos práticos que expõem a desconexão com a própria atividade de aprender. Muitos alunos chegam à aula sem o material adequado: sem lápis, sem borracha, sem caneta e, por vezes, até sem caderno. Essa falta gera um ciclo vicioso de interrupções, onde o ato de pedir emprestado ou o simples procurar por algo vira a atividade principal, desvirtuando o objetivo do aprendizado.

Essa ausência de material reflete uma desconexão da realidade da aula e uma aparente falta de interesse. Por mais que o professor se esforce, buscando alternativas criativas, utilizando novas tecnologias ou metodologias envolventes, ele se depara com um muro de apatia. A arte de ensinar, então, torna-se a difícil arte de lutar contra a indiferença e de tentar costurar pontes de interesse onde, aparentemente, só há desengajamento. Lidar com a desconexão é o maior desafio contemporâneo da educação.

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