sexta-feira, 28 de maio de 2010

SOCIEDADE, POLÍTICA E CULTURA

A “conversão” dos índios pelos Padres Jesuítas, no início da colonização brasileira é um processo que ainda hoje nos parece comum encontrar nas escolas públicas e particulares brasileiras. Como se a criança, ou até mesmo o adulto, não viessem com uma bagagem natural conseguida através da convivência com seus familiares e pessoas mais próximas. Até mesmo através das mídias eletrônicas, hoje cada vez mais presentes na vida das pessoas.

É importante, para não dizer fundamental, que a criança (aluno) tenha respeitada sua essência, sua vida anterior, sua trajetória, por mais curta que seja. A crença na “formação” do aluno ainda perdura nas escolas dentro de um viés tradicionalista que resiste a mais profunda das mudanças.

A bagagem adquirida é o início que o aluno tem para se estabelecer enquanto ser e é sua identidade social. A cultura familiar e social não podem ser ignoradas dentro da escola como algo inútil, são elementos constitutivos da realidade do aluno que devem estar presentes no contexto da aula, é isso que dá valor ao conhecimento, e é isso que faz do aluno um cidadão.

O processo ensino aprendizagem vai se construir a partir das bases pré estabelecidas que cada um carrega. Não se pode passar uma borracha em toda cultura trazida com o aluno e a partir daí construir – ou desconstruir – uma nova identidade, uma nova realidade para a criança.

Fixar uma determinada identidade como a norma é uma das formas privilegiadas de hierarquização das identidades e das diferenças. Normalizar significa atribuir a essa identidade todas as características positivas possíveis, em relação às quais as outras identidades só podem ser avaliadas de forma negativa. Assim como a definição da identidade depende da diferença, a definição do normal depende da definição do anormal.

Assim, a cultura anterior do aluno está presente como elemento que faz parte e se transforma á medida em que este vai adquirindo novos conhecimentos e ampliando sua vida social e constituindo como cidadão ativo e agente transformador de sua realidade enquanto ser que vive em sociedade.

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