quarta-feira, 1 de julho de 2015

O QUE É ENSINAR?

Ensinar é um processo que envolve indivíduos num diálogo constante, propiciando recursos temporais, materiais e informacionais para que se desenvolva a auto-aprendizagem e a aprendizagem com os outros ou a partir de outros (STOKROCKI, 1991). Não é apenas transmitir conhecimentos obedecendo a determinadas metodologias, cumprir os currículos de disciplinas estanques ou inter-relacionadas e "cobrir" determinados assuntos. Ensinar é fazer com que os alunos se comprometam num questionamento dialético de princípios fundamentais, desenvolvam estratégias de discussão de verdades estabelecidas É fazer com que analisem argumentos pró e contra e buscando a validação ou a contestação de hipóteses e crenças, com que estabeleçam novas hipóteses e novas crenças fundamentadas por pesquisa e reflexões sérias (CARR, 1997:325). Esse comprometimento não pode se dar apenas no âmbito individual, mas também coletivo.
Ensinar é instigar e orientar os alunos para que se apropriem de conhecimentos específicos de cada fase escolar para a "interiorização do saber sistematizado, historicamente acumulado"( LOPES, 1996:111).
Ensinar é criar condições para que os alunos desenvolvam as condições básicas de domínio das diversas linguagens, fundamentalmente a da escrita, de modo a poder sistematizar o conhecimento e expressar tanto suas dúvidas e incertezas quanto suas descobertas e criações. É, também, ajudá-los a desenvolver a reflexão, a saber fazer as perguntas certas e ir atrás das respostas adequadas
Em uma perspectiva sócio-inteacionista, é instrumentalizar os alunos para perceberem que já possuem um conhecimento que trazem de suas casas, para integrarem esse conhecimento com outro sistematizado na escola através de atos comunicativos com seus colegas e seus professores e para criarem novos conhecimentos individual ou coletivamente.
Ensinar, além de se caracterizar como uma atividade colaborativa entre professores e alunos, deve promover essa colaboração entre os próprios alunos, estimular o trabalho em equipe e proporcionar um espaço para que uns ensinem aos outros aquilo que dominam melhor. A investigação colaborativa propicia que os alunos se ajudem mutuamente na coleta e na análise de dados, e, na hora da interpretação, as vivências e as perspectivas individuais, podem produzir conclusões mais ricas.
Educadores, comunicadores, estudiosos mais atentos percebem que não se pode ter todo o conhecimento em sua área específica, e ainda mais, que esse conhecimento não é compartimentado, fragmentado em disciplinas estanques como a escola, em geral, continua a encarar.
É muito comum, no desenvolvimento da pesquisa durante os cursos de pós-graduação, depararrmo-nos com fontes e informações que podem interessar a nossos pares. À medida que encaminho essas descobertas a meus pares estou abrindo um caminho de volta de informações para a minha pesquisa. Para Dewey (apud Nassif:45), toda comunicação é educativa e o
"ser receptor de uma comunicação é ter uma experiência ampliada e alterada. Se se participa no que o outro pensou e sentiu, seja de modo restrito ou amplo, modifica-se a própria atitude. Da mesma forma, não deixa de ser afetado aquele que comunica".
Para ser eficaz como ato comunicativo é preciso que ocorra na atividade didática uma relação interativa, uma união entre as partes, no nosso caso, professores e alunos, decorrendo daí a necessidade de discussão, reflexão, aprofundamento sobre um conteúdo significativo.
Assim, a comunicação educativa se faz cada vez mais necessária para que o trabalho colaborativo se instale. A colaboração permite um sem número de conexões no âmbito escolar constituindo uma experiência que pode ser transferida para outros ambientes em que o indivíduo vive. Para o trabalho colaborativo acontecer e essas conexões se tornarem significativas, há que se ter uma vivência da ação colaborativa, de participação ativa e de construção conjunta nos cursos de formação inicial e continuada de professores nas graduações específicas que os formam, como Pedagogia e as Licenciaturas e Institutos Superiores de Educação, no Ensino Médio, na modalidade Escola Normal (Magistério), nos projetos de Formação Continuada de Professores em serviço e nos cursos de Pós-Graduação.

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