Durante o recreio, dois alunos da escola integral começaram a conversar sobre o almoço na cantina.
— Eu gosto bastante das refeições aqui na escola! — disse Rafael. — Sempre tem arroz, feijão, carnes diferentes e às vezes até legumes variados. Outro dia teve salada de beterraba, e a professora explicou que faz bem para nossa saúde, sabia? Acho a comida saudável e todo mundo pode escolher o que mais gosta.
João olhou para baixo, mexendo nos dedos.
— Pra mim é difícil... Eu quase não como aqui. Fico com vergonha porque tem muita gente perto, sinto um aperto no peito. Acho estranho comer fora de casa, sabe? Lá eu me sinto seguro. Aqui, às vezes passo o dia inteiro sem almoçar e volto pra casa com dor de cabeça.
Rafael ficou pensativo e perguntou:
— Não sabia que você não comia. E se a gente sentasse mais afastado, só nós dois? Ou pedisse pra comer antes dos outros?
João respondeu:
— Acho que ajudaria... Mas às vezes nem assim consigo. Sou uma criança atípica, então lugares cheios ou muito barulho me deixam desconfortável. Por isso, parece que um simples almoço pode ser difícil pra mim.
Rafael sorriu e perguntou se João gostaria de conversar com a professora sobre isso.
João concordou.
— Acho que se os adultos da escola souberem das minhas dificuldades, podem tentar me ajudar. Não quero ficar mal o dia todo.
Conclusão e sugestão de como agir:
É importante que a escola observe e converse com todas as crianças, principalmente as que demonstram dificuldade na hora das refeições. Escutar os alunos e buscar adaptações, como criar ambientes mais tranquilos para comer, permitir horários diferenciados ou oferecer apoio emocional, pode ajudar muito. Fazer rodas de conversa entre alunos, professores e família é uma boa ideia para garantir que todos tenham uma experiência saudável e acolhedora na escola integral.