sábado, 16 de maio de 2009

As filas democráticas

Hoje quero contar uma história que aconteceu comigo, Simone (minha esposa) e alguns companheiros lá na bela cidade de Piracanjuba; esta história me fez fazer uma breve reflexão.
Estávamos fazendo uma visita àquela cidade para levar dois alunos que iriam participar de um concurso de redação, já tradicional na região. Desta forma, fomos bem cedo porque pretendíamos participar também de todos os eventos do dia. Bom, lá chegando, no Colégio Estadual Rui Brasil Cavalcante (peço desculpas se por acaso tenha escrito o nome errado), onde também acontece a Exposição Internacional de Orquídeas (também tradicional) fomos muito bem recebidos, as crianças tomaram café da manhã e depois fomos assistir a algumas apresentações em comemoração ao evento. Após, veio a parte curiosa que me levou a esta reflexão. Foi na hora do almoço, ao sermos avisados de que a refeição seria servida nos encaminhamos para o interior do Colégio e entramos em uma fila "enorme". O curioso é que a fila não terminava em um local específico, ela terminava em outra fila que por sua vez terminava em outra fila ainda que, esta sim, levava ao almoço, ou seja, ao local onde serviriam o almoço. Era fila para entrar na fila. Bom, então, o que tem isso de engraçado? Fiquei imaginando como as filas nos diminuem e ao mesmo tempo nos engrandecem, como elas ao mesmo tempo excluem e incluem. Alunos, professores, crianças, adultos, pessoas mais abastadas, pessoas menos abastadas, pessoas mais "letradas", pessoas menos "letradas", todas ali, na fila, como iguais. Esta deveria ser uma lição para a sala de aula, professores e alunos iguais no respeito, na comprometimento, no desejo de alcançar os objetivos que os levam àquela sala. Democraticamento, o professor desce de seu "palco", de seu "show" e envolve o aluno como um igual, um "aprendente" que ali se encontra para que o professor, com sua experiência principalmente, faça a mediação entre ele e o mundo que se abre à sua frente. Não importa se alunos com 4, 5, 6 ou 18 anos, todos ansiosos por alcançar objetivos que nem sempre são claros ou conscientes, mas que com toda certeza do mundo, são absolutamente necessários. Não basta retransmitir aquilo que está escrito, pois este pode ser lido pelo aluno a qualquer momento, o que realmente importa é dar a estes alunos a confiança de que precisam para encarar o mundo de frente, com independência. Assim, eles serão capazes de construir sua história sem precisar de "muletas pedagógicas", ou seja, de pessoas para lhes darem uma direção sempre que se sentirem desorientados, precisamos dar a eles "independência".

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