quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Desacelerar para Avançar: A Importância da Pausa para Crescer como Pessoa

 Vivemos em um mundo que valoriza a velocidade. Estamos constantemente cercados por metas, prazos e demandas que nos incentivam a continuar nos movendo, muitas vezes sem questionar para onde estamos indo. Mas, paradoxalmente, a verdadeira evolução pessoal não acontece no ritmo frenético do cotidiano, mas sim nos momentos de pausa e introspecção.

Desacelerar não significa desistir ou parar de progredir. Pelo contrário, trata-se de criar espaço para refletir, recuperar energias e alinhar nossas ações ao que realmente importa. Quando aprendemos a pausar, descobrimos que o descanso não é apenas um intervalo, mas uma parte essencial do processo de crescimento.

O Valor da Pausa

As pausas são oportunidades de reconexão consigo mesmo. Elas permitem:

  1. Refletir sobre o caminho percorrido. Quando estamos sempre em movimento, não temos tempo para avaliar nossas escolhas e ajustar nossa rota. Pausar nos ajuda a identificar o que está funcionando e o que precisa mudar.

  2. Recuperar energia e foco. A exaustão física e mental pode comprometer nossa produtividade e criatividade. O descanso é essencial para recarregar nossas forças e manter a clareza.

  3. Estimular a criatividade. Muitas das nossas melhores ideias surgem quando estamos relaxados, longe da pressão e da correria. A pausa cria um espaço para que novas perspectivas emerjam.

Como Desacelerar na Prática

Incorporar pausas intencionais em sua rotina pode parecer desafiador, mas é possível com algumas práticas simples:

  1. Reserve momentos de silêncio. Comece o dia com alguns minutos de meditação ou respiração consciente. Esses momentos ajudam a estabelecer um estado de calma e foco.

  2. Desconecte-se das distrações. Dê um tempo das redes sociais e da tecnologia para se reconectar com seus pensamentos e sentimentos.

  3. Adote pausas regulares no trabalho. Experimente o método Pomodoro ou simplesmente levante-se a cada hora para se alongar ou tomar água. Pequenos intervalos aumentam a produtividade e reduzem o estresse.

  4. Encontre tempo para atividades relaxantes. Ler um livro, caminhar na natureza ou ouvir música são exemplos de atividades que ajudam a desacelerar e renovar sua energia.

O Crescimento que Surge da Pausa

Ao desacelerar, você cria espaço para o autoconhecimento e para uma perspectiva mais ampla sobre sua vida. Esses momentos de pausa permitem que você:

  • Entenda suas verdadeiras prioridades. Muitas vezes, estamos tão ocupados que perdemos de vista o que realmente importa. Pausar ajuda a reavaliar seus objetivos e alinhar suas ações aos seus valores.

  • Desenvolva resiliência. O descanso fortalece sua capacidade de lidar com desafios e manter o equilíbrio em momentos de pressão.

  • Nutra seu bem-estar. O cuidado com sua saúde física, mental e emocional é fundamental para que você possa crescer e florescer em todas as áreas da vida.

Desacelerar para Avançar

Lembre-se de que a vida não é uma corrida, mas uma jornada. Desacelerar é uma escolha corajosa e consciente que nos permite apreciar cada passo do caminho, encontrar sentido no presente e construir um futuro mais alinhado com quem realmente somos.

Portanto, não tenha medo de parar, respirar e refletir. Na pausa, você encontra força. E ao desacelerar, você se prepara para avançar de forma mais plena e consciente.

Gratidão e Propósito: Como Redescobrir o Sentido da Vida no Fim de Ano

 O fim do ano é um momento especial de pausa, reflexão e renovação. Enquanto os dias passam mais rapidamente, somos convidados a olhar para trás, reconhecendo as conquistas, aprendizados e desafios que enfrentamos. É também uma oportunidade de revisitar nosso propósito e encontrar inspiração para o que está por vir.

A combinação entre gratidão e propósito tem o poder de transformar nossa perspectiva sobre a vida. Quando cultivamos a gratidão, enxergamos o valor nas pequenas e grandes experiências que vivemos. Quando conectamos isso ao nosso propósito, encontramos sentido e direção para seguir adiante com esperança e entusiasmo.

A Prática da Gratidão

Gratidão não é apenas um sentimento, mas uma escolha consciente de focar no positivo, mesmo em meio a desafios. Aqui estão algumas maneiras de praticar a gratidão no fim de ano:

  1. Escreva uma lista de conquistas e momentos marcantes. Reflita sobre o que deu certo neste ano, mesmo que sejam pequenas vitórias. Valorize o progresso que você fez.

  2. Agradeça as pessoas ao seu redor. Dedique um tempo para expressar gratidão àquelas pessoas que fizeram diferença em sua vida. Um gesto simples pode fortalecer conexões e espalhar alegria.

  3. Aprecie as lições dos desafios. Mesmo as situações difíceis trazem aprendizados. Reconhecê-las é um passo importante para crescer e seguir em frente.

Reconectando-se ao Propósito

Propósito é o que dá significado à nossa jornada. Nem sempre é uma grande missão, mas sim aquilo que traz sentido ao nosso dia a dia. Aqui estão algumas formas de redescobrir seu propósito:

  1. Reflita sobre o que te inspira. O que te motiva a acordar todos os dias? Quais atividades ou causas te fazem sentir vivo e conectado?

  2. Estabeleça intenções claras. Pense em como você pode alinhar suas ações ao que realmente importa. Pequenos passos nessa direção fazem toda a diferença.

  3. Abrace o momento presente. Estar plenamente presente em sua vida permite que você encontre sentido em experiências cotidianas, transformando rotinas em oportunidades de crescimento.

Inspiração para o Futuro

Ao combinar gratidão e propósito, você cria uma base sólida para o futuro. Em vez de temer o desconhecido, encare o novo ano como um capítulo em branco, cheio de possibilidades. Permita-se sonhar e planejar, sabendo que cada dia é uma chance de escrever uma história alinhada aos seus valores e desejos.

O sentido da vida não está em grandes conquistas ou respostas definitivas, mas na maneira como escolhemos vivê-la. No fim deste ano, escolha valorizar o que você tem, buscar o que te inspira e acreditar que o melhor ainda está por vir. Afinal, a combinação de gratidão e propósito é a chave para uma vida mais plena e significativa.

Pequenos Passos, Grandes Mudanças: Como Cultivar a Melhor Versão de Si Mesmo

 Às vezes, a ideia de transformar nossas vidas pode parecer assustadora. Pensamos em grandes metas, mudanças drásticas ou revoluções pessoais, mas a verdade é que o caminho para a melhor versão de si mesmo raramente é feito de passos gigantes. Em vez disso, são os pequenos passos diários, consistentes e intencionais, que realmente fazem a diferença.

O poder dos pequenos passos está na sua simplicidade e constância. Quando você se compromete a melhorar um pouco a cada dia, o impacto cumulativo dessas mudanças pode ser extraordinário. Aqui estão algumas maneiras de cultivar hábitos simples que podem transformar sua vida ao longo do tempo:

1. Estabeleça metas realistas e alcançáveis

Em vez de prometer a si mesmo uma transformação completa em pouco tempo, foque em pequenas metas que sejam fáceis de atingir. Por exemplo, se você deseja ler mais, comece com 10 minutos de leitura por dia. Essa consistência criará o hábito que pode ser ampliado com o tempo.

2. Adote o hábito da gratidão

Comece ou termine seu dia refletindo sobre três coisas pelas quais você é grato. Este pequeno gesto pode mudar sua perspectiva e ajudar a manter o foco no positivo, mesmo em momentos desafiadores.

3. Cuide da sua saúde mental e física

Você não precisa ir direto para uma rotina de treinos intensos ou meditações longas. Experimente uma caminhada de 10 minutos por dia ou alguns minutos de respiração consciente. Pequenos atos de autocuidado acumulam benefícios a longo prazo.

4. Simplifique seu ambiente

Um ambiente organizado e livre de distrações pode impactar sua produtividade e bem-estar. Tire 5 minutos por dia para arrumar sua mesa ou um cômodo da casa. A organização também é uma forma de cuidar de si mesmo.

5. Seja gentil consigo mesmo

Nem todos os dias serão perfeitos, e tudo bem. O progresso é mais importante do que a perfeição. Aprenda a se perdoar por contratempos e continue caminhando em direção aos seus objetivos.

6. Celebre pequenas vitórias

Cada pequeno passo é um progresso, e é importante reconhecê-lo. Comemorar suas conquistas, por menores que sejam, reforça sua motivação e autoestima.

O Efeito Cumulativo das Pequenas Mudanças

Imagine uma gota d’água caindo continuamente sobre uma pedra. No início, a mudança é imperceptível, mas com o tempo, a pedra é moldada pela persistência da gota. Assim são os pequenos passos em nossa vida. Cada ato conta, cada decisão importa, e cada escolha consciente nos aproxima da pessoa que desejamos ser.

Não subestime o impacto das pequenas ações. Ao longo do tempo, elas podem te levar a lugares que você nunca imaginou. Então, comece hoje, com um pequeno passo. A melhor versão de si mesmo está a apenas uma decisão de distância.

O Poder de Deixar o Passado para Trás e Abraçar o Novo Ano

O fim do ano é uma época que nos convida à reflexão. É um momento especial para olhar para trás, reconhecer os desafios que enfrentamos e celebrar as conquistas que alcançamos. Mas, acima de tudo, é uma oportunidade de aprender a soltar aquilo que não nos serve mais e abrir espaço para o novo.

Deixar o passado para trás não significa ignorá-lo ou esquecer as experiências vividas. Pelo contrário, é um ato de aceitação e sabedoria. É entender que algumas coisas já cumpriram seu papel em nossa vida e que insistir em carregá-las pode nos impedir de seguir em frente. Pode ser uma relação que perdeu o sentido, uma crença limitante, ou mesmo aquele projeto que não deu certo. Tudo isso pode ser deixado para trás com gratidão, pois cada experiência nos ensinou algo valioso.

Ao nos desapegarmos do que não nos serve, criamos espaço para novas possibilidades. Pense no ano que está por vir como uma página em branco, pronta para ser preenchida com sonhos, objetivos e experiências que realmente importam. O ato de deixar o passado ir embora é também um gesto de coragem, pois nos desafia a abandonar a zona de conforto e a abraçar o desconhecido.

Mas como fazer isso na prática? Aqui estão algumas sugestões para te ajudar nesse processo:

  1. Reflita sobre o que você quer deixar para trás. Reserve um tempo para pensar sobre o que não está mais alinhado com os seus valores e metas. Pode ser um hábito, um relacionamento ou um pensamento que está pesando em sua vida.

  2. Pratique o perdão. Perdoar os outros e a si mesmo é essencial para liberar ressentimentos e culpas que te mantêm preso ao passado. O perdão não é um presente para os outros, mas sim para você.

  3. Defina intenções para o futuro. Pense no que você deseja criar no novo ano. Ao definir intenções, você direciona sua energia para o que realmente importa.

  4. Pratique a gratidão. Agradeça por tudo o que viveu, incluindo os momentos difíceis. Cada experiência trouxe lições que ajudaram no seu crescimento.

  5. Crie um ritual de desapego. Escreva em um papel tudo o que você deseja deixar para trás e, depois, destrua esse papel de forma simbólica, como queimá-lo ou descartá-lo. Esse ato pode trazer um senso de fechamento e renovação.

Ao abraçar o novo ano, lembre-se de que você tem o poder de recomeçar sempre que desejar. Cada dia é uma nova oportunidade de ser quem você realmente quer ser. Então, solte o peso do passado, inspire-se com o presente e abrace o futuro com esperança e coragem. O melhor ainda está por vir. 

domingo, 10 de novembro de 2024

POR QUE DEVEMOS REPUDIAR TANTO A EXTREMA DIREITA QUANTO A EXTREMA ESQUERDA NO BRASIL

 

No contexto político brasileiro, é fundamental repudiar tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda, pois ambos os extremos podem representar ameaças à democracia, à inclusão social e ao diálogo construtivo. Aqui estão alguns pontos que ajudam a explicar essa posição:

  1. Intolerância e Polarização: Tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda tendem a promover uma visão binária da sociedade, dividindo as pessoas em "nós" e "eles". Essa polarização dificulta o diálogo e o entendimento mútuo, essenciais para uma convivência pacífica.
  2. Violação de Direitos Humanos: Extremismos políticos frequentemente justificam a violência e a opressão em nome de ideais. A extrema direita pode incitar a discriminação contra minorias, enquanto a extrema esquerda pode promover práticas autoritárias sob o pretexto de igualdade social. Ambos os casos ferem os direitos humanos e ameaçam a liberdade individual.
  3. Populismo e Desinformação: Movimentos extremistas costumam usar retórica populista e desinformação para manipular a opinião pública. Isso pode levar à desconfiança em instituições democráticas e à desvalorização de informações baseadas em evidências, prejudicando a capacidade da sociedade de tomar decisões informadas.
  4. Desestabilização da Democracia: A ascensão de ideologias extremistas pode minar os pilares da democracia, como o respeito ao Estado de Direito, à liberdade de expressão e à participação cidadã. Quando essas ideologias ganham espaço, há o risco de um retrocesso democrático que afeta todos os cidadãos.
  5. Foco em Soluções Radicais: Ambas as extremas costumam propor soluções simplistas para problemas complexos, ignorando nuances e realidades sociais. Essa abordagem não só é ineficaz, mas pode agravar as questões que pretendem resolver, deixando de lado alternativas mais construtivas e sustentáveis.
  6. Necessidade de Diálogo e Construção Coletiva: Para enfrentar os desafios do Brasil, é essencial fomentar um espaço de diálogo aberto, onde diferentes perspectivas possam ser discutidas de forma respeitosa. A busca por soluções coletivas requer a participação de todos os setores da sociedade, longe dos extremos.

Repudiar tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda é, portanto, um chamado à responsabilidade coletiva de valorizar a democracia, a diversidade e a convivência pacífica. Somente através do respeito mútuo e da colaboração é que podemos construir um futuro mais justo e inclusivo para todos.

OS ERROS DA DIREITA NAS ELEIÇÕES BRASILEIRAS

 

As eleições brasileiras têm sido palco de intensos debates e disputas políticas, e a direita, em suas várias vertentes, enfrentou desafios significativos que revelaram erros estratégicos e táticos em sua atuação. Um dos principais erros foi a falta de uma mensagem clara e coesa. Em muitos casos, a direita se dividiu em várias facções, cada uma com seus próprios interesses e agendas, o que acabou dificultando a construção de uma narrativa unificada que pudesse ressoar com o eleitorado.

Além disso, a direita frequentemente subestimou a importância de ouvir as demandas da população. Muitas campanhas focaram em temas que não estavam alinhados com as preocupações diárias dos eleitores, como saúde, educação e segurança, enquanto questões como desigualdade e direitos sociais ganhavam destaque. Essa desconexão entre as propostas e as necessidades reais da população gerou descontentamento e afastou potenciais apoiadores.

Outro erro estratégico foi a falta de investimentos em estratégias digitais e na comunicação com os jovens. A ascensão das redes sociais como ferramenta de mobilização e disseminação de informações foi subestimada, permitindo que narrativas alternativas, muitas vezes baseadas em desinformação, ganhassem espaço e influenciassem a opinião pública de maneira negativa.

A polarização política também foi um desafio. A direita, em algumas situações, adotou uma postura de ataque em vez de promover o diálogo. Essa abordagem não apenas alienou eleitores moderados, mas também contribuiu para um clima de hostilidade que dificultou a construção de alianças. A incapacidade de articular uma coalizão ampla que englobasse diferentes setores da sociedade limitou as chances de sucesso nas eleições.

Além disso, os escândalos de corrupção envolvendo figuras proeminentes da direita minaram a confiança do eleitorado. A necessidade de transparência e ética na política tornou-se uma demanda crescente, e a associação de certos candidatos com práticas questionáveis prejudicou a imagem do campo político como um todo.

Por fim, a falta de um projeto de país claro e inclusivo foi um erro crítico. Em vez de apresentar um futuro que incluísse todas as camadas sociais, a direita muitas vezes focou em interesses de grupos específicos, o que resultou em um sentimento de exclusão entre amplos setores da população.

Em resumo, os erros da direita nas eleições brasileiras revelam a necessidade de uma reflexão profunda sobre estratégias, comunicação e conexão com as demandas sociais. A construção de uma narrativa coesa e inclusiva, além de uma postura de diálogo, pode ser fundamental para o fortalecimento desse campo político nas futuras disputas eleitorais.

OS DESAFIOS DA ESQUERDA EM GOVERNAR EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

 

Governar em países em desenvolvimento apresenta uma série de desafios significativos para a esquerda política, que frequentemente busca promover justiça social, inclusão e desenvolvimento sustentável. Um dos principais obstáculos é a necessidade de equilibrar as promessas de reformas sociais com a realidade econômica. Muitas vezes, os governos de esquerda enfrentam limitações orçamentárias, tornando difícil implementar programas ambiciosos que visem reduzir a desigualdade e melhorar os serviços públicos, como saúde e educação.

Além disso, a corrupção e a falta de transparência em muitas instituições públicas dificultam a execução eficaz de políticas. Governos progressistas podem encontrar resistência tanto interna, por parte de elites estabelecidas, quanto externa, de organizações internacionais e investidores que podem ser céticos em relação a mudanças que afetam seus interesses. Essa pressão pode limitar a capacidade do governo de implementar reformas necessárias, como a redistribuição de riqueza ou a regulamentação de setores estratégicos da economia.

Outro desafio crucial é a polarização política. Em muitos países em desenvolvimento, a esquerda enfrenta uma oposição vigorosa que pode mobilizar grandes segmentos da população, muitas vezes utilizando a desinformação e o medo para desacreditar as iniciativas do governo. Essa polarização não só dificulta a governabilidade, mas também impede um diálogo construtivo sobre políticas públicas.

Ademais, a globalização traz suas próprias complicações. A dependência de mercados internacionais pode restringir a autonomia do governo para adotar políticas que priorizem o bem-estar social em detrimento de interesses econômicos globais. Em um cenário de instabilidade econômica global, os governos de esquerda precisam navegar cuidadosamente entre a necessidade de crescimento econômico e o compromisso com a justiça social.

Por fim, as questões ambientais também se tornaram um desafio premente. Governos progressistas muitas vezes se veem pressionados a adotar práticas de desenvolvimento sustentável, mas enfrentam dilemas sobre como equilibrar a proteção ambiental com as necessidades de crescimento e desenvolvimento econômico.

Assim, governar em países em desenvolvimento exige que a esquerda enfrente uma série de desafios complexos e interligados. A busca por soluções eficazes requer um compromisso firme com a transparência, a inclusão e a participação cidadã, além de uma estratégia clara para enfrentar as resistências e as realidades econômicas.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O QUE SIGNIFICA "APRENDER A APRENDER"

 Aprender a aprender é mais do que adquirir conhecimentos específicos ou habilidades técnicas; é o processo contínuo e dinâmico de desenvolver competências que capacitam uma pessoa a aprender de forma eficaz e autônoma ao longo da vida. Este conceito fundamental da educação contemporânea não se limita a memorizar fatos ou procedimentos, mas sim a cultivar uma mentalidade e conjunto de habilidades que permitem explorar novos conhecimentos, adaptar-se a mudanças e resolver problemas de maneira eficaz.

Adaptação e Flexibilidade: Aprender a aprender envolve ser capaz de se adaptar a diferentes contextos e formas de aprendizagem. Isso inclui a capacidade de ajustar métodos de estudo, explorar diferentes recursos educacionais e abordagens pedagógicas variadas, conforme necessário.

Autonomia e Iniciativa: É essencial que os aprendizes desenvolvam autonomia em sua jornada educacional. Isso implica assumir responsabilidade por seu próprio aprendizado, definir metas pessoais e buscar recursos adequados para alcançá-las. A autonomia também envolve a capacidade de gerenciar o tempo e os recursos de forma eficaz.

Metacognição e Reflexão: Aprender a aprender inclui o desenvolvimento da metacognição - a habilidade de monitorar e refletir sobre o próprio processo de aprendizagem. Isso significa ser capaz de avaliar o próprio conhecimento, identificar áreas de fraqueza e aplicar estratégias para melhorar o aprendizado.

Resolução de Problemas: Uma parte fundamental de aprender a aprender é desenvolver habilidades de resolução de problemas. Isso não se limita apenas à aplicação de fórmulas ou procedimentos padrão, mas também à capacidade de abordar desafios complexos de maneira criativa e adaptativa, utilizando conhecimentos adquiridos de forma integrada.

Curiosidade e Aprendizagem Contínua: Manter uma atitude de curiosidade e uma disposição para aprender continuamente são aspectos essenciais de aprender a aprender. Isso envolve explorar novos temas, buscar informações, fazer perguntas e estar aberto a novas ideias e perspectivas ao longo da vida.

Colaboração e Comunicação: A capacidade de colaborar efetivamente com outros e comunicar ideias de maneira clara e persuasiva também faz parte de aprender a aprender. Trabalhar em equipe, ouvir ativamente e compartilhar conhecimentos são habilidades que enriquecem o processo de aprendizagem individual e coletivo.

Em resumo, aprender a aprender é um processo dinâmico e multifacetado que capacita os indivíduos a se tornarem aprendizes autônomos, adaptáveis e resilientes. É uma habilidade essencial para enfrentar os desafios do século XXI e para cultivar uma vida de crescimento intelectual e pessoal contínuo.

O QUE ESPERAR DA EDUCAÇÃO DAQUI A 50 ANOS

A educação daqui a 50 anos promete ser radicalmente diferente do que conhecemos hoje, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças socioculturais e novas abordagens pedagógicas. Este futuro vislumbra um ambiente educacional altamente adaptável e personalizado, capaz de atender às necessidades individuais de cada aluno de maneira eficaz.

Tecnologia Transformadora:

A tecnologia será a pedra angular da educação futura, não apenas como uma ferramenta, mas como um facilitador essencial para o aprendizado. Inteligência artificial e realidade aumentada permitirão experiências de aprendizagem imersivas e personalizadas. Salas de aula virtuais conectadas globalmente proporcionarão interações culturais e linguísticas que transcendem fronteiras físicas.

Aprendizagem Personalizada:

Os currículos serão adaptados com precisão às habilidades, interesses e ritmos de aprendizagem individuais de cada aluno. Algoritmos avançados analisarão continuamente o desempenho e as preferências dos estudantes, ajustando o conteúdo e a metodologia para otimizar a compreensão e o engajamento.

Flexibilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida:

A rigidez dos sistemas educacionais tradicionais dará lugar a um paradigma mais flexível, onde a educação será vista como um processo contínuo ao longo da vida. A aprendizagem será integrada ao cotidiano, permitindo que as pessoas adquiram novas habilidades e conhecimentos conforme as demandas do mercado de trabalho e as mudanças sociais.

Colaboração Global:

A educação futura incentivará colaborações internacionais entre estudantes e instituições, promovendo a compreensão intercultural e a resolução de problemas globais. Plataformas digitais facilitarão projetos colaborativos que abordam questões ambientais, sociais e econômicas complexas.

Desafios a Superar:

Apesar das promessas, há desafios significativos a serem superados. Questões éticas em torno do uso de tecnologia na educação, como privacidade e equidade de acesso, precisarão ser cuidadosamente abordadas. A necessidade de habilidades socioemocionais continuará a ser crucial, apesar da crescente automação.

Equidade e Acesso Universal:

Garantir que todos os indivíduos, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica, tenham acesso igualitário a uma educação de qualidade será fundamental. Iniciativas globais para combater a exclusão digital e promover a inclusão serão essenciais para construir um futuro educacional verdadeiramente justo e acessível.

Em suma, a educação daqui a 50 anos será mais personalizada, integrada à tecnologia e globalmente conectada. A chave para seu sucesso residirá na capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças, abraçar a diversidade de experiências de aprendizagem e manter um compromisso contínuo com a igualdade de oportunidades educacionais para todos.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DE UMA ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL

A escola em tempo integral representa uma abordagem educacional que estende o horário de aprendizado além das tradicionais cinco ou seis horas diárias. Essa modalidade tem sido adotada em diversos países como uma forma de oferecer mais tempo para o desenvolvimento acadêmico, social e pessoal dos estudantes. No entanto, como qualquer modelo educacional, apresenta tanto vantagens quanto desvantagens.

Vantagens:

1. Melhor aproveitamento acadêmico: Com mais horas dedicadas ao estudo, os alunos têm a oportunidade de aprofundar conhecimentos e consolidar aprendizados de forma mais eficaz.

2. Variedade de disciplinas: Escolas em tempo integral geralmente oferecem uma gama mais ampla de disciplinas e atividades extracurriculares, proporcionando aos estudantes uma formação mais completa e diversificada.

3. Desenvolvimento integral: O tempo prolongado na escola permite não apenas o crescimento intelectual, mas também o desenvolvimento social, emocional e físico dos alunos, através de atividades esportivas, artísticas e culturais.

4. Redução de problemas sociais: Com atividades estruturadas e supervisionadas, há uma tendência de redução de problemas sociais como delinquência juvenil e uso de drogas, proporcionando um ambiente mais seguro e controlado.

5. Facilidade para os pais: Escolas em tempo integral podem ser uma solução conveniente para pais que trabalham, oferecendo uma extensão do horário escolar que se alinha melhor com os horários de trabalho.

Desvantagens:

1. Desgaste físico e mental: Jornadas escolares mais longas podem levar ao cansaço excessivo em alunos e professores, reduzindo a eficácia do aprendizado e do ensino.

2. Falta de tempo livre: A falta de tempo livre pode prejudicar o desenvolvimento de hobbies, atividades extracurriculares não escolares e até mesmo o tempo para relaxamento e descanso necessários para o bem-estar dos estudantes.

3. Menor tempo em família: Horários escolares prolongados podem limitar o tempo que os alunos passam com suas famílias, afetando as relações familiares e o suporte emocional.

4. Custo adicional: Implementar uma escola em tempo integral pode ser financeiramente mais exigente para governos ou instituições privadas, devido à necessidade de infraestrutura, alimentação e pagamento de professores adicionais.

5. Padronização excessiva: O aumento do tempo escolar pode levar a uma padronização excessiva do currículo e da aprendizagem, limitando a flexibilidade pedagógica e a individualização do ensino.

Em suma, enquanto a escola em tempo integral oferece muitos benefícios significativos para o desenvolvimento educacional e pessoal dos alunos, é crucial considerar essas vantagens e desvantagens para determinar se esse modelo se adapta às necessidades individuais e comunitárias de cada escola e seus estudantes.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

COMO EDUCAR OS FILHOS NO MUNDO DIGITAL

 Educar os filhos no mundo digital é uma tarefa desafiadora e essencial nos dias de hoje, onde a tecnologia está profundamente integrada às nossas vidas. Neste contexto, é fundamental adotar abordagens que equilibrem o uso responsável da tecnologia com o desenvolvimento saudável e a segurança emocional das crianças e adolescentes.

Primeiramente, os pais devem estabelecer uma base sólida de comunicação aberta e confiança com seus filhos. Conversas regulares sobre o uso da tecnologia, seus benefícios e riscos são essenciais para educá-los sobre como navegar no mundo digital de forma segura e ética. Isso inclui desde o respeito aos direitos autorais até a importância de proteger informações pessoais online.

Além disso, os pais têm um papel crucial em modelar comportamentos saudáveis em relação ao uso da tecnologia. Limitar o próprio tempo de tela e demonstrar como a tecnologia pode ser uma ferramenta para aprender, criar e se conectar com os outros são exemplos poderosos que os filhos podem seguir.

Estabelecer regras claras sobre o uso de dispositivos eletrônicos em casa também é fundamental. Definir horários específicos para o uso de telas, como durante as refeições ou antes de dormir, pode ajudar a promover hábitos saudáveis de sono e socialização.

Além disso, é importante que os pais estejam familiarizados com as plataformas e aplicativos que seus filhos estão utilizando. Isso não apenas permite que os pais ofereçam orientação e suporte, mas também ajuda a identificar sinais de potenciais problemas, como cyberbullying ou exposição a conteúdos inapropriados.

Educar os filhos no mundo digital não se trata apenas de restrições, mas também de capacitar os filhos para tomar decisões informadas e responsáveis. Incentivar habilidades críticas, como pensamento crítico e avaliação de fontes de informação, ajuda a preparar os jovens para navegar com segurança em um ambiente digital em constante evolução.

Por fim, cultivar um ambiente familiar onde os filhos se sintam confortáveis em compartilhar suas experiências online e pedir ajuda quando necessário é essencial. Manter-se atualizado com as novas tecnologias e desafios digitais é uma responsabilidade contínua, mas também uma oportunidade de fortalecer os laços familiares e garantir que os filhos cresçam confiantes e seguros em um mundo cada vez mais conectado.

COMO UTILIZAR A INTERNET NA SALA DE AULA

 A utilização da internet na sala de aula pode enriquecer significativamente o processo educacional, desde que seja feita de maneira planejada e integrada ao currículo. Aqui estão algumas maneiras eficazes de utilizar a internet na sala de aula:

1. Pesquisa e Acesso à Informação:

   - A internet oferece acesso imediato a uma vasta quantidade de informações e recursos educativos. Os alunos podem realizar pesquisas em tempo real sobre tópicos específicos, explorando diferentes perspectivas e fontes de informação.

2. Colaboração e Comunicação:

   - Plataformas online, como Google Classroom, Microsoft Teams ou Moodle, facilitam a colaboração entre alunos e professores. Eles podem compartilhar documentos, discutir ideias, colaborar em projetos e receber feedback de maneira eficiente.

3. Recursos Educacionais Digitais:

   - Existem inúmeros recursos educacionais digitais disponíveis na internet, como vídeos educativos, simulações interativas, jogos educativos e aplicativos móveis. Esses recursos podem ser utilizados para complementar as aulas e tornar os conceitos mais acessíveis e interessantes para os alunos.

4. Desenvolvimento de Habilidades Digitais:

   - Utilizar a internet na sala de aula ajuda os alunos a desenvolver habilidades digitais essenciais, como pesquisa eficaz, avaliação crítica de fontes, comunicação online e colaboração virtual.

5. Aprendizagem Personalizada:

   - A internet permite que os professores adaptem o ensino às necessidades individuais dos alunos, oferecendo recursos personalizados e diferentes níveis de complexidade de acordo com o ritmo de aprendizagem de cada aluno.

6. Exploração de Diferentes Culturas e Perspectivas:

   - A internet facilita o acesso a conteúdos culturais diversos de todo o mundo, permitindo que os alunos explorem diferentes culturas, pontos de vista e experiências de vida.

7. Ensino Híbrido e Aprendizagem Remota:

   - Em situações de ensino híbrido ou aprendizagem remota, a internet se torna essencial para facilitar a continuidade do ensino e a interação entre alunos e professores, mesmo à distância.

Dicas para uma Utilização Eficiente:

- Planejamento: Integre o uso da internet no planejamento das aulas de forma estratégica, alinhando-o aos objetivos educacionais e às necessidades dos alunos.

- Segurança Online: Eduque os alunos sobre segurança online e boas práticas de uso da internet, como respeitar direitos autorais e proteger informações pessoais.

- Monitoramento: Monitore o uso da internet para garantir que os alunos estejam focados em atividades educacionais e para prevenir comportamentos inadequados.

- Avaliação: Avalie regularmente o impacto do uso da internet no aprendizado dos alunos, ajustando as abordagens conforme necessário para maximizar os benefícios educacionais.

Ao utilizar a internet de maneira consciente e integrada ao ambiente de aprendizagem, os professores podem transformar a experiência educacional dos alunos, proporcionando-lhes acesso a um mundo de conhecimento e oportunidades de aprendizado enriquecedoras.

O CELULAR NA SALA DE AULA AJUDA OU ATRAPALHA O ALUNO?

 O uso do celular na sala de aula pode ter tanto aspectos positivos quanto negativos, dependendo de como é utilizado e das políticas adotadas pela escola. Aqui estão alguns pontos a considerar:

Aspectos Positivos:

1. Acesso rápido à informação: Os celulares permitem que os alunos acessem rapidamente informações relevantes durante as aulas, o que pode enriquecer o aprendizado e facilitar pesquisas rápidas.

2. Ferramentas educativas: Existem inúmeras aplicações e recursos educativos disponíveis para celulares que podem complementar o ensino tradicional, como aplicativos de matemática, idiomas, ciências, entre outros.

3. Comunicação e colaboração: Os celulares facilitam a comunicação entre os alunos para trabalhos em grupo, discussões e colaboração em projetos educativos.

4. Aprendizado personalizado: Alunos podem acessar conteúdos adaptados às suas necessidades individuais de aprendizado, permitindo um aprendizado mais personalizado.

Aspectos Negativos:

1. Distração: Os celulares podem facilmente distrair os alunos, seja com redes sociais, jogos ou mensagens pessoais, prejudicando o foco e a atenção na aula.

2. Desigualdade digital: Nem todos os alunos têm acesso igualitário a celulares ou conexões de internet confiáveis, o que pode criar disparidades na aprendizagem e no acesso à informação.

3. Comportamento inadequado: Uso inadequado do celular, como bullying online, compartilhamento inadequado de conteúdo ou desrespeito aos colegas e professores, pode ocorrer.

4. Desafios de gestão em sala de aula: Professores podem enfrentar desafios para manter a disciplina e o controle da sala de aula se os celulares não forem utilizados de forma responsável.

Estratégias para um Uso Equilibrado:

1. Políticas claras: Estabelecer diretrizes claras sobre o uso de celulares em sala de aula, definindo momentos permitidos e proibidos, assim como as consequências do uso inadequado.

2. Uso educacional: Incentivar o uso educacional dos celulares, integrando-os ao currículo de maneira significativa e monitorando seu uso para garantir que contribuam para o aprendizado.

3. Respeito e responsabilidade: Educar os alunos sobre o uso responsável dos celulares, respeitando os colegas, professores e o ambiente escolar.

4. Alternativas: Oferecer alternativas para o uso do celular, como dispositivos da escola ou computadores, para atividades que exigem maior foco e colaboração.

Em resumo, o celular pode ser uma ferramenta poderosa se utilizado de maneira educacional e responsável, mas é essencial equilibrar seus benefícios com os desafios que pode trazer para o ambiente escolar e o processo de aprendizagem dos alunos.

COMO LIDAR COM ALUNOS ANSIOSOS NO ENSINO FUNDAMENTAL

 Lidar com alunos ansiosos no ensino fundamental requer sensibilidade, compreensão e estratégias específicas para apoiar esses alunos. Aqui estão algumas sugestões para ajudar:

1. Crie um Ambiente de Apoio e Segurança:

   - Estabeleça uma relação de confiança com o aluno ansioso, mostrando empatia e compreensão por suas preocupações.

   - Promova um ambiente de sala de aula acolhedor e seguro, onde todos os alunos se sintam confortáveis para expressar suas emoções.

2. Comunique-se de Maneira Clara e Transparente:

   - Mantenha uma comunicação clara e previsível sobre as atividades da sala de aula e as expectativas acadêmicas.

   - Antecipe mudanças na rotina ou atividades, proporcionando ao aluno ansioso tempo suficiente para se ajustar.

3. Estabeleça Rotinas e Estruturas Claras:

   - Implemente rotinas diárias consistentes que ajudem o aluno a se sentir mais seguro e organizado.

   - Utilize calendários visuais ou horários para ajudar o aluno a acompanhar as tarefas e eventos importantes.

4. Ofereça Suporte Individualizado:

   - Conheça as necessidades específicas do aluno ansioso e adapte as atividades sempre que possível para reduzir o estresse.

   - Forneça feedback construtivo e encorajador para ajudar o aluno a desenvolver confiança em suas habilidades.

5. Ensine Habilidades de Gerenciamento de Ansiedade:

   - Introduza técnicas simples de relaxamento, como respiração profunda ou mindfulness, que o aluno possa usar para acalmar-se em momentos de ansiedade.

   - Incentive o aluno a identificar e expressar suas emoções, oferecendo estratégias para lidar com preocupações e situações estressantes.

6. Colabore com Pais e Responsáveis:

   - Mantenha uma comunicação aberta com os pais ou responsáveis do aluno, compartilhando informações sobre seu progresso acadêmico e emocional.

   - Trabalhe em parceria para identificar estratégias eficazes tanto na escola quanto em casa para apoiar o aluno.

7. Promova um Ambiente de Aprendizagem Positivo:

   - Incentive a participação do aluno em atividades que ele goste e se sinta confortável, ajudando-o a desenvolver um senso de pertencimento e realização na escola.

   - Celebre conquistas e esforços do aluno, reconhecendo seu progresso e contribuições para a classe.

Lidar com alunos ansiosos requer paciência e um compromisso contínuo em adaptar as práticas pedagógicas para atender às suas necessidades emocionais e acadêmicas. Ao criar um ambiente de apoio e oferecer estratégias de manejo de ansiedade, os professores podem ajudar esses alunos a prosperar e se sentir seguros na escola.

O QUE UM PROFESSOR PODE FAZER PARA EVITAR O ESTRESSE

 Os professores enfrentam muitas demandas e pressões em sua profissão, o que pode levar ao estresse. Aqui estão algumas estratégias que os professores podem adotar para evitar o estresse:

1. Gerenciar o Tempo Eficientemente:

   - Organizar o planejamento das aulas com antecedência para reduzir a carga de trabalho de última hora.

   - Priorizar tarefas e definir metas realistas para cada dia ou semana.

2. Cuidar da Saúde Física e Mental:

   - Fazer pausas regulares durante o dia para descansar e relaxar.

   - Praticar técnicas de respiração profunda, meditação ou exercícios de relaxamento para aliviar o estresse.

   - Manter uma dieta equilibrada e realizar atividades físicas regularmente.

3. Estabelecer Limites e Dizer Não:

   - Reconhecer os próprios limites e não se sobrecarregar com responsabilidades excessivas.

   - Aprender a delegar tarefas sempre que possível e pedir ajuda quando necessário.

4. Promover um Ambiente Positivo na Sala de Aula:

   - Estabelecer expectativas claras de comportamento desde o início do ano letivo.

   - Criar um ambiente de aprendizagem colaborativo e respeitoso, onde todos os alunos se sintam seguros e valorizados.

5. Buscar Apoio e Networking:

   - Participar de grupos de apoio entre professores para compartilhar experiências e estratégias de manejo de estresse.

   - Estabelecer uma rede de suporte com colegas, mentores ou amigos fora do ambiente escolar.

6. Fazer Atividades que Proporcionem Prazer e Relaxamento:

   - Cultivar hobbies e interesses fora do trabalho para manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

   - Reservar tempo para atividades que trazem prazer e relaxamento, como ler, praticar esportes, ouvir música, entre outros.

7. Buscar Desenvolvimento Profissional:

   - Participar de cursos de desenvolvimento profissional que possam melhorar as habilidades de ensino e reduzir o estresse relacionado à preparação das aulas.

   - Atualizar-se regularmente sobre práticas pedagógicas e estratégias de gestão de sala de aula.

Implementar essas estratégias pode ajudar os professores a gerenciar melhor o estresse e manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, contribuindo para um ambiente escolar mais positivo e produtivo.

COMO EVITAR O BULLYING NA ESCOLA

 Evitar o bullying na escola é uma responsabilidade coletiva que envolve estudantes, pais, educadores e a comunidade escolar como um todo. Aqui estão algumas estratégias eficazes para prevenir e lidar com o bullying:

1. Promover um Ambiente Seguro e Inclusivo:

   - Estabelecer políticas claras contra o bullying e promover uma cultura escolar de respeito mútuo e empatia.

   - Criar um código de conduta que defina comportamentos aceitáveis e inaceitáveis, incluindo consequências claras para quem pratica bullying.

2. Educar e Sensibilizar:

   - Realizar programas educativos regulares sobre bullying, tanto para alunos quanto para professores e pais. Esses programas devem abordar o que é bullying, como reconhecê-lo e como intervir de maneira apropriada.

   - Incentivar a empatia e o respeito pela diversidade, promovendo atividades que valorizem a inclusão e a compreensão das diferenças.

3. Monitoramento e Supervisão Adequada:

   - Implementar estratégias de supervisão em áreas comuns da escola, como corredores, refeitórios e playgrounds.

   - Fornecer aos alunos a oportunidade de relatar incidentes de bullying de maneira confidencial e segura.

4. Intervenção Rápida e Efetiva:

   - Ensinar aos alunos estratégias para lidar com situações de bullying, como buscar ajuda de um adulto de confiança ou usar técnicas de assertividade para interromper o comportamento de bullying.

   - Garantir que todos os relatos de bullying sejam tratados de maneira séria e imediata, investigando cada caso de forma justa e eficaz.

5. Envolver os Pais e Responsáveis:

   - Manter os pais informados sobre as políticas da escola relacionadas ao bullying e encorajá-los a conversar regularmente com seus filhos sobre suas experiências na escola.

   - Trabalhar em parceria com os pais para identificar sinais de bullying e apoiar as vítimas e os agressores.

6. Promover o Bem-Estar e a Saúde Mental:

   - Oferecer apoio emocional e psicológico tanto para vítimas quanto para agressores, ajudando-os a entender e lidar com suas emoções de maneira construtiva.

   - Implementar programas de mentoria e apoio entre pares, onde alunos mais velhos possam orientar e apoiar os mais jovens.

Ao adotar essas medidas de forma consistente e colaborativa, as escolas podem criar um ambiente mais seguro e acolhedor, onde todos os alunos se sintam respeitados e protegidos contra o bullying.

SOBRE A INVENÇÃO DO CELULAR

 A invenção do celular é um marco significativo na história da tecnologia de comunicação. Aqui estão alguns pontos-chave sobre sua história:

1. Origem: O conceito de comunicação móvel sem fio começou a ser explorado no início do século XX. Inicialmente, as comunicações móveis eram limitadas a rádios instalados em veículos ou navios.

2. Primeiros protótipos: O engenheiro Martin Cooper é frequentemente creditado como o inventor do telefone celular. Em 1973, ele trabalhava na Motorola e foi o primeiro a fazer uma ligação de um telefone móvel portátil. Esse telefone pesava cerca de 1,1 kg e media aproximadamente 23 cm de comprimento.

3. Evolução tecnológica: Nos anos seguintes, houve avanços significativos na tecnologia celular. Os primeiros sistemas analógicos foram substituídos por redes digitais na década de 1990, melhorando a qualidade das chamadas e permitindo novos serviços.

4. Popularização: O celular começou a se tornar mais acessível e popular na década de 1990, com a diminuição dos tamanhos e preços dos aparelhos, além da expansão das redes de telefonia móvel.

5. Impacto na sociedade: A disseminação dos celulares teve um impacto profundo na sociedade, transformando a maneira como as pessoas se comunicam e acessam informações. Além das chamadas telefônicas, os celulares evoluíram para dispositivos multifuncionais com acesso à internet, câmeras, aplicativos e muito mais.

6. Padrões e interoperabilidade: A padronização global de tecnologias como GSM, CDMA e, mais recentemente, LTE e 5G, permitiu que os celulares se tornassem dispositivos universais, capazes de operar em redes em todo o mundo.

Em resumo, o celular não é apenas um dispositivo de comunicação, mas uma tecnologia que revolucionou a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, conectando bilhões de pessoas em todo o mundo de maneiras antes inimagináveis.

COMO ERA ANTES DA INTERNET

 Antes da internet, a vida era significativamente diferente em muitos aspectos:

1. Comunicação: As pessoas dependiam principalmente de telefonemas, cartas escritas à mão e telegramas para se comunicarem a longas distâncias. A comunicação instantânea como conhecemos hoje não existia.

2. Pesquisa de Informação: As enciclopédias impressas e bibliotecas eram as fontes principais de conhecimento e pesquisa. Encontrar informações específicas podia ser demorado e requerer uma visita física a uma biblioteca.

3. Entretenimento: As opções de entretenimento eram limitadas aos meios de comunicação tradicionais, como televisão, rádio, cinema e livros físicos. A obtenção de novos filmes, músicas ou livros dependia de visitas a lojas especializadas ou bibliotecas.

4. Comércio e Compras: As compras eram feitas principalmente em lojas físicas. O comércio eletrônico não existia ou era muito limitado. Enviar dinheiro ou pagar contas frequentemente exigia visitas pessoais aos bancos ou uso de cheques.

5. Trabalho e Educação: O trabalho e a educação dependiam mais de recursos físicos, como escritórios, salas de aula e livros impressos. A colaboração remota era rara e a pesquisa acadêmica era limitada pela disponibilidade física de recursos.

6. Socialização: Encontros pessoais e eventos sociais eram as principais formas de interação social. As amizades eram mantidas através de visitas pessoais, cartas ou ligações telefônicas.

Em resumo, a vida antes da internet era mais limitada em termos de acesso à informação instantânea, comunicação global rápida e opções de entretenimento e comércio digital. A internet revolucionou esses aspectos, tornando o mundo mais conectado e acessível de maneiras que eram impensáveis algumas décadas atrás.

sábado, 30 de dezembro de 2023

ANTE O SUICÍDIO

Se a ideia do suicídio alguma vez te visita o pensamento, reflete no infortúnio de alguém que haja tentado inutilmente destruir a si mesmo, quando pela própria imortalidade, está claramente incapaz de morrer. Na hipótese de haver arremessado um projétil sobre si, ingerido esse ou aquele veneno, recusado a vida pelo enforcamento ou procurado extinguir as próprias forças orgânicas por outros meios, indubitavelmente arrastará consigo as consequências desse ato, a se lhe configurarem no próprio ser, na forma dos chamados complexos de culpa. 

Entendendo-se que a morte do corpo denso é semelhante a um sono profundo, de que a pessoa ressurgirá sempre, é natural que esse alguém penetre no Mundo Maior, na condição de vítima de si mesmo. Não nos é lícito esquecer que os suicidas, na Espiritualidade, não são órfãos da Misericórdia Divina, e, por isso mesmo, inúmeros benfeitores lhes propiciam o socorro possível. Entretanto, benfeitor algum consegue eximi-los, de imediato, do tratamento de recuperação que, na maioria das vezes, lhes custará longo tempo.  Ponderando quanto ao realismo do assunto, por maiores se te façam as dificuldades do caminho, confia em Deus que, em te criando a vida, saberá defender-te e amparar-te nos momentos difíceis. 

Observa que não existem provações sem causa e, em razão disso, seja onde for, estejamos preparados para facear os resultados de nossas próprias ações do presente ou do passado, em nos referindo às existências anteriores.  Cientes de que não existem problemas sem solução, por mais pesada a carga de sofrimento, em que te vejas, segue à frente, trabalhando e servindo, lançando um olhar par a retaguarda, de modo a verificar quantas criaturas existem carregando fardos de tribulações muito maiores e mais constrangedores do que os nossos. 

O melhor meio de nos premunirmos na Terra contra o suicídio, será sempre o de nos conservarmos no trabalho que a vida nos confia, porque o trabalho, invariavelmente dissolve quaisquer sombras que nos envolva a mente. E, por fim, consideremos, nas piores situações em que nos sintamos, que Deus, cujo infinito amor nos sustentou até ontem, embora os nossos erros, em nos assinalando os propósitos de regeneração e melhoria, nos sustentará também hoje.  

É CHEGADO O TEMPO

É chegado o tempo de um reajustamento de todos os valores humanos. Se as dolorosas expiações coletivas preludiam a época dos últimos “ais'” do Apocalipse, a espiritualidade tem de penetrar as realizações do homem físico, conduzindo-as para o bem de toda a Humanidade. O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era. São chegados os tempos em que as forças do mal serão compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres, e os seus últimos triunfos são bem o penhor de uma reação temerária e infeliz, apressando a realização dos vaticínios sombrios que pesam sobre o seu império perecível. Ditadores, exércitos, hegemonias econômicas, massas versáteis e inconscientes, guerras inglórias, organizações seculares, passarão com a vertigem de um pesadelo. A vitória da força é uma claridade de fogos de artifício. Toda a realidade é a do Espírito e toda a paz é a do entendimento do reino de Deus e de sua justiça. O século que passa efetuará a divisão das ovelhas do imenso rebanho. O cajado do pastor conduzirá o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a dor se incumbirá do trabalho que os homens não aceitaram por amor. Uma tempestade de amarguras varrerá toda a Terra. Os filhos da Jerusalém de todos os séculos devem chorar, contemplando essas chuvas de lágrimas e de sangue que rebentarão das nuvens pesadas de suas consciências enegrecidas. Condenada pelas sentenças irrevogáveis de seus erros sociais e políticos, a superioridade europeia desaparecerá para sempre, como o Império Romano, entregando à América o fruto das suas experiências, com vistas à civilização do porvir. Vive-se agora, na Terra, um crepúsculo, ao qual sucederá profunda noite; e ao século XX compete a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos. Todavia, operários humildes do Cristo, ouçamos a sua voz no âmago de nossa alma: “Bem-aventurados os pobres, porque o reino de Deus lhes pertence! Bem-aventurados os que têm fome de justiça, porque serão saciados! Bem-aventurados os aflitos, porque chegará o dia da consolação! Bem-aventurados os pacíficos, porque irão a Deus!”


(EMMANUEL, adaptado)

LUZ NAS SOMBRAS

 – Irmãos, continuemos hoje em nosso comentário acerca do bom ânimo. Não me creiam separado de vocês por virtudes que não possuo. A palavra fácil e bem posta é, muita vez, dever espinhoso em nossa boca, constrangendo-nos à reflexão e à disciplina. Também sou aqui um companheiro à espera da volta. A prisão redentora da carne acena-nos ao regresso. É que o propósito da vida trabalha em nós e conosco, através de todos os meios, para guiar-nos à perfeição. Cerceando-lhe os impulsos, agimos em sentido contrário à Lei, criando aflição e sofrimento em nós mesmos. No plano físico, muitos de nós supúnhamos que a morte seria ponto final aos nossos problemas, enquanto outros muitos se acreditavam privilegiados da Infinita Bondade, por haverem abraçado atitudes de superfície, nos templos religiosos. A viagem do sepulcro, no entanto, ensinou-nos uma lição grande e nova – a de que nos achamos indissoluvelmente ligados às nossas próprias obras. Nossos atos tecem asas de libertação ou algemas de cativeiro, para a nossa vitória ou nossa perda. A ninguém devemos o destino senão a nós próprios. Entretanto, se é verdade que nos vemos hoje sob as ruínas de nossas realizações deploráveis, não estamos sem esperança. Se a sabedoria de nosso Pai Celeste não prescinde da justiça para evidenciar-se, essa mesma justiça não se revela sem amor. Se somos vítimas de nós mesmos, somos igualmente beneficiários da Tolerância Divina, que nos descerra os santuários da vida para que saibamos expiar e solver, restaurar e ressarcir. Na retaguarda, aniquilávamos o tempo, instilando nos outros sentimentos e pensamentos que não desejávamos para nós, quando não estabelecíamos pela crueldade e pelo orgulho vasta sementeira de ódio e perseguição. Com semelhantes atitudes, porém, levantamos em nosso prejuízo a desarmonia e o sofrimento, que nos sitiam a existência, quais inexoráveis fantasmas. O pretérito fala em nós com gritos de credor exigente, amontoando sobre as nossas cabeças os frutos amargos da plantação que fizemos... Daí, os desajustes e enfermidades que nos assaltam a mente, desarticulando-nos os veículos de manifestação. Admitíamos que a transição do sepulcro fosse lavagem miraculosa, liberando-nos o Espírito, mas ressuscitamos no corpo sutil de agora com os males que alimentamos em nosso ser. Nossas ligações com a retaguarda, por essa razão, continuam vivas. Laços de afetividade mal dirigida e cadeias de aversão aprisionam-nos, ainda, a companheiros encarnados e desencarnados, muitos deles em desequilíbrios mais graves e constringentes que os nossos. Nutrindo propósitos de regeneração e melhoria, somos hoje criaturas despertando entre o Inferno e a Terra, que se afinam tão entranhadamente um com o outro, como nós e nossos feitos. Achamo-nos imbuídos do sonho de renovação e paz, aspirando à imersão na Vida Superior, entretanto, quem poderia adquirir respeitabilidade sem quitar-se com a Lei? Ninguém avança para a frente sem pagar as dívidas que contraiu. Como trilhar o caminho dos anjos, de pés amarrados ao carreiro dos homens, que nos acusam as faltas, compelindo-nos a memória ao mergulho nas sombras?!... Druso fez ligeira pausa e, depois de significativo gesto, como que indicando a torturada paisagem exterior, prosseguiu em tom comovente: – Em derredor do nosso pouso de trabalho e esperança, alongam-se flagelos infernais... Quantas almas petrificadas na rebelião e na indisciplina aí se desmandam no aviltamento de si mesmas? O Céu representa uma conquista, sem ser uma imposição. A Lei Divina, alicerçada na justiça indefectível, funciona com igualdade para todos. Por esse motivo, nossa consciência reflete a treva ou a luz de nossas criações individuais. A luz, aclarando-nos a visão, descortina-nos a estrada. A treva, enceguecendo-nos, agrilhoa-nos ao cárcere de nossos erros. O Espírito em harmonia com os Desígnios Superiores descortina o horizonte próximo e caminha, corajoso e sereno, para diante, a fim de superá-lo; no entanto, aquele que abusa da vontade e da razão, quebrando a corrente das bênçãos divinas, modela a sombra em torno de si mesmo, insulando-se em pesadelos aflitivos, incapaz de seguir à frente. Definindo, assim, a posição que nos é peculiar, somos almas entre a luz das aspirações sublimes e o nevoeiro dos débitos escabrosos, para quem a reencarnação, como recomeço de aprendizado, é concessão da Bondade Excelsa que nos cabe aproveitar, no resgate imprescindível. Em verdade, por muito tempo ainda sofreremos os efeitos das ligações com os nossos cúmplices e associados de intemperança e desregramento, mas, dispondo de novas oportunidades de trabalho no campo físico, é possível refazer o destino, solvendo escuros compromissos, e, sobretudo, promovendo novas sementeiras de afeição e dignidade, esclarecimento e ascensão. Sujeitando-nos às disposições das leis que prevalecem na esfera carnal, teremos a felicidade de reencontrar velhos inimigos, sob o véu de temporário esquecimento, facilitando-se-nos, assim, a reaproximação preciosa. Dependerá, desse modo, de nós mesmos, convertê-los em amigos e companheiros, de vez que, padecendo-lhes a incompreensão e a antipatia, com humildade e amor, sublimaremos nossos sentimentos e pensamentos, plasmando novos valores de vida eterna em nossas almas. (...)


Francisco Cândido Xavier – Ação e Reação – pelo Espírito André Luiz

quarta-feira, 5 de julho de 2023

A INTOLERÂNCIA

 

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, e consiste em não se ver

superficialmente os defeitos alheios, mas em se procurar salientar o que há de bom e

virtuoso no próximo. (E.S.E, Cap. XVIII item 18)

Precisamos romper em nós as algemas do apego à imagem que idealizamos com relação ao mundo e às pessoas. Não podemos pretender exigir de outrem aquilo que ele não pode nos oferecer. Importa aceitar e respeitar as criaturas mesmo dentro de suas limitações, mesmo quando corrompidas, criminosas ou viciadas. O amor universal a que a verdadeira caridade nos convida, consiste em vivenciar o amor em si mesmo, independente de preconceitos ou discriminações.

Aquele que só é justo com os bons, generoso com os pródigos, misericordioso com os

mansos, não é nem justo, nem generoso, nem misericordioso. Tampouco é tolerante aquele que só o é com as pessoas boas. Se a tolerância é uma virtude, ela vale por si mesma, e sobretudo para com as pessoas mais difíceis. Virtude que discrimina, não o é.

Tolerar consiste em não exigir; compreender e respeitar as condições ou limitações das

pessoas. Mais do que isso, tolerar não é suportar, mas encarar a todos com o pressuposto de que possuem uma essência espiritual, e enquanto tal são necessariamente dotadas de bons sentimentos, e com infinitas potencialidades latentes a serem manifestas.

Ser tolerante consiste, portanto, em eliminar a intransigência em nossas análises críticas em relação ao próximo; evitar comentários desairosos; afastar sentimentos de mágoa ou inconformação por algo contrário à nossa vontade.

Sede indulgentes, meus amigos, porque a indulgência atrai, acalma, corrige, enquanto o rigor desalenta, afasta e irrita. (ESE., Cap. X, item 16).

quarta-feira, 17 de maio de 2023

É urgente e necessário repensarmos como estamos preparando os estudantes de hoje para os desafios de amanhã

Recentemente, passamos por uma pandemia que acelerou muitas mudanças num prazo muito curto; transformações que poderiam levar décadas para acontecer, mas que aconteceram em questão de meses. Em seu famoso livro Armas, Germes e Aço, o geógrafo americano Jared Diamond fala sobre três aceleradores de mudanças, que alteram rapidamente a história humana: as guerras, as pandemias e as revoluções científicas. Com a pandemia de covid-19, a tese do livro ficou bastante evidente: o mundo mudou muito em pouquíssimo tempo, e este é um caminho sem volta. Passamos a conviver com a telemedicina, a educação a distância, o home office e a produção recorde de vacinas, entre tantas outras transformações que ocorreram do dia para a noite.

As mudanças também foram muito sentidas na educação. Escolas, professores e estudantes tiveram de se adaptar a uma nova forma de ensinar e aprender, impactando diretamente o modo como crianças e jovens se desenvolveram. E essas transformações ainda não pararam por aqui: nas próximas décadas, elas tendem a se intensificar. Uma criança que está hoje na escola viverá, nos próximos 15 anos, o equivalente ao que a humanidade viveu nos últimos 150 anos. Ela crescerá numa sociedade em que será possível viver até os 150 anos graças aos avanços científicos, como os da Medicina, um acelerador mencionado por Diamond.

Diante dessas perspectivas, é urgente e necessário repensarmos como estamos preparando os estudantes de hoje para os desafios de amanhã. Professores e profissionais da área precisam ter um olhar que considere qual a realidade que teremos adiante, pois é para este futuro que estamos formando as atuais gerações. São três perguntas fundamentais que devemos nos fazer: como será o mundo daqui a 20 ou 30 anos? Quais habilidades serão necessárias para viver neste cenário? Se a escola fosse desenhada de acordo com essas duas perguntas anteriores, como ela deveria ser?

Entretanto, é preciso que o Brasil ainda faça a lição de casa do século 20: garantir que toda criança seja alfabetizada na idade certa e aprenda com qualidade – o que já ficávamos devendo antes da pandemia e foi intensificado por ela. Por isso, será preciso atacar as duas frentes em paralelo. Ao mesmo tempo que é urgente garantir que as crianças aprendam a ler, escrever, calcular e pensar de maneira lógica – entre outras tarefas básicas da educação –, precisamos também prepará-las para estes desafios do século 21. A boa notícia, que vem da ciência, é de que aprender requer habilidades que vão além da fronteira cognitiva, mas também envolve competências socioemocionais, como resiliência emocional, persistência, foco, abertura ao novo, organização, curiosidade para aprender, entre outras, alavancas essenciais para a aprendizagem.

As dez competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trazem, entre seus elementos, essas competências. Mas, se nossas avaliações não conversarem com essa visão de educação e seguirem observando apenas o desempenho, como vamos saber se estamos tirando do papel este desenvolvimento que é um direito genuíno dos estudantes? Da mesma forma como valorizamos e avaliamos as habilidades de leitura e escrita, ou o nível de aprendizagem dos estudantes, precisamos também buscar formas de monitorar as novas competências necessárias para este novo mundo, pois todos esses aspectos do desenvolvimento são igualmente fundamentais.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

CRIANÇAS COM DOENÇAS DE ADULTOS

Desde que a infância tem sido encurtada, há décadas, as crianças passaram a ter contato direto e irrestrito com o mundo adulto. Isso tem um preço: os mais novos passaram a manifestar bem mais algumas doenças típicas em adultos, como hipertensão arterial, problemas no trato digestivo e diabete. Isso é compreensível: a exposição quase que diária a crueldade, violência e todo tipo de adversidade que existe no mundo adulto trouxe às crianças noções de grande risco e perigo a elas mesmas e aos pais, o que pode afetar tanto a saúde física delas quanto a mental.

Medos de sequestro relâmpago, de assalto, de ser assassinado, de cair de um prédio e de morrer foram relatados por crianças com sintomas sérios de ansiedade. Por causa da pandemia, mães, pais e professores têm percebido um grande número de crianças com medos semelhantes a esses e sinais claros de ansiedade: dor de barriga, náuseas, grandes preocupações, taquicardia, transpiração excessiva, dificuldades no sono e na concentração e atenção, entre outros, e principalmente sofrimento psíquico.

Como consequência, elas apresentam dificuldades em várias situações e o relacionamento com colegas e família e o aprendizado escolar podem ficar prejudicados. Aliás, a ansiedade excessiva pode atrapalhar o desenvolvimento geral da criança e afetar não apenas o seu presente, mas seu futuro também.

Algumas escolas têm recorrido a práticas para ajudar o alunado a enfrentar os sintomas de ansiedade. Ioga e meditação diariamente, por exemplo, já estão presentes em diversas instituições escolares; modalidades corporais também têm apresentado efeitos positivos. Em alguns casos, é preciso apoio profissional na área de saúde mental. Para identificar tal necessidade, nada como conhecer o filho para perceber se a permanência dos sintomas é grande, com duração de meses, e pedir a opinião do pediatra que acompanha a criança regularmente. Dá para prevenir a ansiedade em excesso? Podemos, de um modo geral, adotar práticas educativas que colaboram bastante com os mais novos nesse sentido.

Saber identificar e nomear as emoções vivenciadas e aprender a boa convivência, que fazem parte da chamada educação socioemocional, são componentes importantes para a manutenção da saúde mental. Autoconhecimento e autocuidado são pontos de extrema importância para a manutenção da saúde física e mental dos mais novos. Precisamos insistir e persistir nesses ensinamentos a eles.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

AINDA SOBRE O PERDÃO!

 Perdoar é um grande desafio para todos nós, nas menores coisas que nos envolvem;

alguém nos resvala por descuido na rua, já recebe nossa reclamação; aquele que toma a

frente na fila do ônibus é logo puxado para trás; um cumprimento menos atencioso do

vizinho já nos torna inimigos ferrenhos.

Centralizamos em nós mesmos a importância de tudo e não percebemos o sentido coletivo

da nossa existência. É sempre o eu, o meu, em mim, ou seja, o egocentrismo.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

SOBRE PERDOAR

 Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai Celestial vos

perdoará os vossos pecados. (Mt., 6: 14)

O perdão é complemento da mansuetude, pois os que não são mansos e pacíficos não

conseguem perdoar. Geralmente aquele que não consegue perdoar é uma alma sempre

inquieta, insatisfeita consigo mesma, de uma sensibilidade amargurada. Aquele que perdoa

é calmo, liberto, cheio de mansuetude. Perdoar alguém é receber perdão do Pai, pois

libertamos a nós mesmos perante Deus.

Espiritas, não esqueçais nunca que, tanto por palavras como por atos, o perdão das

Injúrias não deve ser uma expressão vazia. Pois se vos dizeis espiritas sede-o de fato:

esquecei o mal que vos tenham feito, e pensai apenas numa coisa: no bem que possais

fazer. (ESE., Cap. X, item 14)

Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do

coração (E.S.E., Cap. X, item 15). Muitos dizem "eu perdôo, mas nunca esqueço do que ele

me fez." Ora, este não é o verdadeiro perdão. O que é, de fato, perdoar?

Segundo a referida passagem do Evangelho, o verdadeiro perdão consiste em esquecer o

mal que nos tenham feito. No entanto, não podemos entender o "esquecimento" a que o

Evangelho nos convida como o fato de "apagar as faltas" de alguém, pois não podemos

considerar o que já aconteceu como anulado, como se não tivesse acontecido. Perdoar não

é apagar os fatos, mas apagar o sentimento negativo em nós, ou seja, o verdadeiro perdão

consiste em cessar de odiar. Perdão é a "virtus" que triunfa sobre o ódio, sobre o rancor.

Perdoar é renunciar à vingança, é deixar de odiar, e por isso, quem ama verdadeiramente

nem precisa perdoar, pois nunca se magoa. "O que você não me perdoaria?" Pergunta o

garotinho ao pai. E o pai não encontra nada. Os pais, por exemplo, por amar os filhos não

têm o que perdoar, pois o amor toma o lugar do perdão. Jesus era consumido por um

amor, mas um amor universal, e por isso dizia, mesmo ao sua vida ser sacrificada:

"Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem. " (Lc., 23 :34)

Jesus nada tinha a perdoar, pois ele não tinha ódio no coração. Mesmo sendo vítima da

injustiça e de agressão, em nenhum momento ele foi conduzido pelo pensamento do mal, do

rancor; ao contrário, compreendia, e por isso rogava à própria justiça divina que os

perdoasse.

Se ainda não conseguimos vivenciar esse amor incondicional qual Jesus, busquemos pelo

menos combater o ódio em nós. Na impossibilidade de vencermos o ódio em nossos

agressores, busquemos pelo menos dominar a nós mesmos. O amor é uma alegria, mas o

ódio é uma tristeza a mais, e não no culpado, mas em quem a sente.

No entanto ... se por vezes fracos, aprendamos a nos perdoar também !

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Toda escola precisa ter um planejamento para refletir com seus alunos os valores sociais e culturais.

Precisamos repensar nossa cultura no que diz respeito às relações de homens e mulheres. E nisso a escola tem papel fundamental. Toda escola precisa ter um planejamento para refletir com seus alunos os valores sociais e culturais. A questão das roupas, por exemplo, deve ser discutida com alunos e alunas - o que usar no trabalho, no espaço público ou privado etc.

Notícias de assédios, estupros, abusos sexuais não faltam na imprensa, e isso precisa ser discutido com o alunado. Por que ensinar à aluna como se comportar ou se vestir e não ensinar ao aluno o respeito às mulheres e seu comportamento com elas?

Temos muito o que avançar para diminuir a violência contra as mulheres, de todos os tipos. Já passou o tempo em que a mulher era considerada posse do homem!

O machismo está em homens e mulheres. Se você tem filhos e/ou filhas, não importa, tem o dever de prepará-los para uma vida pessoal e social respeitosa com as mulheres. Para o mundo ser melhor e os filhos terem chance de uma vida boa, eles precisam de nós para se tornarem melhores do que nós!

sábado, 12 de junho de 2021

A avaliação escolar dos alunos não é a finalidade da educação formal

A avaliação escolar dos alunos não é a finalidade da educação formal, sempre é bom lembrar disso. E isso é discutido desde muito antes da pandemia. Mas muitas escolas, notadamente as que podemos classificar como conservadoras, preferem ignorar todas as reflexões já existentes a respeito da avaliação e do processo educativo e continuam a realizar avaliações quantitativas dos conteúdos e a utilizar o resultado obtido pelo aluno para classificá-lo.

Sabe o que é pior, leitor? Muitas famílias de alunos se convenceram de que o que importa na vida escolar do filho é a nota que ele recebe. Mal sabem que, dependendo do processo avaliativo utilizado, essa nota não tem relação nenhuma com a aprendizagem efetivamente ocorrida. A aprendizagem, principalmente em períodos de grandes dificuldades como este que vivemos, é resultado de um desafio. Pelo visto, o grande desafio de muitos alunos será o de descobrir como burlar a tecnologia para colar. Não é?

Em resumo: está mais do que na hora - aliás, já passou da hora - de muitas escolas refletirem a respeito de seus valores efetivamente praticados durante o ensino na pandemia. Se isso ocorrer, muitas instituições poderão transformar os rumos da sua prática pedagógica e, assim, colaborar muito mais para a formação integral de seus alunos.

Queremos formar um cidadão pensante em nossa sociedade ou queremos o que se deixa controlar? Queremos formar um cidadão colaborativo, empático com as questões da comunidade em que vive, respeitoso, ou queremos apenas conhecimento técnico/profissional? A prática pedagógica realizada pela escola que seu filho frequenta responde a essas questões.

segunda-feira, 22 de março de 2021

O EXERCÍCIO DA COMPAIXÃO

Seu filho está expressando as consequências da pandemia, seja no comportamento, na saúde física, psíquica e emocional e/ou no aprendizado em geral? Pois saiba que não é pequeno o número de afetados após um ano de pandemia. E pode aumentar com o retorno gradual, quando ele for possível, às escolas e a outras atividades. Podem surgir sintomas de um quadro de ansiedade intensa por tudo o que já passaram.

Sim, os pais estão ansiosos, temerosos e exaustos por terem tido um grande acréscimo no seu já grande pacote de responsabilidades. Afinal, crianças confinadas em casa dão todo tipo de trabalho imaginável – e os inimagináveis também –, e o ensino remoto dos filhos acrescentou tarefas aos pais com as quais eles não estavam acostumados e, portanto, não tinham experiências acumuladas.

Mas, imagine só: como adultos já temos maturidade – ou deveríamos ter –, recursos pessoais e autoconhecimento suficientes para reagir de modo mais saudável a tantas preocupações e pressões e maior facilidade para expressar as emoções que nos assaltam; sabemos reconhecer a necessidade de pedir ajuda quando necessário e temos já desenvolvido o autocuidado.

E os mais novos? Você já ouviu a expressão “estamos todos no mesmo barco”? Outro dia, li em um texto que estamos sob a mesma tempestade, mas em embarcações bem diferentes. É o caso dos mais novos: eles estão ou à deriva ou em barcos mais frágeis.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

A SEGREGAÇÃO ENTRE "CASA E RUA"


A segregação entre “casa e rua”, que até hoje nos persegue (porque a casa é inocente e a rua é bandida), esquece que os mais exaltados “governos fortes” e as ditaduras foram ou são exercidos por nossos colegas, amigos, compadres, parentes e subordinados. Nenhum governo conseguiu encarar o fosso entre a morada e a vida pública nas suas mais claras contradições, pois a casa é monárquica, a rua, republicana! Na casa existe uma dura hierarquia de gêneros e idades, na rua há uma surpreendente igualdade que, quase sempre, nos obriga a usar o “você sabe com quem está falando?” como um ritual de distinção.

Não deve ter sido por acaso que a passagem da monarquia para a República foi realizada por terríveis rompimentos com elos pessoais. Novas concepções de como se relacionar com Deus e de como limitar o luxo e o poder dos nobres tiveram um papel básico nas relações com aqueles que ocupavam um papel superior. Disciplinar funcionários do Estado foi fundamental no caso das primeiras burocracias - dos primeiros requisitos para mudar o feitio e o estilo de governar legal e politicamente para todos.

No caso brasileiro tivemos Estados fortes e fracos, mas pouco discutimos que a segmentação entre Estado e sociedade tem como consequência isentar a responsabilidade e o peso da sociedade junto ao Estado. No fundo, mantemos até hoje em separado entidades que estão entrelaçadas, posto que o Estado é a sociedade e os seus estilos de vida e vice-versa.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Que 2021 nos salve de 2020

 Que 2021 nos salve de 2020

Num ano que nos privou dos encontros, das risadas na mesa de bar e sobretudo dos abraços, além de ter levado milhares de vidas, o início de 2021 é, mais do que nunca, um aceno da esperança. Na retrospectiva da pandemia, cada brasileiro expiou uma dor e abraçou de longe a dor do outro, carrega para a virada um sonho. Um sonho de dias mais solares e menos isolados. Se despedir do ano que passou é deixar para trás uma verdadeira quarentena de afetos.

Mais do que uma revolução na rotina, adultos em home office ou desempregados, jovens fora da sala de aula, ficarão para sempre tatuados na memória os medos, a ansiedade, a solidão gigante do quarto de quem teve Covid e a tristeza sem tamanho por cada morte, próximo ou não, que não foi possível evitar.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Esgotamento. Essa é a palavra que descreve o estado de muitos de nós nesta época, mas em particular de estudantes e de seus pais em relação aos trabalhos escolares em tempos de pandemia. Eles estão à beira de um ataque de nervos e da exaustão física e mental, e um dos motivos que tem contribuído muito para isso são os estudos remotos. Sabemos que um grande número de alunos brasileiros ficaram sem aprendizagem neste período de escolas fechadas por falta de condições de acesso virtual. E não foram apenas os alunos das escolas públicas, não.

Os alunos que conseguiram realizar o estudo remoto nem sempre tiveram aprendizagem, é bom lembrar. Por quê? Pela idade não compatível com estudos a distância, por aulas remotas muito longas, por falta de preparo da escola e dos alunos, pela ausência de um período de adaptação, principalmente dos alunos, ou pela simples transposição do ensino presencial ao remoto. Isso não funciona.

O problema é que, independentemente de todas essas dificuldades e características do tempo de exceção que vivemos, a pressão para o bom rendimento escolar continua a existir. E essa pressão segue um caminho, que é mais ou menos o seguinte: a escola se sente pressionada pelos pais a mostrar sua competência e cobra dos professores que eles realizem um ensino que resulte em aprendizagem; os professores dão conta como podem desse trabalho, mas mesmo testemunhando dificuldades de muitos alunos com o ensino remoto cobram dos pais que acompanhem e façam seus filhos realizarem todas as tarefas solicitadas; e os pais, cobrados pela escola, tentam cumprir um papel que nem é deles. Resultado? O esgotamento ao qual me referi logo no início do texto.

Todas as vezes em que falo que não é papel dos pais garantir que seu filho realize os trabalhos solicitados pela escola sou bastante questionada, por isso convido você a uma breve reflexão a esse respeito. Os alunos não vão para a escola, necessariamente, porque querem aprender. Vão porque é obrigatório, certo? Já a escola quer que seus alunos aprendam e utiliza todos os recursos que tem disponíveis.

Os professores querem ensinar, mas nem sempre seus alunos querem aprender. Há aí um conflito que precisa ser trabalhado pela escola com seus alunos. Conflito é bom porque faz crescer, e sempre que existe qualquer situação que envolva mais de uma pessoa é inevitável que ele apareça. Administrar os conflitos que surgem entre escola e alunos é um grande passo de ensino e de aprendizagem.

Tomemos um recurso muito usado pelas escolas como estratégia para o aprendizado: o trabalho para ser feito fora da escola. Tarefa de casa, como muitos chamam. O que cabe à família? Ajudar o filho a se organizar no tempo e no espaço para que ele cumpra a sua responsabilidade. Atenção: a responsabilidade é do aluno, não dos pais dele.

Vamos tomar um exemplo que ocorre com muita frequência: os pais lembram ao filho da lição que ele deve fazer, organizam um local, tiram as distrações dele e, mesmo assim, o filho não a faz. Vai para a escola sem o dever cumprido, e um recado aos pais é enviado.

Notem que o aluno, ao não fazer a lição dada pela escola, ele inaugura um conflito entre ele a escola. Conflito esse que deveria ser administrado lá, entre os envolvidos: escola e alunos. Quando a escola deriva aos pais a busca de solução para esse conflito, ela continua com o mesmo conflito. É isso que atrapalha a aprendizagem: problemas que não são resolvidos seguem prejudicando o ambiente de aprendizagem escolar. Vamos reconhecer: há muitas famílias que não colaboram com os estudos dos filhos ou porque não conseguem, ou porque não ligam. Agora, vamos pensar: que culpa tem o aluno da família que tem? Vamos, na escola, trabalhar com quem está conosco nos estudos escolares: os alunos!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

PELO COMPORTAMENTO DO BRASILEIRO, FICA CLARO QUE VAMOS MUDAR PARA PIOR

Se antes os analistas de tendências diziam que o futuro seria compartilhado, com a pandemia o futuro será isolado. O “cohousing”, nome pomposo para pensão ou república estudantil, será solo-housing ou, no máximo, “casado-com-filhos-housing”, se algum casamento sobreviver à quarentena.
A indústria da moda terá de se reinventar. Para que gastar milhares de reais em peças de roupa se não saímos de casa? Os itens básicos da quarentena são pijamas, conjuntos de plush e camisetas das eleições de 1989.
Lingerie também ficará em baixa, já que, no isolamento, ninguém usa sutiã nem transa. A nova pornografia será assistir ao canal Off, já que ver pessoas viajando e praticando esportes em lugares exóticos será um fetiche proibido.
O mercado estético entrará em decadência. Para que aplicar botox e preenchimento no rosto, se podemos usar os filtros do Instagram? A dermatologista Ligia Kogos terá que se contentar em empurrar cloroquina a seus pacientes, pois nem espinha precisará espremer.
Os regimes milagrosos também perderão o sentido. Qual o motivo de fazer dieta, se estamos todos gordos? Saem as dietas paleolítica, mediterrânea e de South Beach —mesmo porque ninguém vai para Miami tão cedo. Entra a dieta pandêmica, que constitui basicamente de pedidos por delivery, barras de chocolate e salgadinhos Torcida.
As blogueiras e instagrammers também vão entrar em extinção. Qual é o sentido de alguém mostrar o look do dia para quem usa o mesmo look todo dia? Ou ver Gabriela Pugliesi falando “obrigada, coronavírus”, enquanto faz uma festa? Melhor assistir às lives do Atila Iamarino falando que vamos todos morrer.
É certo que vamos mudar com a pandemia. Mas, observando o comportamento do brasileiro nos últimos tempos, fica claro que não vai ser para melhor. Razões não faltam para consumir álcool como se não houvesse amanhã.

sábado, 16 de maio de 2020

ESPORTE E ENSINO A DISTÂNCIA PRECISAM SE PROVAR MAIS HUMANOS

Em tempos de isolamento e distanciamento social, a capacidade de adaptação humana está sendo testada no seu limite. Muitos de nós experimentamos uma espécie de prisão domiciliar, com direito a trabalho remoto, com todas as exigências do presencial.
Adaptamos espaços para viver, comer, trabalhar, nos exercitar e, com isso, tentamos levar a vida para que ela não nos leve.

Ser professor nestes tempos exige muito mais do que ter conhecimento. Catapultados da sala de aula para ambientes virtuais, passamos a mesclar nossa capacidade de comunicação acadêmica com retoques cênicos e plasticidade tecnológica. A educação precisou se reinventar a toque de caixa e ainda não encontrou a luz no fim do túnel.
Mas, o mais importante é que, mesmo na escuridão, continua a caminhar. Se nos falta a visão em tempos de trevas, nos resta ainda a audição, a fala, o tato e o olfato. E com isso seguimos.
Ou seja, em tempos de crise, mais do que nunca, é preciso reinventar.

Atividades historicamente construídas como presenciais deixaram de acontecer nos últimos meses. Escolas e universidades buscaram se adaptar, não apenas para cumprir seus currículos, mas porque se mostraram indispensáveis à sanidade de estudantes e seus familiares. Isso está dando um trabalho danado para quem efetivamente pensa a educação como algo que vai para além da simples divulgação de conteúdo.

No campo esportivo, a cena é um pouco mais complexa. A exibição de uma competição depende de todo um conjunto de ações anteriores (treinos individuais e coletivos, preparação física, cuidados com o corpo) que ainda não puderam ser substituídas por atividades a distância. Sem contar a importância do público que transforma a competição em um espetáculo.

Ou seja, nem a educação, nem o esporte, serão os mesmos ao final da pandemia.
Algumas ligas, mundo afora, começam a anunciar o retorno às atividades, com distanciamento, sem público. Tenho lá minhas dúvidas se isso poderia ser chamado de esporte. O que tenho absoluta certeza é que o negócio esportivo começa a se mexer, sabe-se lá em que direção.
O argumento parece o mesmo que deseja colocar em atividade outros setores da sociedade que deveriam estar quietos neste momento, até que as coisas cheguem a um patamar mínimo de normalidade.

Os negócios começam a voltar, mas ainda não é possível dizer que o esporte voltou. Atletas permanecem em suas casas, adaptando treinos e a vida a uma condição nunca antes imaginada. Nunca é demais afirmar a necessidade de preservar a vida antes dos negócios.
Campeonatos seguem, porém, sem os encontros presenciais em estádios e ginásios, como aconteceu nos últimos tempos. Competições com ligas de diferentes níveis conseguem atrair dos usuários especialistas aos mais novatos. Isso faz reacender a discussão sobre tornar olímpico ou não os eSports.
Se antes da pandemia essa era uma questão já descartada das discussões olímpicas, ela agora volta à mesa de negociações com todos os afagos de um flerte.
Mas, como em todos os namoros onde falta paixão e sobra interesses, é possível que, uma vez mais, entre tapas e beijos, a relação não avance para além de intenções.
Ensino e esporte colocam à prova as relações humanas. Eles envolvem comunicação, interação e, acima de tudo, afeto. Portanto, ensino a distância e esporte a distância podem ser modalidades natas de um período de isolamento, mas terão que se provar humanos o suficiente para sobreviverem a mais do que um mês na berlinda.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Sexualidade e a escola

Uma família almoçava alegremente, conversando o tempo todo. Estavam à mesa o pai, a mãe e dois filhos adolescentes: uma garota de 13 anos mais ou menos e um jovem de uns 17. Logo deu para perceber que os pais não eram mais casados, mas faziam questão de almoçar com os filhos aos finais de semana.
A garota estava entusiasmada porque passara uns dias das férias com a família de uma amiga em uma casa de praia e contava, não sem provocar os pais, como eram os costumes daquele grupo e a relação com a filha, da mesma idade que ela. “Os pais dela a deixam fazer isso, aquilo.” Foi o início de frase mais comum que a ouvi dizer.
Enquanto ela contava suas histórias, o irmão parecia incomodado, talvez pela atenção dos pais toda focada na garota. Vez ou outra ele até tentou interromper, mas os pais não lhe deram atenção. Assim que a menina terminou as novidades, ele passou a falar de suas conquistas com as garotas. Talvez tenha exagerado, mas o fato é que contabilizou inúmeras meninas com quem tinha ficado, beijado, assediado com êxito.
A mãe reagiu de imediato. Com o dedo em riste, disse com firmeza, mas sem braveza, a seguinte frase ao filho: “Nossos filhos, se quiserem beijar, ou até mesmo transar com alguém, que namorem, entendeu?”. Com essa pequena – mas contundente – frase, aquela mãe deu aos filhos uma lição de educação sexual familiar. Se o jovem seguiria o que ela disse, já é outra história e não importa, mas ele estava ciente do pensamento familiar a respeito de comportamentos relativos ao sexo.
A expressão “educação sexual” costuma assustar muita gente. Tanto que há quem diga que ela não deve ocorrer na escola. Deve. Isso porque a educação sexual familiar transmite a moral daquele grupo específico. Já a educação sexual na escola transmite, com base no conhecimento sistematizado, valores, tradições, costumes, leis em vigor no país, diferenças em relação a outros países, comportamentos aceitos e não aceitos pela sociedade, aponta preconceitos e estereótipos que envolvem a sexualidade. São abordagens bem diferentes e ambas importantes para a formação dos mais novos.
Vejamos um exemplo: uma família que professa alguma religião que tem como princípio que o relacionamento sexual só deve ocorrer após o casamento apontará tal princípio aos filhos. É direito da família ter seus valores religiosos e transmitir isso aos filhos.
Na escola, entretanto, isso não deve ocorrer porque uma das funções da instituição escolar é formar seus alunos para a autonomia, ou seja, para que saibam fazer boas escolhas quando tiverem maturidade, e boas escolhas são as escolhas bem informadas. Cabe, portanto, à escola passar todo o conhecimento humano construído e acumulado a respeito da sexualidade para que seus alunos sejam bem informados.
Educação sexual não trata de sexo, mas da sexualidade, tema muito mais amplo porque envolve todo tipo de comportamento relativo ao sexo. Saúde sexual, autocuidado, respeito a si, ao outro e à sociedade, responsabilidade, valores e moral social são temas, por exemplo, da educação sexual. Sabia que algumas doenças sexualmente transmissíveis estão crescendo entre os jovens justamente porque não temos um bom trabalho de educação sexual nas escolas? Não queremos nosso jovens infectados com vírus e bactérias que provocam essas doenças por falta de informação qualificada e de formação, queremos?
Não podemos nem devemos cercear a formação dos mais novos em virtude de nossos valores, de nossos conceitos e preconceitos, de nossa visão de mundo. Eles poderão ser bem melhores do que nós na construção do nosso futuro!

Rosely Sayão, O Estado de S.Paulo
12 de janeiro de 2020 | 02h00